JUVENTUDE E LONGEVIDADE

Diariamente em todo o mundo morrem milhares de homens e mulheres que inutilmente desejaram gozar do mais desejado dos tesouros: juventude eterna. A humanidade sempre andou à procura de magos como Merlin e Cagliostro ou de cientistas como Brown-Séquard e Voronoff. Os próprios títulos de livros revelam este anseio geral: “Pareça mais Jovem”; “Viva mais tempo”; “A Luta contra a Velhice”; “Método de Rejuvenescimento para Ocidentais”... Você mesmo, leitor, é um dos sócios da Sociedade dos Amigos da Vida e da Juventude. Acertei?...

Já tivemos oportunidade de ver como na meia-idade o fantasma do envelhecimento vem entristecer e encurtar-nos os dias. E vimos também que é fenômeno anormal, antecipado e ... detestável. A velhice normal de fato é “anormal”. Considerando o que passa nos outros mamíferos, nos quais a velhice leva apenas 1/10 de ciclo normal de vida, nossa decrepitude só aos 70 anos deveria começar. Por outro lado, considerando que a duração da vida de um mamífero é dez ou doze vezes o tempo que o animal leva para atingir a maturidade e que somos manifestamente mamíferos em todos os outros aspectos, “a duração normal da existência humana deveria estar entre 200 e 250 anos. Um homem deveria levar uma existência ativa e útil até os 150 anos e facilmente poderia conhecer sua nona geração antes de morrer” (Kerneis). Na opinião do médico russo Dr. Alexandre Bogomoletz, “um homem de sessenta ou setenta anos é ainda jovem, pois viveu apenas a metade da sua vida natural”. Como o exposto, parece... que podemos acreditar que “a vida começa aos quarenta”, ou, mais exatamente, deveria... No entanto, que se observa? O que começa, antes mesmo dos quarenta, é não vida, mas o inverno da vida.

Generosos e nobres esforços têm sido realizados por cientistas que em austeros laboratórios, examinaram milhares de casos, experimentaram várias hipóteses. A tecnologia, a medicina e a higiene têm contribuído, entretanto... “Nem os progressos obtidos no aquecimento, aeração e iluminação das casas, nem os periódicos exames médicos, nem a multiplicação dos especialistas tem podido ajuntar um dia à duração máxima da existência humana”. (Carrel).

A geriatria (especialidade médica que trata das doenças dos velhos) tem chegado a várias conclusões, que, no entanto não têm correspondido às ansiosas esperanças, talvez porque são quase todas fragmentárias e fundamentadas em hipóteses particularistas, se bem que muitas delas parcialmente confirmadas. Não obstante cada uma das causas estudadas seja verdadeira, o envelhecimento não pode ser explicado por apenas uma causa nem atacado por uma única frente. Somente o Yoga, que é um sistema global e completo, e algumas outras ainda não sabidas, além de ser uma terapêutica natural de excepcional poder. É o que veremos a seguir.

A produção menor de hormônios sexuais tem sido desde muito tempo considerada a causa principal da velhice. O Papa Inocêncio VII fez-se enxertar com sangue de três pessoas jovens, pretendendo retomar o vigor da justiça, bondade, tolerância e simpatia, ajudar os semelhantes; não se lamuriar de suas enfermidades, casacos, dores ou dificuldades; procurar sempre aprender e apreender sempre algo novo; cultivar reverente admiração por todas as manifestações da vida, não tentar testemunhar com excesso sua potência sexual; evitando maledicência, inveja, ódio, ciúme e autopiedade; ocupar a mente com planos generosos e principalmente praticar o sumpra-janya, isto é, viver com exclusividade, cada momento, sem ligá-lo ao passado ou ao futuro.

Somente a partir de 1936 a ciência médica ocidental se apercebeu do mecanismo pelo qual as emoções geram as enfermidades ou a saúde. O que até agora conhece é, indiscutivelmente, produtivo, entretanto, ainda desconhece muito. A milenar ciência yoguiin explica a integração psicossomática de maneira mais completa o duplo etérico ou corpo prânico que enfermidade ou saúde, mocidade ou decrepitude têm origem. O bom e mau estado da anatomia e da fisiologia sutis, que, por seu turno, precisam e sensivelmente obedecem ao pensamento e às emoções.

O Yoga, mediante pranayamas, kryas, mudras, âsanas, bandhas e meditações, retira da natureza e “élan vital” – prâna -, armazena-o nos misteriosos acumuladores que são os chakras, purifica os nadis, equilibra as duas forças – Há e Tha – e assim faz o duplo etérico vibrar harmônica e eficazmente, e, consequentemente, o corpo físico.

Saúde e mocidade não são os fins da Hatha Yoga, não obstante seu miraculoso papel de doador de saúde e mocidade. O praticante de Yoga não deve perder de vista jamais que um corpo sadio é somente um meio de progredir espiritualmente. Ser forte, ser puro, ser tranquilo são apenas condições com que o aspirante pode caminhar para a Divindade.

Leviano e nocivo é praticar Yoga por motivos materialistas. Cultivar juventude por vaidade e egoísmo vale por degradar esta coisa sublime, que é o Yoga. Não obstante, porém, as advertências dos Mestres, o Yoga tem sido objeto de exploração por mistificadores e exibicionistas inescrupulosos e levianamente utilizado como divertimento de pessoas ociosas.

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 27/04/2011
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