Não-mente para o coração cantar

O coração que chora é o mesmo que sorri, dança e canta feliz porque ele é uno. É ousadia. É inquietude. É a alma que pulsa constantemente em busca de vida.

As pessoas têm se esquecido de olhar, de escutar e compreender esse velho amigo. Tem abafado esse companheiro de luta e de caminhada. Tem confundido seu coração com o medo, a inconsistência, a mente...

Lembram-se do trabalho como um maremoto de atividade, de lembranças, de pensamentos, de ordens. Lembranças do chefe, dos colegas, dos papéis... enfim, a mente afoita mostra que quer novos destinos, não deixando espaço para o silêncio, para o vazio, para a não-mente. Sendo assim, o SER não pode observar as loucuras de sua mente doida que corre de um lado para o outro em busca de soluções que não existem, de conhecimento que já estão saturados e impedem o desabrochar da sabedoria.

A mente precisa parar. Mas isso só vai acontecer quando o SER for capaz de dar ordens a sua mente e dizer que ela é boa, sim, mas para executar ordens que o senhor da casa lhe der. Assim, o SER será capaz de observar, de ser testemunha do que se passa em seus pensamentos e em seu coração.

Se a mente ficar em seu devido lugar, haverá espaço para o silêncio, para a criatividade, para o desabrochar da vida. A criatividade recuperará sua energia criadora e poderá cantar, desenhar, de se expressar verdadeiramente, pois a energia que emana do SER – a essência do ser humano – assumirá seu lugar e se expressará com tanta vivacidade que a melodia poderá gritar e fazer o novo acontecer.

Em meio à cibercidadania, à internet, à mídia eletrônica e impressa, poderemos cantar porque somos humanos e poderemos criar cada vez mais e com mais beleza. Esse é o sonho da educomunicação que brilha em cada SER que é capaz de gerir processos educomunicacionais em si e no seu entorno.