AVATAR

A palavra 'Avatar', entre outros, significa "metamorfose"; bem como pode significar a "imagem escolhida para nos representar" em determinados momentos da comunicação. Este termo esteve em alta, devido ao filme de mesmo nome que atraiu milhares de pessoas aos cinemas, em todo o mundo.

Paralelamente à ideia lá contida, de humanos criando corpos semelhantes aos de outros povos, para conectar-se a eles e experimentar sua realidade, podemos pensar nos nossos corpos de carne como sendo os nossos próprios "avatares".

Para encarnar programamos a vida terrena, o que inclui não só quais experiências principais deveremos atravessar, mas também o padrão do corpo que utilizaremos como instrumento dentro da encarnação. Nos conectamos ao organismo físico a partir da fecundação, estreitando laços que nos afastam - sem nos desligar - da morada espiritual e que nos permitem agir na morada material. Enquanto a alma mantém-se sutilmente vinculada ao mundo espiritual, nosso "avatar", o que nos permite acesso à matéria, está na Terra, nos auxilia a transitar por experiências incríveis.

A questão que deve servir de motivo de reflexão é:

Como utilizamos nossos "avatares"?

* Vivemos na experiência do Amor e da Paz?

* Somos solícitos, solidários, fraternos?

* Sentimos a conexão que há em tudo?

* Valorizamos a vida (vegetal, animal, humana)?

* Salvamos, protegemos, preservamos do pequeno ao grande?

* Valorizamos igualmente o individual e o coletivo, o "meu" e o "seu"?

* Notamos ser parte importante na rede da vida que nos conecta?

* Respeitamos a Divindade que nos vela?

Ou será que...

¢ Nossos "avatares" estão sendo utilizados de forma egoística?

¢ Esquecemos das metas pré-encarnatórias para as quais eles foram criados?

¢ Os aproveitamos para adquirir o material, em detrimento do espiritual?

Quantos, a exemplo do filme, preferem satisfazer sua ânsia de poder, encaram a matéria considerada valiosa, como motivo para sobrepujar todos os valores, incluindo a vida?

Quantos, utilizando-se do corpo, ferem sem piedade, não necessariamente destruindo em meio a uma guerra, mas com a boca, de onde saem palavras cruéis. Ou com o coração, de onde partem sentimentos de rancor e ódio. Com as mãos, que apedrejam em vez de acariciar. Com os olhos, que preferem assistir cenas de sofrimento a alegria. Com os ouvidos, que apreciam escutar a história da miséria alheia. Com o cérebro, que multiplica reflexões de como aproveitar-se do outro, levando a vantagem dos espertos?

Não estamos no cinema, no mundo da ficção. Não podemos levantar depois de 2 horas de filme e apenas sair para tomar um lanche comentando as cenas que mais apreciamos. A vida é realidade, a existência exige escolhas, estas escolhas definem nosso futuro.

O corpo material é nosso "avatar" na Terra.

Não é ele o responsável por nossos enganos, é a alma.

A mesma alma que veio de distantes mundos e decide como usar o instrumento que possui.

Está em nossas mãos, o hoje.

Está em nossas mãos, o amanhã.

São milhares de pequenas decisões que nos levarão à felicidade mais rapidamente ou a fazer estágios mais demorados em meio à dor, a mesma dor que certamente imputamos ao próximo com nosso egoísmo e orgulho.

Filosofado por Vania Mugnato de Vasconcelos

Blog Espiritismo SEM Melindres

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