QUAM MINIMUM CREDULO POSTERIORI

Um dos temas que mais instigam aqueles que filosofam é a questão do livre-arbítrio. Afinal, haverá de fato um livre-arbítrio, existirá uma vontade livre humana, somos guiados por esse livre-arbítrio, podemos nos determinar pelos ditames da nossa vontade livre?

Ou será que as coisas já estão traçadas, desenhadas por um hipotético criador que sabe tudo, pode tudo, está em todo o lugar; ou ainda, haverá um destino para cada um, os astros no espaço sideral terão influência sobre nossa minúscula vida humana, ou uma força metafísica impessoal guiará os rumos do universo e este fará com que nossos planos deem certo porque nós queremos muito que eles deem certo, enfim, somos livres para escolher os rumos da nossa vida ou somos escravos do acaso, vítimas de um destino que não se importa com nossos quereres?

De fato, não sei a resposta para todas essas questões, eu não sei, meus leitores, acreditem. Mas já posso adiantar que o debate sobre o livre-arbítrio e o determinismo torna-se muito pobre quando se quer que um predomine sobre o outro. Ou seja, há um pouco de margem para que manobremos nossos rumos e também há um grande dedo do acaso em nossas vidas, aliás, acredito que o dedo do acaso é muito maior do que a nossa margem de manobra, esta mostra-se pequena, frágil, contudo muitas vezes decisiva, determinante, fundamental, fatal...

Ora, se eu te disser que o amor é fruto do acaso acreditará o meu leitor? E você leitora, já desanimada na busca frustrada do seu príncipe encantado, acreditará que há muito mais de acaso numa história de amor bem sucedida do que de planejamento?

É preciso ter um insight, uma habilidade, uma malandragem básica para se perceber quando alguém realmente é especial. Encontrar essa pessoa é inteiramente fruto do acaso, da sorte, feliz é quem se depara com sua alma gêmea por acaso e que percebe o potencial dessa alma juntar-se à sua para que juntas se tornem uma só.

Leitor e leitora encalhados, vocês querem encontrar o seu amor?

Então fique atento. Você deverá perceber quando o dedo do acaso der aquela ajuda fundamental para você. Daí entra a sua parte, que você poderá chamá-la, se quiser, de livre-arbítrio, nessa hora, minha gente, você deve apostar pesado. É a hora de romper, de decidir, de apostar, de se jogar de cabeça na vida sem medo de que ela se arrebente.

Perdeu a oportunidade?

Dançou, neném!

Dificilmente um amor de verdade aparece mais do que uma vez. Ele é como um cometa Halley que passa de 80 em 80 anos. E daqui 80 anos, meus leitores, você sabem bem o que seremos, não é?

Não tenha medo da vida, nem de errar, não tenha medo de nada, jogue-se de cabeça em tudo quanto fizeres, apaixone-se pela vida e pelas pessoas, faça como manda o poeta romano Ovídio:

Carpe diem, quam minimum credulo posteriori

(Aproveite o dia, crê o mínimo no dia de amanhã)

A vida não é treino, a vida é pra valer, não deixe para manhã, faça hoje, erre hoje, peque hoje... Erre o erro que você mesmo inventou, cometa o pecado que você quis cometer.

O máximo que pode nos acontecer, leitores, o máximo, é morrer. É perder a vida. E, cá entre nós, isso já é certo, não é?

Então para que ter medo? Para que hesitar? Para que imaginar que uma felicidade aparentemente impossível acabará rápido; tal a intensidade com a qual se apresenta?

A felicidade é somente para quem tem coragem.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 11/06/2011
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T3028751
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