RELIGIÃO: O QUE SIGNIFICA TER?

RELIGIÃO: O QUE SIGNIFICA TER?

Quero iniciar este texto fazendo as seguintes perguntas: Qual o real motivo de não acreditarmos em algum tipo de religião? Qual o verdadeiro sentido de religião? Por que alguns insistem em falar que não possuem provas o suficiente sobre aquele em quem devem depositar sua confiança? Por qual razão a tentativa em dirimir a ação da religião dizendo que não há resulto benéfico sobre o homem? O que está por trás da atitude diruptiva em dizer que na religião não é possível verdade que leve a algum tipo de conhecimento objetivo, mas que ela concede apenas um conhecimento subjetivo sobre as coisas percebidas e definidas?

Estas perguntas me fizeram refletir sobre o que de fato impede alguém de acreditar e possuir uma religião. A principio pensei sobre a ignorância. Dizemos: Ignorar é não saber alguma coisa. A ignorância pode ser tão profunda num indivíduo a ponto de lhe impedir que venha, a saber, o que de fato está percebendo sobre as coisas. Parece incompreensível o que vou dizer agora, mas, daí então, nem ele passa a perceber que não sabe que não sabe, tão pouco, que não sabe que é ignorante. Eu quero salientar que o estado de ignorância, também nos mantém fixos em nossas crenças e opiniões, por quais agimos e vivemos no mundo. Notem, ao que percebemos e não sabemos do que percebemos com entendimento, não havendo em nenhum momento na mente, a duvida que lhe mova a procura de novas descobertas, também é uma forma de ignorância. Nunca saberemos o suficiente sobre o que acreditamos como verdade, por isso devemos querer mais e mais verdades até que cheguemos a sua exatidão em nosso entendimento. Por exemplo: Um é um! Não é dois não é três, mas um é um. Amor é amor! Não é ódio, não é raiva, mas amor é amor. Luz é luz! Não é treva, não é penumbra, mas luz é luz. Também, Deus é Deus! Não é anjo, não é homem, mas Deus é Deus. Saber alguma coisa, diferentemente de ignorar, é com entendimento, definir sobre a coisa sabida. Ignorar o conhecimento dos fatos da religião que se revelam não é dizer não a ela, mas o não nutrir qualquer tipo de interesse em procurar saber com entendimento sobre o que se possa dela conhecer.

Pensei também sobre a incerteza. Dizemos as vezes que as definições em seu modo interpretado e aplicado é incerto como conhecimento ao entendimento. No profundo do espírito humano, no seu intelecto, sempre existirá uma centelha chamada incerteza. É importante dizer que a incerteza é diferente da ignorância. É justamente a partir da incerteza que descobrimos que somos ignorantes sobre a verdade, ou que nossas crenças e opiniões não estão dando conta como verdade para a realidade em que vivemos. As incertezas provocam-nos a um querer descobrir se existem falhas naquilo em que nós acreditamos, seja pelo que É para nós como exato, ou pelo que não É como inexato em seu significado, propriedade e razão. A incerteza faz-nos querer descobrir mais sobre o aquilo que é um referencial quando sentimos, pensamos, e agimos; ou um querer descobrir sobre o que não é como fato que represente em valor para a continuidade da existência.

É certo que, quando na mente estamos desnorteados diante dos eventos que se mostram e não conseguimos entende-los de imediato ou por completo, somos feitos reféns da incerteza. Quando assim, não sabemos o que pensar ou o que dizer da coisa percebida e isto intriga a nossa mente e frustra-nos no querer mais e mais verdade. O incerto não é um inválido, mas um incompleto em do que se pode conhecer. A religião pode não facilitar ao entendimento em tudo no que dela se revela, mas não inabilita a sua verdade em que se baseia, por não se poder saber com entendimento em seu completo que foi revelado. As incertezas ao saber religioso não são resultados como sendo de um improvável a sua verdade, mas como um resultado do inalcançável em sua verdade. Na verdade revelada a religião, nem sempre podemos dizer com precisão do que percebemos, não por sua inconsistência, mas por causa da nossa impossibilidade de perceber um todo que se mostra. A revelação dos fatos religiosos é um todo que se mostra de uma mente completa. Nossa percepção aos fatos religiosos é por partes que se completam proporcional ao que entendemos. O incerto hoje, por sua busca continua ao saber, se espera que seja o exato amanhã, em sua verdade alcançada.

Um outro blecaute por incertezas a mente, pode ser diante das situações de dor, sofrimento, choques de idéias, abuso de sentimentos e do que se diz como inverdades na interpretação dos fatos descobertos e avaliados, em sua extensão como objetos diversos de nossa experiência de vida com o outro. O que vivenciamos de bom e de ruim com o outro pode refletir na interpretação que temos dos fatos, causando incerteza as nossas opiniões e crenças. Ao experimentarmos a vida, perplexos, às vezes somos levados a dúvidas, passando a viver um sentimento de insegurança ao que se revela como verdade não vivida.

A duvida pode distanciar o indivíduo da verdade revelada o tanto que pode lhe aproximar dela em seu desejo de encontrá-la. As religiões em seu sistema dogmático por meio de seus agentes propagandistas, variam de conformidade com os interesses desses agentes, que dificultam a aproximação dos indivíduos o tanto que os aproxima do convívio religioso. O querer saber sobre religião é tão natural quanto a necessidade que se tem de conhecimento sobre as outras coisas. O conhecimento religioso é tão antigo quanto o entendimento humano apurado de uso a razão, em discernir sobre as coisas em sua propriedade, extensão e qualidade. O saber de onde viemos, do que somos e para onde iremos é a necessidade básica de todo o indivíduo, ainda que ele não manifeste ao outro, está inserida no seu mais profundo intelecto, a preocupação a ignorância, a incerteza do que se faz conhecido e a necessidade de se obter novos saberes. Na religião, não poderia ser diferente, pois é o homem quem acredita no que se revela e, para isso, crer se faz necessário conhecer em no mais profundo do entendimento humano.

Querer conhecer sobre a religião é um algo natural. Então, não podemos limitar o conhecimento religioso ao que recebemos como dogma dos agentes propagandistas do sistema. As verdades religiosas devem ser avaliadas e justificadas para então, serem satisfatória a mente e prazerosa a alma. A religião deve existir no cotidiano do homem mais do que um simples sentimento. Antes de tudo, ela deve ser provada e comprovada pela razão, com interesse, a saber, mais e mais sobre sua verdade, através da fé, inserida no âmago do indivíduo. Saliento com acentuado frisar, que sem a fé inserida ao profundo do indivíduo é impossível chegar a algum tipo de entendimento e, esta fé, é a matemática de Deus à lógica humana. A verdade revelada da religião pode ser comprometida pelo sentimento religioso com demonstração de humildade e contrição em meio a momentos de conflitos interiores, de carência e angustia, mas nunca deverá ser anulada em no que é verdadeiro dela a mente que pondera sobre ela pela fé. Dificilmente o indivíduo encontrará respostas plenas aos seus questionamentos se estiver vencido pelos desejos de uma experiência religiosa que apenas possa lhe doar algo, ou que lhe faça entender verdades que sirvam unicamente para algum tipo de jogo aos seus interesses pessoais. Indivíduos que buscam a Deus pelo que Dele possam receber ao em vês do que Ele represente, serão indivíduos compelidos a promoverem lutas pessoais, a desejarem gloria e riquezas por beneficio da religião, e a defenderem idéias inquestionáveis em contraposto ao outro. A verdade revelada que promove a religião, não se contrapõe ao verdadeiro do que foi revelado.

Ao discutir comigo mesmo sobre a ignorância, a incerteza e o saber, cheguei ao objeto fé. Se eu não tiver certezas e não formular idéias e as mesmas não der corpo a crença, viverei sem fundamento, princípios e regras. Minha existência será resumida a idéia do finito mundo de então, por não residir valores de espera ao eterno promotora de ações ao existente. Por isso, a nossa verdade deve ser solidificada e experimentada pelo poder de uma fé genuína, que vai além de um direcionamento dogmático do sistema religioso. Sem a fé, objeto de Deus a racionalidade humana para a compreensão da verdade revelada, sem ela, a lógica na racionalidade humana não funcionará, pois será como um livro de cálculos matemáticos sem uma numeração com sistema lógico de resultado verdadeiro em sua soma; sem a fé, toda a lógica humana não valerá de nada como resposta a vida, pois será um principio único de regras que resultará na idéia de um puro abstrato a construção do conhecimento sobre a verdade revelada. A fé genuína não é aquela produzida pelo sistema dogmático da religião, mas a inserida por Deus através do Seu Espírito Santo Por meio da verdade revelada, que se desenvolve a cada passo da descoberta e entendimento desta verdade.

Alguns rejeitam a fé acreditando ser um algo inexistente e objeto da subjetividade religiosa. Da mesma forma que o cientista tem fé em seus experimentos e em suas idéias conclusivas, o indivíduo religioso tem fé em seus experimentos espirituais e seu conhecimento da verdade revelada. Quando este indivíduo crer em Deus, não é o mesmo que acreditar em fantasias, ou no sentir temores a forças inexplicáveis, ou uma simples respostas aos pesadelos da vida. A fé não faz seres humanos melhores ou piores, mas facilita ao indivíduo desejoso por saber de onde veio, o que é e para onde vai, um obter esse tal conhecimento. A fé inserida por Deus a mente humana faz o indivíduo religioso ser competente e fiel em sua relação com Deus, e de atitude correta e duradoura em sua relação com outros indivíduos e restantes das coisas no mundo.

A fé conduz o indivíduo religioso a um estado de elevação de magnitude maior do que a de um membro de algum tipo de sistema religioso. A fé é um objeto que religa o ser humano a relação com Deus através da religião. A verdade religiosa cristã diz que essa religação é feita através de Jesus Cristo. Para os cristãos, Jesus é a religião verdadeira. Os gregos desejavam a verdade, o logos, crendo em sua lógica, que poderiam alcançá-la se a buscassem incessantemente. Os judeus esperavam a verdade, o logos, crendo que suas crenças o levariam a encontrá-la, por uma vida contrita, fazendo-os manter experiência com ela. Para o cristianismo, Jesus Cristo veio como resposta a esse desejo e a essa espera. Observem que o termo religião significa religação e para os cristãos, o testemunho da religião é sobre o verdadeiro de toda a verdade revelada e Jesus Cristo, que como Ele mesmo se revela em sua declaração como sendo a Verdade. Mais uma vez quero frisar um algo certo: A religião, como vínculo e ou forma de ligação a Pessoa Divina, deve causar transformações de vida com alteração no sentimento, pensamento e atitude do sujeito religioso. Para o cristianismo, Jesus Cristo como religião ao mundo, ensinou o verdadeiro sentido de ser religioso, quando demonstrou que o indivíduo religioso deve vencer as tradições que inibem o espírito adorador onde compactua o culto ao templo, as orações habituais e aos ensinos fruto de uma interpretação de puro dogmatismo religioso. Jesus Cristo por diversas vezes demonstrou em suas palavras que a religião sem um senso crítico e uma ação de mudança ao erro não é válida.

Então, o que significa ter uma religião? Ter uma religião significa saber das coisas sem desprezar do que se revela pela verdade de Deus; significa confessar as certezas da verdade revelada, independente dos dogmas humanos; significa não desprezar a possibilidade de novos saberes; significa ter seu pensamento voltado para Deus de uma maneira continua e segura sem, contudo, rejeitar ao próximo no convívio das experiências da vida; significa reconhecer um mediador, que o cristianismo pelo entendimento as Suas Escrituras Sagradas, chama de Jesus Cristo, o intermediador do indivíduo a Pessoa de Deus. Sem causar embate, mas dizendo do que se mostra na revelação divina pelas Sagradas Escrituras, se faz necessário, acreditar na verdade revelada pela fé que foi inserida a mente do ser humano, com respeito aos seus ensinamentos. Dentro desta revelação está contido, que sem fé é impossível lhe agradar. Ter uma religião significa que, o indivíduo pela fé, está ligado à verdade de Deus.