O Jardim de Orações

A oração se configura em um poderoso escudo para proteção da alma em Deus, intensifica e firma a intimidade entre o homem e o Senhor. O cristão precisa ter zelo por estes momentos preciosos, e guardá-los como rosas, perfumadas e delicadas, repletas de beleza e suavidade para os servos de Deus.

Na igreja, nós nos reunimos aos sábados, para o círculo de orações. São poucos os irmãos que se fazem presentes. Mas o convidado especial nunca falta: o Espírito Santo de Deus. Os cristãos precisam despertar para o bem que a oração nos propicia. Na oração, somos alimentados pela Palavra, pelo louvor e pelo contato direto com o nosso criador.

De forma sobrenatural, o coração pulsa acelerado, os olhos lacrimejam, os corações ficam quebrantados diante do Senhor. Pela fé, passamos a contemplar o Trono da Graça e o nosso clamor é levantado, a nossa voz ultrapassa a atmosfera e nos chega a certeza de que Deus estar a nos contemplar e a sua unção é derramada sobre nós.

No último sábado, o irmãozinho que levantou a oração inicial pediu ao Senhor para se fazer presente, em nosso Jardim de Orações. Uma comparação poética e sensata. Naquele espaço e naquele momento entregamos as nossas petições ao Senhor; com confiança e amor. O Espírito Santo recebe as nossas sementes, prepara a terra, fortifica-a e as nossas lágrimas as regam. As nossas orações são rosas que florescem naquele jardim. Nós somos agraciados com chuvas de bênçãos derramadas sobre nós.

O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, nos exorta para que tomemos a Palavra de Deus e persistamos orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos. (Ef. 6. 18). O próprio Senhor Jesus, no deu o seu exemplo, quando no Jardim do Getsêmani, afastou-se e orou ao Pai. A nossa alma necessita das orações que fazemos a Deus, pois elas possibilitam o diálogo direto com o Senhor todo-poderoso, e permite ficarmos mais próximos dEle, o que constrói entre nós e o Pai um relacionamento íntimo e sincero.

No jardim de orações, ajoelhamo-nos diante dEle. Isto parte do reconhecimento de que o Senhor é soberano, é o Deus de nossa salvação e rico em misericórdias. A grandeza de Deus é notável e precisamos nos curvar, pois somos apenas servos clamando por sua presença e pelo seu agir em nossas vidas.

Desde os meus primeiros dias de cristão, eu me tornei apaixonado pelos momentos de oração com os irmãos. Na época, eu congregava numa igreja de outra cidade. Então eu decidia por visitar os irmãos mais próximos e participar dos seus círculos de orações.

Eu sempre me esforçava para estar presente nestes momentos sublimes na presença do Senhor. Foram eles os principais responsáveis pelo atual quebrantamento do meu coração na presença de Jesus Cristo. Estes momentos me revelaram e revelam um Deus que me apaixona sempre mais.

Muitas vezes, a alma cansada encontra repouso. O fardo pesado é retirado. O coração aflito recebe o afago do Senhor. Ele, somente Ele, nos faz repousar em pastos verdejantes e nos guia em tranqüilas águas (Salmo 23). Sementes de fé brotam em nossos corações, florescem sem cessar. É o Senhor que age em nosso favor, e concede-nos a sua graça e a sua justiça.

A oração é uma das formas de buscarmos ao Senhor Jesus Cristo. E Sempre que o buscarmos, Ele se deixará encontrar. É dele que precisamos, pois Ele nos compreende em tudo, em todas as situações. Jesus Cristo nos compreende porque é Deus-homem.

Max Lucado, em seu livro “O Salvador mora ao lado” coloca que "se Jesus fosse apenas Deus, Ele poderia nos criar, mas não nos compreender. Um Jesus apenas homem poderia nos amar, mas jamais nos salvar” (p.18). No entanto, nós temos um Jesus que é Deus-homem, e como o autor ainda coloca um Jesus perto o suficiente para ser tocado. Forte o suficiente para confiarmos. O Salvador que está bem ao nosso lado. Esta é a fé do Cristão, perceber que o Senhor é poderoso, próximo e nos ama. Esta fé que brota em nossos corações nos faz perceber o quão irresistível é o maravilhoso Deus.

A intimidade com o criador nos concede sabedoria e possibilita vivermos não mais segundo as obras da carne, mas segundo o Espírito Santo de Deus. De manhã cedo, no início das atividades, na igreja, em nossas conversas interiores, o nosso relacionamento com Deus deve prevalecer. No Jardim de orações, o diálogo com o Senhor precisa transbordar, e estarmos abertos para o Espírito Santos nos inundar, pois é Ele quem nos abre o entendimento de quão amoroso é o nosso Deus e Senhor.

Por vezes, fico a imaginar como deve ter sido lindo o momento em que o Pai falou a Jesus e as palavras que ele deve ter usado: “Filho, é chegado o momento. Você vai à terra. Nascerá numa cidade pequena, sem brilhos, será filho de uma camponesa. Vai ser um carpinteiro humilde. Mas quando abrir a boca, a minha Glória estará sobre você; e vidas se renderão aos teus pés e reconhecerão que você é o Senhor.

Nós podemos contemplar este cumprimento ao longo da história. Quando Jesus se revela a alguém, não é possível resistir. Todos se prostram diante de sua santidade e de seu amor. E o confessam verdadeiramente como o Rei-senhor. É um novo entendimento que chega ao ser humano.

O Pastor Neto, em seu livro “Como viver uma vida sobrenatural” ressalta com sabedoria que quando você andar na dimensão do sobrenatural de Deus tudo ficará diferente em sua vida. Você vai parecer estranho, e as pessoas vão ter dificuldade de entendê-lo, pois as suas prioridades vão mudar. O céu se descortinará perante os seus olhos, e a sua leitura da realidade será mais diferenciada, pois será mais apurada (p.57).

Não podemos perder a visão verdadeira de Deus, para isto precisamos viver o sobre natural, buscá-lo na Palavra, no louvor, no jejum e na oração. Tendo o discernimento de que a oração penetra a Palavra, penetra o louvor, e também o jejum, pois é a nossa comunicação direta com o Rei.

No livro “Fontes no Vale” (p.218, 219), Cowman relata a história de uma senhora idosa, de cabelos brancos, que, com lágrimas a rolar pelo rosto vincado de rugas orava por seu filho. A senhora trabalhava lavando roupas e incessantemente orava ao Senhor pela conversão do filho, um marinheiro que se tornara um homem muito ímpio.

Esta cena é importante para se refletir. A mãe cria no poder da oração e na regeneração do filho. Quando lavava roupa, orava. Deus ouviu a intercessão da mulher, assim como escuta todas as orações que fazemos no nome de Jesus. O marinheiro ímpio se converteu ao Senhor e tornou-se um marinheiro pregador do evangelho, que converteu muitas outras almas para Cristo. Dentre as almas que se converteram através dele, estava um cantor que usou o seu talento para o Senhor e através de hinos maravilhosos converteu para Cristo milhares de corações endurecidos. Tudo isso foi resultado das orações de uma mulher que aceitou a palavra de Deus com convicção. Orou e confiou.

Assim, devemos ser nós, permanecermos sempre na presença de Jesus, com súplicas e orações, edificando-nos na Palavra e confiando que o mesmo Senhor que é poderoso para vencer a morte e bondoso para nos dar a salvação é também poderosos para intervir em qualquer momento da história e bondoso para agir em nosso favor. Com esta confiança, devemos viver descansando em Deus, e entoando aleluias ao Rei.

Nonato Costa
Enviado por Nonato Costa em 10/07/2011
Código do texto: T3086375