Empresa faz campanha de incentivo à leitura

Hoje, pela manhã, li esta notícia que segue abaixo e que muito me alegrou.

“Gerundismo” leva empresa a fazer campanha intensiva de leitura e escrita

Marina Rosenfeld

Karina Costa (colaboração)

especial para o GD

O uso incorreto da língua portuguesa pelos profissionais brasileiros tem sido uma preocupação constante das empresas. Para evitar “gerundismos” e vícios de linguagem, a TMS Call Center, de telemarketing, iniciou uma campanha que inclui de leitura de livros em horário de trabalho a concursos de poesias.

Na primeira etapa foi lançada a Semana do Livro para promover a troca de obras entre os funcionários. Durante o expediente são lidos trechos de livros de autores consagrados da literatura brasileira. Cada funcionário vira um contador de história e divide com os colegas suas leituras preferidas.

A segunda fase é composta por palestras com especialistas e autores sobre temas como “gerundismo”, “etiqueta”, comunicação escrita, vícios de linguagem, gramática, lingüística e pronúncia.

Por fim, foi criada a Semana da Poesia que premia os melhores poemas escritos por funcionários sobre temas comuns ao cotidiano da empresa.

.................................................

Apesar de uma certa "pressão" hierárquica, devo dar os parabéns a quem a instituiu.

Infelizmente, no Brasil, a leitura por vontade própria é muito pouco difundida. É lamentável que a iniciativa para com a leitura, parta de um chefe como coisa obrigatória. Assim acontece também nas escolas, com os jovens. A obrigação de ler para se conseguir uma boa nota numa prova, faz com que a leitura passe a ser vista como um dever e não como um prazer. Desta forma ela é vista como uma coisa ruim, isto é, somente uma obrigação no período escolar. Isto implica que, acabou-se a escola, acabou-se a leitura.

Penso eu que se a leitura fosse estimulada como um hábito, vindo de pais para filhos, desde os primórdios da infância, o mundo literário seria outro. O problema é que o número de analfabetos ainda é alto, a educação ainda é precária e, pior ainda, as pessoas de baixa renda ainda são a maioria da população. O preço de um livro, daria para essas pessoas comprarem dois quilos de carne. O que você acha que vão preferir?

Vejo com bons olhos a iniciativa desta empresa, porém ainda vejo um futuro muito nebuloso para o mundo literário pois, enquanto o desenvolvimento social e educacional no país não for revisto e se não houver a implantação de medidas que visem este desenvolvimento, o mundo literário continuará sendo o que é hoje, um mero hobby para pessoas de melhor poder aquisitivo. Infelizmente esta é a realidade.

Alma Collins
Enviado por Alma Collins em 05/12/2006
Código do texto: T309804