ANÁLISE TEMÁTICA: O PAPEL DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR - ALUNO
Observa-se nas teorias pedagógicas de diversos autores, entres os quais podemos citar Henri Wallon, Jean Piaget e Sigmund Freud que a afetividade na relação professor aluno é imprescindível.
“(...) a afetividade e a inteligência se misturam, havendo o predomínio da primeira e, mesmo havendo logo uma diferenciação entre as duas, haverá uma permanente reciprocidade entre as duas, haverá uma permanente reciprocidade entre elas.” [ Wallon ]
De certa forma o ser humano na medida em que se desenvolve, deixa de ser puramente orgânico, passando ao afetivo e para a vida racional.
O professor tem a tarefa de incitar o espírito de cooperação e solidariedade (trabalho em equipe), tomando consciência de sua responsabilidade na colaboração com seus alunos, modificando sua forma de trabalhar de acordo com a individualidade.
É importante que o aluno perceba a escola como um ambiente de aprendizagem diferente de sua casa, é preciso haver uma relação pessoal entre ela (criança) e o educador.
“Todo processo de desenvolvimento inerente ao ser humano passa pela dimensão social, envolvendo cognição, afeto e moral.”
[ Piaget ]
É importante entender que no decorrer do processo do desenvolvimento a afetividade atua como uma energia que define as ações mostrando mais uma vez a importância da relação professor aluno, uma vez que é o professos que irá auxiliar o aluno na busca do conhecimento intelectual e até mesmo do seu auto – conhecimento.
“O desejo de saber e a necessidade de compreender estão dentro de cada criança e vão se prolongar através das inúmeras perguntas que ela vai fazendo, pois a curiosidade e o prazer da descoberta e o conhecimento fazem parte da própria dinâmica da vida” [ Freud ]
Por isso observa-se mais uma vez que é necessário que o educador esteja preparado para se relacionar com o aluno de maneira a satisfazer sua busca pelo conhecer, sem com isso direcionar o seu conhecimento nem desestimular sua aprendizagem.
Observando o filme Adorável Professor, observamos como inicialmente o professor não queria ser professor, e desta forma não interagia positivamente com seus alunos, observava-se que a aprendizagem não acontecia facilmente pois os próprios alunos não se relacionavam com o professor.
Como passar do tempo o professor foi modificando seu modo de agir, sua forma de se relacionar com os alunos, passou a observar particularidades individuais, passou a dar mais assistência se envolvendo de forma mais afetiva com a classe, a partir de então pôde-se constatar um aumento de produção no conhecimento dos alunos advindo justamente da forma mais afetiva como estava se processando a dinâmica da classe.
O professor ensinava com amor, com gosto e os alunos tinham desejo de aprender.
No episódio em que o professor desestimula uma aluna que não conseguia tocar direito o clarinete, aconselhando que ela desistisse do instrumento mostra como se faz necessário haver uma saudável relação professor / aluno, uma interação pessoal entre ambos. Após perceber que havia magoado a aluna o professor desculpa-se e a incentiva a treinar mais...no final ela aprende a tocar magnificamente.
Observa-se também como professor (pai) não conseguia ensinar nada ao aluno (filho) pela falta da relação afetiva entre ambos, que só após haver a interação entre eles e que se pôde observar a aprendizagem do que o pai queria ensinar ao filho bem como do que o pai também aprendia com filho.
Diante de tais comprovações fica estabelecido que é imprescindível a existência da afetividade na relação professor aluno para que efetivamente haja aprendizagem satisfatória.
BIBLIOGRAFIA
COLL,César (Org.) O construtivismo na sala de aula. São
Paulo: Ática ,1999.
Texto: Disponibilidade para a aprendizagem e sentido da
aprendizagem. – Isabel Sole.
Revista Educação: Ano 7 nº 9/ 10dez.98/ jul.99 issn 0104-5555
Texto: Relação professor aluno no contexto ensino – aprendizagem e sua exigência para o próximo século. - Maria Gomes B. Kullok.
Revista Educação: ano 7 nº 11 dez. 99 issn 0104-5555
Texto: A importância da afetividade na relação professor – aluno. - Rosa M. S. Silva.
L.M.J.
26/11/2001