OS ANOS NA VIDA...

OS ANOS NA VIDA

Estive pensando se os anos passam por nossa vida, ou passamos pelos anos na vida? Parece mais uma indagação a questões subjetivas, mas, na verdade, vem a ser um interessante questionamento sobre a nossa realidade, como se ficássemos diante de um espelho. Quando entendemos desta forma, olhamos para nós mesmos e percebemos o tempo passando e, o sentimento de não termos feito muita coisa em proveito da vida. Nestas horas de reflexão, às vezes, percebemos que passamos pelo tempo como uma centelha de fogo de uma grande fogueira... Ligeira, passageira, e que se desfaz ao vento sem deixar rastro, apenas cinzas ao esquecimento. Continuei a pensar, agora fazendo alguns questionamentos: Como seria viver sem ser esquecido, vencido pelo tempo dos dias na eternidade? Pensei um pouco mais: Como seria a eternidade de um tempo sem mudanças alguma dos momentos de desprazeres, ou de prazeres eternizados pelo amor? Como seria a eternidade sem passagem alguma de saída ou entrada do gosto de sentimentos verdadeiros? Pensando um pouco mais, fiz mais um questionamento: Como seria a eternidade sem nenhum sentido, apenas um vazio em tom de melancolia, pelas rugas aparentes, cicatrizes presentes de males sofridos, velhice que desfigura o belo de antes, quando do tempo de quando surgimos? Outros questionamentos surgiram: Seria o merecido a todos nós, uma eternidade de dia em dia, tendo como resultado o peso dos nossos erros? Devemos esperar uma eternidade com peso de ressentimentos de dor pela culpa do que fizemos ou deixamos de fazer ao outro em nosso egocentrismo? E a eternidade que desejamos, devemos vivê-la com o peso da angustia diante do tudo que percebemos do mundo, destituído de um bem válido ao merecimento da gota de esperança, por ela, ao que se possa obter no amanhã? Agora quero que pensem comigo na afirmação que faço: A esperança do amanhã por Cristo Jesus é a chave para a eternidade! Notem: Vivemos nossos anos com expectativa de um futuro melhor e desejos de ganho suficientes a aliviar a certeza de que os anos são passageiros, correm rápido e, por tanto, necessitamos conquista-los o mais depressa possível. Descobrimos logo cedo que o mundo, às vezes, é cruel e atenuante à espera pelo bom viver. Mesmo assim, devemos ter esperança em Cristo Jesus! Então, enquanto houver esperança, a expectativa do amanhã, gera a certeza de que passaremos nos dias da vida, momentos importantes para a demarcação de nossa história, salientando, todos, através das experiências por nós vivenciadas, sejam estas experiências negativas ou positivas a vida. É de grande valia para o conhecimento a vida, que pensemos no tipo destas certezas. Certeza de que, do primeiro ao último ano que experimentarmos o existir, nós viveremos os efeitos das lagrimas e dos sorrisos, a paciência do aguardar a chegada e da partida, o gosto da frustração e da realização, o sentimento da glória e do fracasso, a descoberta do aparecimento e do desaparecimento, a aceitação da construção e do desmoronamento, e, todas, uma a uma, são as experiências da vida em nossa existência. Sendo assim, eu expresso a minha esperança a tua vida: Que o próximo ano e tantos outros que vivas sejam lentos quando do gosto deliciardes, e rápidos quando por tristeza te atormentares; que eles sejam motivo a compreenderdes o cuidado de Deus a tua vida, que nunca desiste de você e sempre estará pronto para atender as tuas solicitações; que o experimentar a passagem dos anos não seja apenas mais uma comemoração a cada inicio, mas o ser especial por todas as boas experiências vividas, por todas as indesejáveis experiências sofridas, e por toda que produzir em você e para os seus, a esperança do bem viver esperado. Percebas que, tudo, boas ou más experiências, degustadas como se fosse o néctar de um bom vinho, surpreendentemente, servirá como marco para todos os anos que te venham à frente, sendo a prova de que o amanhã em sua espera, te fará a vida em sua continuidade, o maior ganho a tal existência.

Por Ricardo Davis Duarte

Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil

Professor no Seminário Teológico Batista Nacional - PE