QUEM MATOU A NORMA?

Não, este não é um artigo destinado aos fissurados nos suspenses de Gilberto Braga. Minha pergunta é sobre a norma de comportamento ético no congresso nacional. Quem matou a norma? Ou melhor, quem iniciou a carnificina de valores nas esferas políticas do Brasil?

Uns dizem que foi a Wanda. A imagem da mãe consumista que defende o filho assassino e ladrão a qualquer custo. Matar a ética é uma solução. Documentos secretos confirmam que Wanda nasceu no Maranhão, o que não chega a ser crime, mas já é um bom começo.

Há quem diga que foi o Leo. O representante do neocoronelismo. O cafajeste bem apessoado de colarinho branco que usa abotoadora e sabe de cor as melhores safras de vinho. O canalha que prega os bons costumes familiares, mas só consegue gozar com as vagabundas. O sujeito com cara de anjo, mas que tem um coração de demônio. O politico estudado que tem argumentos plausíveis para justificar suas falcatruas. Leo é o retrato vivo da nova liga dos pilantras. A Imagem é tudo.

Existem também os que desconfiam de Ismael, o jagunço-michês. O que não é impossível afinal a Norma ética no Brasil provavelmente foi assassinada por encomenda, ou quem sabe um jagunço cansado de seguir ordens resolveu fazer justiça com as próprias mãos, mas seguiu a óptica do opressor.

Eunice é a típica rica sem recurso e assume a figura da classe média. Num ato tresloucado e sem nenhum objetivo claro, Eunice matou a Norma porque desejava ser da Elite, e como se sabe, pra ser elite no Brasil muita gente teve que manchar as mãos de sangue.

Tem gente acreditando que foi Wagner o representante da justiça. Ela percebeu que a Norma atrapalhava seus conchavos, e que morta a Norma, ele poderia colocar a mão numa grana preta.

Mas eu tenho meu palpite. Quem matou a Norma foi a tia Nenê. A professora aposentada e quase alcoólatra que num repente de loucura matou a ética por pura diversão. Desprezada em sua função, Nenê matou a Norma pra ver o circo pegar fogo...

Trocando em miúdos, agora a Norma é morta. Quem matou, pouco importa... Agora resta-nos aguardar as cenas dos próximos capítulos deste novelão insensato chamado Brasil. Quem sabe um dia acaba...