SER MÉDIUM

Para PEDRO PRUDENCIO

Resumo Marizélia

Boa noite Dr. Pedro

Iluminada pelos ensinamentos do meu avô João Costa e pelos livros de Allan Kardec, principalmente, preparei um resumo para a atividade que antecedeu a sua palestra no Centro Espírita Olhar de Maria, na tarde do dia 20/08/2011. É resultado do estudo que estamos iniciando sobre a Doutrina Espírita.

Grata pela atenção e carinho

Marizélia Ribeiro

SER MÉDIUM

Estudo da Doutrina Espírita – atividade que antecede a palestra do dia 20/08/2011, no Centro Espírita Olhar de Maria (São Luís/Maranhão/Brasil) – Marizélia R. Costa Ribeiro.

Medium é um termo latino que significa aquilo que está no meio, a parte central ou um estágio intermediário (OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1968).

Allan Kardec utilizou este termo para definir “[...] toda pessoa que sente a influência dos espíritos, em qualquer grau de intensidade [...]” (KARDEC, 1998, p. 179). O Espírito do médium é o intérprete.

Todos nós somos médiuns, de alguma forma. O que isto significa? Que podemos sentir a presença de espíritos (mediunidade), sejamos homens ou mulheres, adultos ou crianças e etc. Não depende de nossa moral ser ou não médium. Já nascemos com essa característica. Podemos ou não desenvolvê-la (KARDEC, 1998; 2003). Sendo assim, não é um privilégio de poucos.

Todavia, comumente, chamamos de médium a pessoa que tem a faculdade mediúnica bem caracterizada e que se mostra de forma clara para outras pessoas (KARDEC, 1998).

Ao ser humano encarnado não foi dado o poder de definir como será a comunicação espiritual. Existem condições para que a comunicação aconteça. Um espírito desencarnado não falará conosco apenas porque é a nossa vontade; um espírito sério não responderá às perguntas curiosas; os espíritos de ordem inferior andam por toda a parte e se comunicam mais frequentemente (não é raro que zombem e transmitam inverdades) (KARDEC, 1998, 2003).

A causa física da mediunidade: assimilação dos fluidos perispirituais do médium e do espírito desencarnado. Sua causa moral: está na vontade do espírito que se comunica. Para que um espírito se comunique, é preciso: a) que lhe convenha; b) sua posição ou ocupação lhe permitam; e c) que encontre no médium um instrumento apropriado à sua natureza (KARDEC, 2003).

Os animais podem ter uma percepção extra-sensorial, mas não devem ser considerados médiuns (KARDEC, 1998).

Outras doutrinas e correntes filosóficas utilizam termos como clarividente, intuitivo e sensitivo para expressar situações que possam parecer comunicações entre espíritos (KARDEC, 1998).

O seu uso, para o bem ou mal, depende da moral do médium. Boa moral faz com que as comunicações se façam com bons espíritos (KARDEC, 1998).

Não devemos acreditar em todas as informações que os espíritos nos dão. Estudo e prática nos ajudarão a separar boas de más informações (KARDEC, 1998).

A mediunidade não é igual para todos, quanto ao tipo de comunicação e à intensidade. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos de uma ou outra ordem. As principais variedades são: a) médiuns de efeitos físicos (aptos para produzir fenômenos materiais – movimentos dos corpos inertes, ruídos e etc. – as primeiras manifestações foram meses girantes e falantes); b) sensitivos (sentem a presença de espíritos); c) audientes (como se fosse uma voz de dentro falando ou ouvem uma voz externa); d) falantes (é o que empresta a fala); e) videntes (os que vêm espíritos, regularmente – diferente de casos isolados como próximo à morte); f) sonambúlicos; g) curadores (dom de curar pelos gestos, olhar, toque e etc. – curadores podem não saber que possuem o dom de curar); e h) escreventes ou psicógrafos (os que escrevem, com o espírito atuando sobre a mão ou o pensamento do médium – é a forma mais completa e regular entre quem os espíritos que se comunicam) (KARDEC, 1998; 2003).

As comunicações podem acontecer de maneira involuntária (o médium pode nem mesmo perceber a comunicação) ou facultativa (o médium deseja e se prepara para a comunicação) (KARDEC, 1998; 2003).

Não existe uma receita para formar médiuns. Nenhum exame que possa garantir que uma pessoa tenha essa faculdade. O estudo e a prática é que podem revelá-la (KARDEC, 1998, 2003).

A prece é fundamental para a comunicação. A calma, o recolhimento e uma vontade séria, perseverante, contínua e sem impaciência são essenciais (KARDEC, 1998).

Não se deve desenvolver a faculdade mediúnica em crianças e adolescentes. Nessas fases da vida, a mediunidade pode ser utilizada como um brinquedo e não é isenta de inconvenientes e perigos. Não há idade precisa para começar a desenvolver a mediunidade. A iniciação depende do desenvolvimento físico e, principalmente, do desenvolvimento moral. (KARDEC, 1998; 2003).

“[...] A natureza da faculdade mediúnica opõe-se, pois, a que ela sirva de profissão, à vista de sua dependência de vontade estranha à do médium [...]” (KARDEC, 2003, p. 98-99).

Resumindo: estudar e praticar (KARDEC, 1998, 2003).

REFERÊNCIAS

KARDEC, A. O livro dos médiuns. Tradução de J. Herculano Pires. São Paulo: LAKE. 1998. p. 448.

______. O que é Espiritismo?. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. 1998. p. 224.

OXFORD UNIVERSITY PRESS. Oxford Latin Dictionary. London: Oxford University Press, 1968. p. 2126.

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 22/08/2011
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