E a luta continua!

Lá se vai o tempo em que bastava ao concurseiro comprar uma boa apostila em qualquer banca, a verdade é que os concursos públicos estão cada vez mais concorridos e o desgaste e estresse emocional envolvidos cada vez mais intensos. É até de se estranhar que para a grande mídia, só o vestibular chame atenção nesse aspecto. Todos os dias, mais e mais pessoas atraídas pelos benefícios de se trabalhar para o setor público ingressam na luta árdua e cotidiana em busca do "seu lugar ao sol." Visam uma boa remuneração e estabilidade e não ter de passar pelas incertezas do mercadoprivado. Contudo, antes da bonança vem a tempestade. Primeiro, há de familiarizar-se com várias disciplinas nunca antes estudadas. Há de se vencer - no caso de grande parte dos concurseiros - a resistência àquelas inúmeras leis e jurisprudências, com seus textos áridos, cheio de termos técnicos e jurídicos - quem não é da área de direito então, sofre um bocado - a pressão de familiares, amigos e conhecidos. O pior de tudo é aquela sensação de fracasso, quando ao término de uma prova aparentemente tranquila, se descobre a posteriori que não se atingiu o objetivo esperado. Em meio a tudo isso, ainda tem os sacrifícios, seja de quem larga o trabalho para se dedicar exclusivamente aos estudos, ou dos concurseiros em geral, que abrem mão de várias de suas paixões para se dedicar com afinco aos estudos. Ainda assim, terá sempre alguém para desestimulá-lo, colocá-lo para baixo, ou cobrá-lo para além das expectativas possíveis e saudáveis. Alguns especialistas dirão que um concurseiro deve agir feito robô, parando de estudar apenas para comer, dormir e tomar banho; embora não o digam com essas palavras. Outros dirão que apenas ao fazer cursinho atrás de cursinho, o candidato estará apto. "Receitas" de como se estudar, ou do contrário, encontrar-se-ão aos montes, e para cada pessoa elas podem ou não fazer a diferença. De fato, uma das poucas certezas que se pode ter acerca do assunto é conforme diz o guru William Douglas, em concurso público, se estuda até passar. E cabe a cada pessoa, encontrar o melhor método e seu diferencial. O que funciona para um, não necessariamente funcionará para outro. Estudar feito um robô, ao meu ver, gerará um efeito similar ao do trabalhador workaholic, estresse e desequilíbrio nos demais aspectos relevantes da vida. É preciso muita força de vontade, autoconfiança, dedicação, esforço e o principal: disciplina. E ter a ciência de que sucesso só vem antes de trabalho no dicionário. O concurseiro deve antes, enxergar-se como um maratonista, daquele que enfrenterá obstáculos, períodos de desestímulo e fraqueza, mas que ainda assim, deve sempre dar o melhor de si, até alcançar seu maior e principal objetivo: a vitória!