LOBOS NA PELE DE CORDEIROS

O professor é uma extensão da família, onde media o aluno a construir conceitos. Tentamos contribuir com todo profissionalismo e carinho para uma educação de qualidade para o alunado em geral. Não temos o poder de interpretarmos artigos da Constituição Federal em nosso favor e aumentarmos nossos salários de forma extravagante. Mesmo que tivéssemos teríamos vergonha na cara e idoneidade moral para não efetuarmos tal ato, pois conhecemos de perto a realidade de famílias que vivem à mingua com um salário mínimo ou menos. Se olhássemos pela ótica da importância do trabalho, garanto que em todo país que se preza e ousa crescer com justiça social e dignidade, seríamos vitais para o processo de desenvolvimento. Mesmo assim, não recebemos ajuda de custo, vale transporte, vale moradia, vale vestimenta. Geralmente acontece o contrário, nossos aumentos não passam de três por cento, ou em uma negociação pautada em greves e vários prejuízos para a população escolar, saímos com uma ótima e utópica margem de aumento de quatro por cento sobre um salário execrável. Se dependêssemos exclusivamente de nossos salários educacionais para vivermos e não exercêssemos outras atividades, vestiríamos “trapos e “farrapos e estaríamos anoréxicos, não para mantermos um “corpinho de modelo” mas porque, as despesas com moradia e alimentação consumiriam nossos rendimentos.

Como ser exemplo e incentivo de educação num país onde semi-analfabetos na sua empreitada política ganha trinta ou cinqüenta vezes mais do que o professor em sua profissão? “Almoçar e jantar” alfarrábios não adianta muito perto dos lobistas políticos!

Obviamente que a proposta de aumento de salários dos “nobres” deputados deixou o povo brasileiro abespinhado. Logicamente que alguns comissionados para tratar de assuntos de outrem, eleitos para tal desiderato, não cometerão tamanho despautério compactuando com aberrante derrisão. O povo do Brasil, infelizmente continua donzel nas mãos ardilosas, nefastas e ferinas de alguns “políticos” que abrem chagas na Democracia brasileira. Novamente o presente natalino da população brasileira começa a se espalhar pelos ares do nosso imenso país, trazidos por ventos que sopram de Brasília o fedor da imundície de uma “corrupção” legalizada, que insiste e encontra fecundidade na legislação pátria. Uma legislação que é complacente e faustosa, mas na prática coroa ações estarrecedoras de falta de moral que vem ao longo dos anos sob a égide de uma Democracia moldada num estilo acrítico, espalhando uma ferruginosidade que corrói os baldrames de um Estado Justo e Solidário.