Oferta Maior

PALAVRAS DE VIDA

Pastor Serafim Isidoro.

A OFERTA MAIOR

A melhor definição que se possa fazer acerca da caridade é a de que o amor é o sentimento de dar. Quem ama doa. Assim como a saudade que sentimos dentro do peito, o amor é interior, antes de exterior. Impulsiona-se em direção ao outro. É força maior do que a razão e nunca falha. Vence barreiras, rompe fronteiras, esterna-se.

O amor – agapê, na língua grega – é palavra feminina e expressa a maior virtude que uma mulher possa ter. Geradoras do ser humano, originalmente à imagem de Deus, as mulheres melhor definem essa virtude no afã de seus lares, seus filhos e seu marido. Tornam-se, elas, cooperadoras de Deus na criação e na sustentação da vida. Quando a Nova Aliança preceitua: "Maridos, amai vossas esposas", está se referindo à reciprocidade da dádiva de Deus: o amor.

Duas mulheres exemplificam o amor, em atos extraordinários, nos escritos dos Evangelhos. Uma em casa de certo fariseu; outra, em casa de Lazaro ou de Simão o leproso, como queira o evangelista Mateus. A primeira delas foi alguém devedor à honra e a sociedade. O contato auditivo, visual, e depois pessoal com Jesus, o Mestre que viera da Galiléia, jovem no Seu aspeto, altaneiro em Suas ações. De estatura elevada e, por certo, de olhar penetrante, puro, singelo, mas de autoridade, torna-se alvo das atenções.

A presença da santidade Dele perturba-a. Fica fascinada e movida pelo Espírito que convence do pecado, da justiça e do juízo. Sente ela o peso dos seus pecados e de suas próprias culpas. A convicção feita pelo Espírito de Deus nos conduz a lagrimas. "Ai de mim que vou perecendo" exclamou o profeta Isaias, outrora debaixo dessa mesma convicção. A mulher ajoelha-se e então, prostra-se aos pés do Salvador. É Ele o Messias, o livrador que tira os pecados do mundo; a luz e a vida eterna que veio do céu. As lágrimas dela se tornam abundantes ao ponto de lavar os pés Daquele que é o alvo de um sentimento novo para ela: um amor santo.

Essas lágrimas denotavam o arrependimento que lhe vinha à alma. Enxuga-lhe os pés com seus longos cabelos, indicando assim uma relação ainda maior. Unge-os com perfume, já que não se julga digna de levantar-se para ungir-Lhe os cabelos. Aí o amor pelo que é puro e divino. Jesus é o Senhor, e declara publicamente: "Ao que muito ama, muito se lhe perdoa; por isto os muitos pecados desta mulher lhe são perdoados, porque ela muito amou".

A outra mulher que ungiu o Mestre foi Maria, irmã de Lazaro, aquele que Jesus ressuscitou dos mortos. Parece serem abastados, dado o alto valor e a quantidade do balsamo que ela aplica aos pés do Senhor. Aqui a situação da unção é diferente da que teve a primeira mulher. Trata-se de uma unção de gratidão. Lazaro estava vivo, mercê de Deus. Para uma grande dádiva, a vida, uma grande oferta de amor. Era o que ela, ou eles, tinham de melhor. Um perfume e o amor de seus corações gratos a Deus. A flagrância encheu o ambiente. Era uma grata homenagem. Jesus é o amigo, o Mestre, o Salvador.

Ambas, ofertaram-Lhe o que tinham de melhor: o amor.

Só Jesus.

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O Pr. Th. D. Honoris Teologia, D. D. Serafim Isidoro oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br

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