Você sabe com quem está falando?

Quem já não presenciou alguma situação onde esta estúpida frase foi proferida? Seja com fins de exibicionismos de titulação profissional, abuso de autoridade, obtenção de vantagens, etc. Sempre há indivíduos que se julgam superiores aos outros. Existem inúmeros exemplos que podem ilustrar esta concatenação. Cito um caso no Rio de Janeiro, – ainda custo a acreditar – onde um cidadão, juiz de Direito, exigiu judicialmente que seus vizinhos de condomínio o chamem de DOUTOR. O pior de tudo é que ele ganhou o processo! Processo este custeado com o dinheiro do contribuinte!!

Agora imaginem os vizinhos deste magistrado no elevador do prédio:

- Será que chove hoje Excelentíssimo Senhor Doutor?

Há se tivéssemos no papel o número de doutores que escutamos no dia a dia! O país seria uma nação de gênios. Uma nação que saberia o significado da palavra “douto”, isto é, - segundo o Grande Dicionário Enciclopédico Brasileiro-, aquele que é erudito, aquele que tem conhecimento. Sendo assim não ocorreriam cenas patéticas de indivíduos medíocres que necessitam do reconhecimento do outro para se auto afirmarem.

Para um doutor de verdade, aquele que defendeu tese, a titulação tem notória importância. Pois ele sabe que tem o conhecimento para deixar como legado, e não um monte de letras para anteceder o seu nome.

Se um indivíduo busca respeito, que seja pelo exemplo de sua conduta, e não pela sobrepujação do seu status social. Do contrário, não é o respeito que é buscado, e sim, uma forma de imposição social. Esta imposição social perante os outros é uma forma equivocada de realização pessoal. Pois o indivíduo, na sua escala de valores, acaba por preceder o ter ao ser. Assim, esquecendo-se que seus bens, títulos e corpo virarão consegüintemente, sucata, alimento para traças e alimento para vermes. Portanto revise seus conceitos e veja pelo que que você se orgulha!