O ENSINO DE ARTES: UMA AQUARELA QUE NUNCA DESCOLORIRÁ: EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES

Marta Cosmo

martacosmo@gmail.com

Universidade Federal do Pará

RESUMO: Este trabalho se expressa em um relato de experiência e tem como objetivo apresentar reflexões gerais sobre o ensino de artes no Brasil e sobre pesquisas e relatos de experiências; uma sobre a influência do meio social na expressividade infantil através de desenho e outra sobre a interdisciplinaridade e transversalidade da arte educação. Os autores que se fizeram presentes pela relevância de suas idéias foram: Maura Penna, Ana-Mae Barbosa, Rodrigo Bozi, Ferret, Elliot Eisner e Kandinski.

ABSTRACT : this work is expressed in a reporting experience and aims to present general reflections on the teaching of Arts in Brazil and about surveys and reports of experiences; one on the influence of the social environment in infant through drawing expressiveness and another about interdisciplinarity and transversality of art education. The authors present the relevance of their ideas were: Maura Penna, Ana Mae Barbosa, Rodrigo Bozi, Ferret, Elliot Eisner and Kandinski.

KEYWORDS: art, education, expressiveness, interdisciplinarity, transversality.

INTRODUÇÃO

Penso a educação como o lugar, ou meio mais adequado para a construção de um mundo melhor, pois é no mesmo que se constrói, em parte o caráter, os valores de uma sociedade e enfim a identidade de um povo, do que é ser um ser humano. Se a educação familiar falha (e é o que mais se tem visto na atualidade, famílias totalmente desestruturadas jogadas ao vicio, às misérias humanas, e as crianças são as maiores vítimas desse desastre moral, econômico, político-social); se a comunidade descuida-se de seus filhos e na presença deles materializa todo tipo de violência, a escola não deve falhar. Assim penso que é imprescindível a preparação dos futuros educadores de forma a honrarem esse titulo: Educador. Que todos sejam muito mais de que meros professores conteudistas, que parem para olhar nos olhos de seus alunos e enxerguem suas dificuldades, medos, frustrações, que vejam em sua rebeldia e agressividade a falta de amor a que muitos estão lançados, que sejam críticos, éticos para que seus alunos se espelhem e tenha esperança de um mundo melhor, mais justo e humano, pois como expressa duas frases que li nos murais de minha escola quando criança, e que trago comigo, desde então, porém desconheço a autoria: “Para ensinar basta saber. Para educar é preciso ser” e “A educação é amor e exemplo”. Assim, esse trabalho se expressa como o inicio de um caminho árduo e desafiador: o estagio. Momento de suma importância para a construção do que se enfrentara no campo do ensino-aprendizagem, com suas vivencias, observações e reflexões. . Uma delas, uma pequena pesquisa de caráter empírico e descritivo que realizei sobre a influência do meio social na expressividade infantil a parti de desenhos.

A sequência do trabalho segue da seguinte forma: a primeira parte fez-se uma reflexão sobre a linguagem mágica da arte; na segunda, a pesquisa sobre a expressividade; na terceira reflexões sobre a arte educação; na quarta sobre o poder da transversalidade e da interdisciplinaridade da arte; e por ultimo, algumas considerações finas. Fizeram parte das idéias desse trabalho os pensamentos de Maura Penna, Ana Mae Barbosa, Rodrigo Bozi, Ferret, Elliot Eisner and Kandinski, dentre outros de igual valor.

Que minhas reflexões possam contribuir, ainda que, como simples rascunhos na tessitura da imensa pintura que é a educação da e para humanidade.

1.0. A LINGUAGEM MÁGICA DA ARTE

E no ar surge, pouco a pouco, uma verdadeira exposição artística. São infindas telas imponderáveis, porém muito coloridas, vibrante que até parecem dançar, movimentar-se como se possuíssem vida própria, criadas em um mundo quase sempre surreal, nos territórios da imaginação. Não, não é uma nova tendência artística, nem uma vanguarda: é a música “Aquarela” cantada pelo cantor e compositor Toquinho feita em parceria com Vinicius de Moraes e mais outros dois artistas.

“Numa folha qualquer

Eu desenho um sol amarelo

E com cinco ou seis retas

É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno

Da mão e me dou uma luva

E se faço chover

Com dois riscos

Tenho um guarda-chuva..”.

A música, assim como a pintura, é uma das sete artes. As demais são: a escultura, o teatro, a dança, a literatura e o cinema. E já há quem mencione a oitava arte como sendo a fotografia, visto que, esta, na atualidade, transcende seu papel de fotografar a realidade. Mas isso é um diálogo para um outro momento. O que se quer enfatizar aqui é a magia da arte, sobretudo no ensino da mesma, como afirma Elliot Eisner (1999, p.91), em seu artigo intitulado “Estrutura e mágica no ensino de arte”:

A mágica está no que a arte pode fazer conosco se soubermos interpretá-la. (...) O que a arte proporciona é uma contribuição ampla ao desenvolvimento e às experiências humanas.

E que experiência humana proporciona essa musica! Quanta interpretação flui de sua letra! Uma delas é o fazer artístico, o ato de desenhar, pintar e criar. Basta apenas darmos uma “folha qualquer” (e se tiver uma folha especial melhor ainda) aos alunos e algum material para que possam colorir, quando de repente os olhinhos dos alunos brilhantes e, curiosos parecem sorrir. A algazarra de felicidade é a canção da hora e logo a página se transforma num território onde se constrói o mundo de cada uma delas: o real e o imaginário. Um mundo que se torna uma obra de arte que é “expressiva enquanto é forma, isto é, organismo que vive por conta própria e contém tudo quanto deve conter”, como nos afirma Kandiski (1990). Aqui não é discutida a questão do que é uma obra de arte ou o que poderia ser, mas sim a expressão das crianças diante de uma folha e materiais artísticos dentro de determinado contexto social.Tal experiência será descrita logo a seguir.

2.0. A INTERFERENCIA DO MEIO NA EXPRESSIVIDADE INFANTIL ATRAVÉS DE DESENHOS.

2.1. A metodologia

Foi realizada uma pesquisa em campo empírica, a priori, e descritiva a posteriori. O local escolhido foi uma escola situada num bairro de linha vermelha, no município de Ananindeua, um dos bairros com altíssimos índices de violência, configurado como pertencendo, a chamada pela polícia, “linha vermelha”. O objetivo era além de propor a criação artística livre pelas crianças, pesquisar a influência do meio social em sua expressividade através do desenho e da pintura. A hipótese mais provável pensada seria de que em muitos desenhos surgiriam cenas violentas de brigas, assaltos e mortes. Cenas estas traumatizantes, mas que fazem parte do cotidiano destas crianças. Dessa maneira, foram convidadas a desenhar, no primeiro semestre de 2009, inúmeras crianças, na hora do recreio, com faixa etária livre, mas somente as de oito anos aos quatorze participaram.

Após lançado o convite somente duas crianças se recusaram a participar. Os desenhos recolhidos chegaram a uns trinta aproximadamente, dos quais foram selecionados vinte. Levou-se em consideração nessa seleção a não escolha de desenhos que pareciam repetir-se, cuja semelhança era quase que extrema. Após isso foram feitas análises reflexiva e comparativa entre os desenhos levando-se em conta a localidade em moram as crianças e suas idades bem como os pensamentos de Vigosky e Piaget citadas por Maria Heloisa Ferraz (1993).

2.1. Coletando dados

Manhã do dia 25 de maio 2009. Foram convidadas várias crianças na hora do recreio, sob as sombras de árvores, para fazerem um desenho sobre o que quisessem. Foram deixados à disposição destas, os seguintes materiais: lápis de cor e grafite, bastão de cera, pastel a óleo e papeis brancos e azuis (uns no tamanho A4, outros A3). Antes da feitura dos desenhos, as crianças fizeram inúmeras indagações: “O que é para desenhar?” “Posso fazer o que eu quiser?” Ao que respondi que elas poderiam desenhar o que quisessem. O desenho era livre e que poderia ser considerado mais uma brincadeira.

Muitas crianças quiseram participar, tanto que faltou material (folhas) para quem queria participar. Durante o processo dos desenhos, muitos eram os comentários como os seguintes: “Eu não sei desenhar. Eu desenho muito feio.”; “ O meu desenho tá ficando bonito?”; “O meu desenho está feio. Posso fazer outro?”; “ Vou desenhar uma casa, uma árvore...!”; “Preciso de uma régua” Alguém pode me emprestar uma borracha?”. Em fim, todos queriam de alguma forma realizar algo belo dentro de suas possibilidades

Ao entregarem os desenhos, suas falas já eram outras: “Tia, eu desenhei isso, porque é o que mais gosto”. “Desenhei esse sanduiche, porque estava com fome”; “O meu ficou feio, não foi?”; “Tia o meu ficou bonito?” “O meu desenho está demais!”. Ao mencionar que seus desenhos ficariam comigo para que eu pudesse apreciá-los com mais calma a maioria perguntou se eu devolveria. Ao que respondi que sim. Nesse momento observa-se que uma espécie de valor dado a esses desenhos por seus criadores. E assim, como na música “Aquarela” de Toquinho surgiram os frutos das imaginações selecionados por sua mente e traduzidos em cores e formas através de suas mãos.

2.2. As obras selecionadas para análise.

Lançando um olhar sobre os inúmeros foram selecionados alguns para analise e reflexão. Um deles, o intitulado pela própria criança de Flor de deserto; outro, o do planeta Terra ao centro cercado do universo. O primeiro parece expressar a perseverança ainda que na fragilidade. A flor é algo delicado e frágil e inocente como uma criança. O deserto é um lugar adverso, como a realidade que nos cerca. Quantos desertos existem em nossa volta: desertos de amor, atenção, cuidados. Mas a vida (que é a flor no deserto ou a criança nos bairros violento) insiste em nascer e prevalecer; o outro desenho é como se nos chamasse a olhar nosso planeta, nossa morada universal que está lançada ao desequilíbrio por todos nós. Parece-nos um pedido intrínseco em folha de papel dizendo-nos: Cuidemos de nosso planeta antes que seja tarde demais.

E assim, lá está nas pequenas telas, o menino travesso soltando pipa até em cima das casas, alguém pilotando uma espaçonave em meio a planetas, o parque de diversão, a casinha cercada de árvores e flores. E todos quase sempre tendo como fundo um lindo “sol amarelo” que inclusive tem olhos e uma boca que sorri. E todos querem fazer o melhor: perguntam à “tia” se seu desenho está ficando bonito, se é melhor usar tal cor, ou fazer outro, ou mais um e por fim eis que as obras de arte:

“exprime(m), então, a personalidade do seu autor, não tanto no sentido de que a trai, ou a denuncia, ou a declara, mas, antes, no sentido de que a é, e nela até a mínima partícula é mais reveladora acerca da pessoa de seu autor do que qualquer confissão direta, e a espiritualidade que nela se exprime está completamente identificada com o estilo. (Kandisky, 1990).

E assim na busca do belo apolíneo procuram fazer o melhor possível, mas num impulso expresso na catarse de Aristóteles. Buscando resumir tudo que desejam, que amam ou odeiam, ou ainda que os apavoram. Como nos diz, ainda, Elliot Eisner (1999, p.82): “Há uma referência geral e histórica, de que a arte é uma das poucas matérias do currículo escolar que dá a criança a oportunidade de usar suas emoções e imaginações”

Contudo todas as imagens expressaram a paz e harmonia. Pensado ver retratado imagens de morte e sangue, me deparei com imagens de alegria, amor e tranqüilidade, como se isso expressassem suas vidas ou seus sonhos, não importa o que seja. O que importa é que foi o que escolheram e as escolhas de uma pessoa dizem muito como Kandisky nos falou com seus pensamentos acima.

2.3. Análise de dados.

Observando os inúmeros desenhos percebi as seguintes informações:

• As crianças têm preferências pelo dia o que é representado na maioria dos desenhos pela presença do sol. Isso, em todas as faixas etárias;

• A natureza é o centro de usas atenções estando presente em 90% dos desenhos;

• A casa é o centro onde gira tudo (a natureza, o sol, e as pessoas). Isso para crianças até os 13 anos;

• A pesar de viverem em um bairro perigoso, inserido na área chamada vermelha, onde é comum toda espécie de crime, em nenhum desenho representou-se qualquer cena de violência;

• A grande maioria preferiu colorir seu desenho (cerca de 95%). Outros deixaram a lápis ou caneta.

2.4. Conclusão

As crianças nessa faixa etária de 8 a 14 anos, possuem uma curiosidade muito intensa. O interesse de saber para que era o desenho expressa bem isso. Também possuem uma profunda preocupação com o belo, visto que ficavam comparando seus desenhos com os de outras crianças e percebendo que talvez os seus não estivessem belos um ou outro rasgava o seu e recomeçava outro. Um fato que também comprova isso é a pergunta final ao entregar o desenho que mais da metade fazia: “O meu está bonito?”. Remetendo-nos aos pensamentos de Piaget, o desenho para a criança, segundo ele, é uma forma dela realizar o que não está ao seu alcance. Uma criança que desenha uma seqüência de montanhas sem que more num lugar que tenha ou uma criança que desenha rios ainda que, morando numa região seca é um exemplo. Mas estariam essas crianças sonhando com um lugar melhor para viver, ou estariam preocupadas com o desenho em si, ou ainda estariam elas escolhendo e realçando de tudo que viam em sua realidade e em seus sonhos o melhor, estando essa escolha vinculada a sua personalidade? Fica-se com essa última alternativa. Kandisky afirma em suas idéias que numa obra de arte, cada partícula expressa a personalidade de seu autor. Nessa conclusão essas idéias tornam-se até mesmo um paradigma, mas com certeza, “é a arte que encoraja a criança a colocar sua visão pessoal e sua assinatura em seus trabalhos”, Elliot Eisner (1999, p. 82).

Outra conclusão que se pode chegar é que essa preocupação com o belo levam as crianças a escolherem desenhar coisas boas. O belo e o bom de Platão parecem se configurar na escolha de seus traços e conseqüentemente na sua visão da vida e do mundo. O belo apolíneo é uma escolha que expressa a personalidade dessa faixa etária que apesar das diversas violências que as cercam conservam o olhar e o coração firmes na paz, na harmonia da natureza, nos sentimentos de amor e inocência, e, além disso, a esperança de um mundo melhor.

3.0. O PODER DE SUA INTERDISCPLINARIDADE

Muito tem se discutido sobre a capacidade da arte ser por excelência o veiculo pelo qual o conhecimento cria uma áurea sedutora, atrativa, dinamizadora, inesquecível e porque não mágica. Lembro de minha professora de literatura que além dos debates sobre as obras literárias ainda nos direcionava na realização das mesmas através da arte teatral. Devíamos transformas obras em peça e apresentarmos. Logo nos movíamos entusiasmado para a materialização daquele sonho. Escolhíamos os principais momentos da obra, transformávamos em discurso teatral, dividíamos os papeis, a direção, pesquisávamos os cenários, rodávamos a cidade a procura de moveis da época, roupas que se aproximassem do figurino da obra. E a sonoplastia? Era uma busca por discos antigos, cantores daquele momento histórico. Procurávamos reproduzir os jardins as salas, os quartos. Lembro que uma vez confeccionamos um cortiço inteiro de papelão, mas tudo recortado e, pintado e projetado o mais próximo do real. O quanto aprendi com nessas atividades não se pode mensurar. Na busca por representar a época descobríamos as criações cientificas, o momento da matemática, da física, da química, desenvolvíamos o conhecimento língua e literatura e do desenvolvimento cientifico tecnológico todo um contexto histórico que nos fazia quase que caminhar pelas ruas do passado e por que não viver uma outra vida dentro da nossa. E tudo isso a arte tanto literária quanto a teatral e artística me proporcionou. Um exemplo desses na atualidade, da arte como transversalidade e Interdisciplinaridade, encontrei há dois meses quando pesquisava sobre o referido tema e sobre estudos culturais e práticas docentes encontrei uma escola no município de Icoaraci, nomeada Liceu Mestre Cardoso. Lá, através de diálogos, entrevistas e registro de imagens descobri que a prática da cerâmica funciona como um meio, um lugar onde todas as matérias se entrecruzam. Vi ali a semente da polivalência começar a nascer, mas não no sentido preocupante mencionado por Maura Penna (1994), como uma forma de “esvaziamento da Educação Artística” , nem da obrigatoriedade de um mesmo educador dominar todas as áreas, e sim de mostrar a presença das várias disciplinas e todas são facetas que se juntam para construir a face do conhecimento. Em uma das falas do professor Josué Pereira, o mesmo afirma que durante as aulas artísticas do estudo e feitura de obras em cerâmica, todas as disciplinas são estudadas, além da mesma proporcionar a abertura de pesquisas em qualquer área do conhecimento. Durante uma aula assistida por mim na referida escola pude perceber os vários conhecimentos se interligando. Logo de inicio o professor pediu aos alunos suas pesquisas sobre a argila e nestas surgiam a presença da química na composição da mesma, da física e da matemática quando se explicava sobre a refração volumétrica da obra quando em seu cozimento, a simetria e os cálculos, a historia do surgimento da técnica, a biologia quando das qualidades terapêuticas da argila, as área geográficas em que começaram a surgir, migrar ou emigrar. Confesso, meus olhos se extasiaram diante de tamanho projeto. Pesquisando descobri que tal projeto surgiu a partir dos esforços de Mestre Cardoso que por sua grande habilidade já havia inclusive realizado trabalhos para o Instituto Emílio Goeld, juntamente com a desbravadora Laís Aderne, pós-doutora em estudos culturais e na época consultora da Semec, forças unidas numa busca pela manutenção da tradição ceramista como parte da identidade daquela região que segundo Ferret, citando as pesquisas da arqueóloga norte-americana Ana C. Roosevelt, é milenar: “a cerâmica do Pará tem sete mil anos, e não quatro mil”. Inclusive Ferret em seu artigo, surpreendeu-me na temática de seu artigo “Investigando a matemática na arte ceramista de Icoaraci”. Eis a prova da capacidade da arte de funcionar como um prisma capaz de refletir a luz de todo e qualquer conhecimento.

5.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há muito o que se debater sobre o ensino da arte, pois muitos são os obstáculos presentes tanto nas execução de propostas, projetos e até da própria aula idealizada pelos arte educadores. E a busca pelo conhecimento é o caminho mais plausível a seguir, pois o mesmo, seja em qualquer área é imensurável e na área das Artes visuais não poderia ser diferente. Assim esse trabalho configura-se como um simples traço de debate, como uma nuance de cor de uma obra abstracionista, tal qual a de Wassily Kandinsky, ou um pontinho de reflexão como numa tela impressionista como as de Georges Seurat ou Paul Signac, enfim, numa reflexão que pode contribuir com outras que juntas procuram construir a tela única do conhecimento que talvez nunca se conclua, e essa é sua característica vanguardista. Além disso, resume o sonho de um ensino mais digno para toda a população, pois a verdadeira democratização da cultura se dá pela educação. Assim, que todos os que fazem parte da arte educação juntem-se num trabalho eficaz e fascinante na democratização da cultura materializada, fazendo com que este, diferentemente da última tela, expressa no ar, pela música de Toquinho, quando diz: “(...) Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim...Descolorirá....” , possa ser igualmente tela , aquarela, mas que nunca possa por nós se descolorirá.

6.0. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EISNER, Elliot. Estrutura e mágica no ensino de arte. In: Arte-educação: leitura no subsolo – Ana Mae Tavares Bastos Barbosa (Org.) – 2ª Ed. Revista – São Paulo. Cortez. 1999.

FERRET, Rodrigo Bozi. Investigando a matemática na arte ceramista de Icoaraci. VII ENEM – Comunicação cientifica. GT5 – História da matemática e da cultura.

KANDINSKI, Wassily. Do espiritual na arte e na pintura particular. Tradução: Álvaro CABRAL. 2ª. ed. São Paulo. Martins Fontes. 1996.

FERRAZ, Maria Heloisa C. T.; FUSARI, Maria Felismina de Rezende, In: Metodologia do ensino de arte. São Paulo. Cortez, 1993.

PEREGRINO, Yara Rosas (coord.). Da camiseta ao museu: o ensino das artes na democratização da cultura. João Pessoa: Ed. Universitária/UFPB, 1995.

PENNA, Maura (coord.). É este o ensino de arte que queremos? uma análise das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais. João Pessoa: CCHLA/PPGE/Editora da UFPB, 2001. 184 p.