Por que as empresas quebram?

Por que as empresas quebram?

por Oracio Kuradomi

O despreparo do empresário é uma das causas que levam a maior parte das empresas a quebrarem, muitas vezes o empresário não conhece sua verdadeira vocação, ele pode ter sido o melhor vendedor, técnico, engenheiro, professor ou gerente, mas isso jamais garantirá seu sucesso como empresário.

A maioria não tem nenhuma noção de administração, sendo que não planejam corretamente, não estão bem localizados, seu logotipo ou fachada é ruim, não estão informatizados e não se atualizam, tem medo de ousar, não sabem recuar na hora certa, não respeitam pessoas (funcionários, clientes e fornecedores), por falta de investimentos, por falta de liderança, por não conhecerem a concorrência, por negócios ilegais, por não saberem calcular o custo do produto ou serviço, por sucessão familiar, por falta de treinamentos, por sonegarem impostos, por falta de metas e objetivos, por não saberem comprar, por não entender seu cliente, por contratar funcionários por indicação de parentes e amigos, sendo este funcionário totalmente incompetente para o cargo devido e muito, muito outros fatores...

Mas a principal causa está na falta total de planejamento, muitas empresas não tem um plano de negócios.

Um bom plano de negócio evitaria a extinção de várias empresas, sejam elas de pequeno, médio e até mesmo de grande porte.

Criar um plano de negócios leva o empresário a uma reflexão profunda. É preciso detalhar tudo, desde o mercado em que se irá atuar, o produto ou serviço, levantar informações para identificar suas oportunidades e riscos, decidir toda a estrutura da empresa, todos os departamentos, qual o perfil dos funcionários, a estratégia de vendas, os meios de comunicação, a parte financeira, as metas e os objetivos a curto, médio e longo prazo e assim vai...

A grande vantagem é que uma vez traçado o plano de negócios e este estando em papel fica mais fácil visualizar o sucesso ou fracasso do empreendimento, qual a atitude a seguir dependendo de uma situação gerada, muitos empresários começam o dia sem saber o que fazer, por que fazer e para que fazer, por falta de não ter nada traçado.

Imagine que irá dar uma festa você seria capaz de calcular tudo sem traçar todas as metas? Certamente, não.

Afinal quantos convidados serão? Onde irá realizar a festa após acertado o número de convidados? Que tipo de comida irá servir? E as bebidas quais serão? E a iluminação, o som, a decoração, terá algum convidado especial ou alguma apresentação no dia? Alguém irá abrir a festa? Quem será? Qual o tempo do discurso caso haja e o tema? E se algo falhar? Etc...

Pense, até em uma simples compra num supermercado muitas vezes gera irritações desnecessárias por falta de um plano de negócios, ou seja, você resolveu cozinhar algo especial num dia e com tudo na memória foi as compras, porém sempre se esquece um ou outro item e de repente o prato que seria especial não ficou tão bom pelo fato de não tê-lo planejado e transcrito da memória para o papel toda a lista de ingredientes, fora o modo correto do preparo a quantidade de cada item, a potência de fogo a ser utilizado, etc....

Bom, espero que estas ilustrações tenham lhe causado lembranças de algo que vivenciou e deu errado por falta de um plano de negócio.

O Plano de Negócio é essencial para o sucesso de seu empreendimento, porém não basta um simples e resumido plano, não faça nada sendo obrigado a fazer, faça com amor, com paixão, com vontade, tente vivenciar todas as partes do plano, veja o plano em diversos ângulos como o cliente veria, o funcionário, o fornecedor, o banco que poderá lhe fazer empréstimos, talvez um sócio ou investidores, tente visualizar seu plano como se fosse um concorrente direto, se não lhe causar medo, significa que seu plano ainda terá de ser muito melhorado.

Hoje não existe um modelo certo de plano de negócio, o melhor plano é aquele em que você não será surpreendido no dia a dia, ou seja, quanto mais estiver detalhado menor será o risco que poderá ter de enfrentar futuramente.

Algumas dicas para um bom plano de negócios:

Identificar uma necessidade

Só uma boa idéia não é suficiente para garantir o êxito do projeto. Um dos maiores mitos de quem quer seguir carreira solo é que basta uma boa idéia para abrir um negócio e ganhar um monte de dinheiro. Engano. Você não vai ser o primeiro nem o último a achar que a sua idéia é a melhor de todas, a mais inovadora, revolucionária e inédita. Idéias surgem aos montes todos os dias, mas boas oportunidades de negócios não. O importante é aproveitar uma idéia aparentemente sedutora e saber como colocá-la em prática. Há uma grande distância a ser percorrida entre imaginar um avião supersônico e fazê-lo decolar. "O que conta não é ser o primeiro a ter uma idéia, mas ser o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber como atendê-la, antes que os outros o façam".

Provar a vantagem competitiva

É preciso provar por que seu negócio é especial. Para chamar atenção para o seu projeto, dentre tantos que existem por aí, prove sua vantagem competitiva, um jargão corporativo que significa: sua idéia é melhor que as outras ou traz uma abordagem nova para algo que já existe. O que os investidores ou potenciais sócios querem é visualizar o retorno financeiro do negócio. Mostre se sua proposta vai atingir diferentes regiões e países, se vai permitir a abertura de filiais ou franquias. O capital de risco testa o potencial de crescimento a longo prazo dessas idéias. “Não queremos empresas que possam ser compradas, mas que sejam compradoras”, diz Sérgio Godoy, diretor de negócios da Eccelera, fundo de capital de risco, ligada ao grupo Cisneros, com faturamento de 4 bilhões ao ano e forte atuação na América Latina. Dos 650 planos propostos à Eccelera desde maio de 2000, apenas dez receberam investimentos.

Definir o foco

Foco é fundamental. É preciso saber exatamente o que você quer fazer. Se a própria pessoa não sabe para onde quer ir, vai ser difícil encontrar quem queira ir com ela. Um bom plano de negócios vai direto ao ponto e permite que até um leigo perceba o valor daquilo que está sendo proposto.

Ser Realista

Dose o otimismo. Não adianta fazer um plano de negócios com números recheados de entusiasmo, completamente fora da realidade. O planejamento deve ser realista, com metas palpáveis, baseadas em dados confiáveis e conhecimento de causa. Não adianta escrever que o retorno será mirabolante e que virá da noite para o dia. Assim até a melhor idéia do mundo perde a credibilidade. Não adianta prometer o que não se pode entregar. Os investidores têm discernimento para perceber o que é realizável ou não.

Mapear o Mercado

O mercado e a concorrência dão mais pistas do que você imagina. Os concorrentes falam. E as informações que eles podem passar são preciosas. Faça um mapeamento do mercado: como os competidores atuam, qual sua política de preços, de distribuição, métodos gerenciais, estratégia de marketing, quem lidera, por que e, principalmente, identifique os pontos fracos dessa turma. Assim você poderá enxergar as brechas em que atuar e conquistar uma fatia do mercado. E como levantar essas informações? Testar o serviço como cliente é o primeiro passo para conhecer as falhas. Informações importantes também podem ser dadas por fornecedores e distribuidores ou por relatórios setoriais de consultorias e entidades empresariais.

Analisar as conjecturas

Não faça do seu plano um exercício de futurologia. O plano de negócios é um exercício de conjecturas, mas não deve ser baseado em achismo. Todo mundo sabe que é impossível prever o futuro com 100% de acerto, mas o ideal é que se aproxime o máximo possível da realidade. Antecipe os problemas ainda na elaboração. Mostre o plano para pessoas do ramo e de sua confiança para saber se você colocou no papel a idéia de uma empresa, como se ela já funcionasse e estivesse sendo definida, e não apenas uma seqüência de idéias, que mais lembram um trabalho acadêmico do que o plano de implantação de um negócio

Expor todos os riscos do plano

O risco é inerente ao mundo dos negócios. Uma série de dificuldades surge inevitavelmente na trajetória de qualquer empresa. Estar preparado para enfrentar os problemas já é uma grande coisa. Assim, é preciso expor todos os riscos no plano de negócios. Tente dimensionar onde o negócio poderá falhar, trabalhe com vários cenários macroeconômicos e analise todos os pontos fortes e fracos antes de qualquer decisão. Esse é um importante sinal de que o empreendedor conhece o terreno em que está pisando.

Ter um plano B

Você pode precisar de mais dinheiro do que imagina. "A primeira coisa que as pessoas percebem na hora que colocam o plano em prática é que irão precisar de mais dinheiro do que previam", diz o consultor britânico Paul Barrow em seu livro Best-Laid Business Plans (algo como Os melhores planos de negócios para leigos). Um dos maiores erros dos pequenos empreendedores, segundo Barrow, é não saber quantificar quanto vai custar a empresa. Por isso, ele recomenda ter um plano B para o caso de as coisas não andarem tão bem quanto o previsto.

Estruturar o plano

A estrutura do plano de negócios é sempre parecida e deve seguir ordem e regras preestabelecidas. Uma das estruturas mais divulgadas em livros e sites diz que o plano deve ter, em média, 20 páginas, organizadas da seguinte forma: capa, sumário (com título, página e principais assuntos de cada seção), sumário executivo (considerada a parte principal do plano, deve conter o seu objetivo), planejamento estratégico (no qual se definem os rumos e o foco da empresa), descrição (razão social, estrutura organizacional e legal), o produto (o que é, como se produz, fatores tecnológicos), plano operacional (explicação do sistema produtivo), plano de recursos humanos (como será a equipe), plano de marketing (como o produto será vendido), plano financeiro (perspectivas com horizonte mínimo de três anos) e análise de mercado (pesquisas, análise da concorrência)..

Apresentar o em preendimento ou negócio para a pessoa certa

Saiba apresentar o seu negócio para a pessoa certa. O plano está pronto. Foi feito, refeito, revisado e avaliado por pessoas experientes, que entendem do ramo. E agora, para quem apresentar seu cartão de visitas? Para fornecedores, clientes, eventuais sócios e também investidores. Nessa categoria, a lista é imensa: bancos, fundos de capital de risco, incubadoras, programas do governo e os anjos. Anjos? Sim, os chamados angel investors começam a surgir aqui no Brasil. São investidores (pessoas físicas e empresas) que colocam o capital necessário para a criação do negócio e, em troca, ganham uma participação acionária na empresa. Há também os fundos de venture capital, ligados a grandes bancos com uma quantia considerável para investir. Mas, depois do colapso da internet, esse capital de risco, que já era bastante seletivo, aumentou seu grau de exigência. Prefere negócios que já passaram do estágio inicial, principalmente na área de tecnologia. Outra opção são os programas do governo, como Sebrae, Programa Brasil Empreendedor, Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e BNDES.

Dicas para um bom plano de negócios, apoio: Fiesp, Ciesp, Sebrae

"Não há problema que não possuam soluções...", Sucesso

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Oracio Kuradomi
Enviado por Oracio Kuradomi em 10/11/2011
Reeditado em 24/07/2014
Código do texto: T3328720
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