PARAÍSO - 9

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

Regiões SUPERIORES - O Paraíso - Texto A

PARÁDEISOS é palavra persa, introduzida nos escritos da Nova Aliança - N. T. - livros que são reconhecidos em seus autores como de inspiração divina, oráculos, palavra de Deus, na mesma asserção dos escritores e profetas da Velha Aliança - V. T. - Pedro, apóstolo, reconhece os escritos do apóstolo Paulo como sendo de autoridade divina: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar desses assuntos, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras" - II Pd. 3.16.

Paulo escreveu: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus na noite em que foi traído tomou o pão..." - I Co.11.23.

A Velha Aliança, excetuando-se apenas alguns trechos em aramaico nos seus trinta e nove livros canônicos, é toda escrita em hebraico, língua religiosa de comunicação entre Deus e os israelitas. A Nova Aliança, porém, é toda escrita em seus vinte e sete livros, em grego koinê - comum - língua disseminada em todo o mundo da cultura helênica daquela época. Dignou-se Deus em revelar-nos a Sua vontade, nesta dispensação que denominamos como sendo a Dispensação do Espírito Santo, em uma linguagem que foi preservada somente para a Igreja, já que koinê é uma língua morta tendo sido exauridos os seus originais assim como os demais escritos arcaicos. Deus, então tem uma linguagem especial, única de comunicação com a Sua Igreja: o grego koinê.

Parádeisos é uma palavra de origem persa, que tem o significado de jardim, usada por três vezes: Lc. 23.43 - II Co. 12.4 - Ap. 2.7. É o lugar removido da região Hadês, este que por sua vez é sub-região da Katôtêra o grande espaço espiritual das Regiões Inferiores - (Vejam-se os textos um a sete de nossos artigos sobre "Regiões Inferiores".

A morte propiciatória de Jesus teve como finalidade não somente a salvação do homem, da mulher, do ser humano como um todo, mas a redenção - compra mediante preço, e preço de sangue - de todas as coisas, tanto as dos céus como as da terra e, no assunto em pauta, até as debaixo da terra: Ef. 1.10. Tal redenção, entretanto, é progressiva no cumprimento de etapas que se sucedem através de épocas determinadas, conforme o magnífico e sábio plano do Pai.

Os remidos que morrem - Paulo usa a expressão "dormem no Senhor" - são conduzidos de alma e espírito ao Paraíso, enquanto o corpo, na expressão paulina "dorme" na terra ou em essência, até a ressurreição dos justos, fato que se dará na segunda vinda de Jesus para arrebatar a Sua Igreja na pessoa dos crentes Nele. Estes, os que têm o nome escrito no livro da vida. "E os que em Jesus dormem, Deus os trará com Ele" - I Ts. 4.14.

O Paraíso foi removido então, das Regiões Inferiores, pelo Cristo em Sua morte, cuja demonstração de "primícias" de santos vistos em Jerusalém depois da ressurreição Dele - Mt. 27.52-53 - são-nos apresentados no lamento que durante a Tribulação estarão debaixo do altar de Deus - Ap. 6.9-11. O estado consciente destes que estão vivendo em alma e espírito, fora-nos revelado na narrativa do Mestre sobre o rico opulento e o Lázaro mendigo - Lc. 16.19-31.

A comunhão com Cristo celebrada nesta vida sustenta nossa esperança quanto ao futuro que nos aguarda. A morte é a porta natural para a verdadeira vida. Deus tem um celeiro - Paraíso - onde o Seu "trigo" é guardado. Jesus dissera: "Na casa de meu Pai há muitas moradas; vou preparar-vos lugar".

Só Jesus.

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D. D., Serafim Isidoro oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br (77)