CENAS QUE GOSTARÍAMOS DE ASSISTIR - Capítulo I

CENAS QUE GOSTARÍAMOS DE ASSISTIR.

Capitulo I

Sexta-feira, 18:00 horas, fim de expediente, depois de uma semana cheia de relatórios, reuniões, telefonemas, você arruma sua mesa de trabalho, desliga o computador, fecha as gavetas, deseja bom fim de semana aos colegas de escritório, passa pela catraca e pela portaria, ganha a rua e dirige-se a ponto de ônibus, louco de vontade de chegar em casa, tomar um banho, vestir um short, abrir uma cerveja e curtir sua família, seu lar.

No ponto de ônibus percebe ao longe que deve começar a chover logo, você começa a irritar-se, pois não carrega guarda-chuvas, pelo contrário detesta-os.

A chuva começa primeiro aos os pequenos pingos, vai aumentando até tornar uma chuva torrencial. Em sua longa espera pelo ônibus, tenta ao menos acender um cigarro (vício maldito), você prometeu para de fumar seis meses atrás, ficou só na promessa, continua fumando mais ainda, mas não consegue acender o cigarro, a água da chuva e o vento não deixam.

Agora você totalmente encharcado, insinua palavrões e pragas invocando todos os santos por ajuda, desejando que o seu ônibus chegue logo para que termine sua agonia.

Então você enxerga vindo em sua direção aquele seu vizinho egoísta, dono de um carro importado, quatro portas, rodas de magnésio, air-bag duplo, som MP3, direção hidráulica, cambio automático, marido daquela loira gostosa, de olhos verdes, lábios carnudos, belos seios pontiagudos, bunda arrebitada, um par de coxas de deixar qualquer homem querendo passar dos limites, ela por sinal é um dos motivos da conversa na rodinha de amigos junto com a cerveja gelada depois da pelada casados x solteiros no domingo de manhã, no prédio onde vocês moram. A conversa sempre em torno das mulheres do condomínio, a viúva do 714, a solteirona do 515, a mulata do 122, a viciada em jogo do bicho do 117, as duas irmãs do 87, a velha hipocondríaca do 77, do e por final ela, a loira gostosa da cobertura.

Mas inocentemente você espera que ele pare e lhe ofereça uma carona, mas o almofadinha não liga pra você, faz de conta que não lhe conhece e para aumentar sua raiva, passa por sob uma poça dágua terminado de encharcá-lo por completo, seguindo em frente com um sorriso de sarcasmo estampado no rosto.

Você tem vontade de gritar, de bater, de esmurrá-lo, mas não adianta, tenta acender outro cigarro, mais uma vez não consegue, então você percebe se aproximando outro vizinho, este sim amigo, que participa das conversas de domingo, toma uma cerveja, bate uma bola, fala das mulheres, cobiça a loira, etc.

Seu vizinho encosta o carro e lhe oferece carona, você aceita já se desculpando por molhar o banco, ele não responde e puxa conversa.

Vocês falam do dia a dia, dos times de futebol, da podridão da política, do aumento da gasolina, e a chuva aumentando, formando enxurradas pelo caminho.

Você comenta sobre o ocorrido com o tal filhinho de papai, que ele não parou, seu amigo da uma risadinha e diz que em outra ocasião, aconteceu o mesmo com ele, e o esnobe rapaz também não parou, passando com um sorrido idiota estampado no rosto.

Continuando conversando, eis que apesar da enorme chuva, vocês avistam ao longe junto ao meio-fio um carro parado, com o capô levantado, o triangulo de segurança colocado, dois pneus arriados ao chão, ao chegarem perto para surpresa ou satisfação de vocês, notam o tal amiguinho, o filhinho de papai, o almofadinha, a prepotência e arrogância em pessoa, “ TODO MOLHADO “,, pedindo ajuda e implorando socorro.

Pergunto:

- VOCÊ AJUDARIA?

OBS: ESTA SITUAÇÃO PODE SER ADAPTADA AO SEU DIA A DIA, É SÓ PENSAR UM POUCO.

TONINHO

09/01/2007