cenas que gostariamos de assistir - capitulo II

CENAS QUE GOSTARÍAMOS DE ASSISTIR.

Capitulo II

O ambiente: Empresa familiar, atuante no mercado de móveis colonial feitos sob encomenda.

Os personagens: Três irmãos (donos da empresa), gerente de produção (autoritário, impõe respeito através de uma autoridade arcaica e medieval), 30 funcionários que trabalham sob regime de medo, autoritarismo, pressão, sem direito a reivindicações, nem mesmo as exigidas por lei.

O dia a dia da empresa: Horário de entrada 06:00 hs, quem se atrasa não entra mais para trabalhar, é advertido, perde o dia e o DSR (descanso semanal remunerado), saída prevista para as 18:00 hs.

Das 06:00 as 06:15 hs, intervalo para troca de roupas (próprias de cada funcionário, a empresa não fornece uniformes, e café da manhã, cada um traz o seu, a empresa também não oferece café da manhã).

Das 06:15 as 11:00 hs, trabalho árduo, com muito barulho, (trabalham sem proteção alguma).

O trabalho é seqüencial, corte, colagem, furação, colocação de vidros, puxadores, adornos, embalagem, carregamento.

Das 11:00 as 12:00 hs, pausa para almoço, em campo aberto, sem local apropriado, sem marmiteiro (para aquecer as marmitas trazidas de casa), sem mesas, cadeiras ou qualquer tipo de encosto. A água para beber, direto da torneira, vem de uma represa situada ali perto, sanitários são apenas 02 para todos os 20 funcionários (e são de uso comunitário homem x mulher), não existindo vestiários.

O gerente administra a produção como se os funcionários como se ainda estivessem na época da escravidão.

Cada falha do empregado é motivo para punição e advertência: (derrubar uma pilha de tábuas, fazer uma furação errada, colar errado uma porta).

Dos 03 irmãos, apenas 02 aparecem na empresa, sempre com carros do ano, mal cumprimentando os funcionários, indo direto para suas salas.

Eis que um dia após o almoço, alguém sugeriu que fizessem um bolão, pois a loteria estava acumulada e pagaria um ótimo premio. Todos concordaram, e assim fizeram.

Chegou o fim de semana e com ele o sorteio. O responsável pelo jogo e pela sua conferencia, era um Sr. muito humilde e com vários anos de serviços prestados, quase enfartou quando ouviu os nºs pela TV, eles haviam acertado as seis dezenas, estavam milionários, correu de casa em casa, avisando a todos que estavam ricos.

Na segunda-feira, a maioria não foi trabalhar e para desespero do chefe de produção que havia sido convidado a participar do bolão e havia recusado, os que apareceram foi apenas para pedirem demissão.

Imagine a cara de espanto do tal gerente e dos proprietários. Onde arrumar 30 funcionários, treina-los, etc.

E o prejuízo, ficar com a fábrica parada por vários dias.

Sei que é utopia, mas bem que pode acontecer.................

TONINHO

09/01/2007