O BRASIL É BOM DE VIVER?

A VIDA NO BRASIL É BOA OU APENAS A DO HAITI É RUIM?

Os haitianos estão chegando aos milhares ao Brasil. Há dois portões de entrada: um em Tabatinga, no Amazonas e outro em Brasiléia, no Acre. O que começou como uma ajuda humanitária aos flagelados do terremoto naquele país caribenho está se tornando um problema social de difícil solução.

O Haiti é um país pobre e pequeno. Do tamanho do estado de Alagoas tem uma população três vezes maior. O relevo é montanhoso e embora a agricultura seja incipiente, ainda é a base da economia. O índice de analfabetismo beira os 50% da população adulta cuja etnia é negra em sua quase totalidade. Além de todas as dificuldades ainda é assolado por terremotos de vez em quando. A brasileira Zilda Arns foi uma das vítimas do último grande terremoto naquele país.

Os haitianos que aqui aportam não são a classe menos favorecida daquele país. Muitas vezes há pessoas de nível superior (uma conquista rara) entre eles. Embora a língua oficial seja o frances, muito deles também falam também espanhol, por influência da vizinha República Dominicana, ou inglês por aprendizado escolar. Lá, há malandros que vendem o Brasil como país das maravilhas e cobram horrores por oferecerem àqueles que buscam uma oportunidade de deixar seu país, rumo ao Brasil.

Até que ponto o Brasil é capaz de absorver esta mão de obra? Mesmo que os candidatos a trabalho tenham alguma formação, as dificuldades culturais e lingüistica são uma barreira para adaptação. Passados dois anos desde a chegada dos primeiros haitianos, eles agora já são mais de quatro mil pessoas. Vivem, em sua maioria, de trabalhos temporários ou avulsos. Raros são os que realmente se adaptam e permanecem num emprego. Contudo, mesmo aqueles que cumpriam um curto período de trabalho já descobriram a trilha que leva a Justiça do Trabalho para reclamarem indenizações.

O fenômeno que ocorreu na Europa há três décadas, com a chegada dos árabes e outros, está acontecendo no Brasil também? O que começa como uma sujeição total às leis pode tornar-se uma mudança nos hábitos dos moradores primitivos? Lá, os seguidores de Maomé já exigem dispensa do trabalho em sua folga religiosa das sextas feiras.

O mundo está se tornando cada vez mais globalizado e o trânsito de mercadorias e pessoas está acontecendo com mais facilidade. É justo que o trabalhador de um país ceda sua vaga de trabalho a alguém que chegou neste momento, cheio de necessidades? É justo que o contribuinte brasileiro pague pela manutenção da saúde de pessoas que ainda não contribuíram com nada? Antes que a questão se torne muito séria, talvez fosse bom aprendermos as lições de como receber visitantes e ensinar-lhes a língua, as leis e um trabalho. Os europeus têm um bom know how nisso. Mas, poderíamos aprender mais com nossos próprios emigrantes que também não encontraram só flores no país de destino.

Luiz Lauschner – Escritor em Empresário

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Luiz Lauschner
Enviado por Luiz Lauschner em 12/01/2012
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