Uma história, uma vida.

Uma história, uma vida.

Malefícios da internet.

Os fatos são reais, porem não vem ao caso, e mesmo pq não importam aqui nomes, mas sim o fato.

Em setembro de 2004, navegando por uma sala do hotmail, mais precisamente, sala Brasil, convidei um nick ali existente para uma conversa. Intitulava-se como borboletinha. Não sabia eu que estava ali o inicio de minha decadência. Decadência pessoal, familiar, comunitária e moral. No inicio, aparentemente uma simples amizade se iniciava. Ela em Fortaleza e eu aqui no Rio. Apresentou-se como casada e perguntou se me importava. Respondi que não, pois era apenas uma amizade. Porem ela foi se revelando e com astúcia falando das riquezas que possuía, tentando assim me comprar, como mais tarde ela mesma revelou; disse que usou isto como arma para me seduzir, porem sem êxito, pois não há riqueza que compre minha liberdade e felicidade.

No entanto era ela uma pessoa muito carente, e havia passado por vários problemas e ainda estava em fase de recuperação de uma serie de sintomas, como síndrome do pânico, solidão, depressão e uma serie de dores por todo o corpo, sem contar o desprezo dado pelo marido que só pensa em dólares. Com isto fui me aproximando na tentativa mesmo de ser um companheiro, um amigo de todas as horas, a ponto de dar a ela o numero da empresa em que trabalhei. Mal sabia eu que nesta cilada eu acabaria caindo. Ela se declarou apaixonada por mim, e a esta altura também eu já estava completamente envolvido por ela e a amava profundamente. Já não vivia, pois ela vivia em mim. Lembro-me das madrugadas que acordei para atende-la. Ela sabia todos os meus passos e minha vida era toda em torno dela, pois precisava de mim. O tempo foi passando e este amor aumentando. Decidi então terminar meu casamento para ir viver com ela, e com isto fui, de certa forma, excluído da comunidade onde participava e era tido como um exemplo de vida pelo trabalho pastoral e testemunho que procurava dar. Perdi minha família: minha ex-mulher hoje me odeia e meus filhos já não me respeitam mais. Perdi a comunidade em que participava e perdi mesmo o respeito no ambiente de trabalho. Mas quando tomei a decisão ir ao encontro dela, veio a surpresa. Não tinha como dar a ela o padrão de vida que possuía, e mesmo infeliz, preferiu se submeter ao marido, do qual dizia não mais amar, e o traia. Também eu a perdoei quando no final do ano disse ter me traído com um conhecido, com quem saia com freqüência. Pensei que tudo fosse mudar, mas percebi que estava enganado. Perdi noites de sono, estive a beira de uma loucura, numa terrível depressão, mas o dinheiro falou mais alto. Cheguei a acreditar em Cabala, e mesmo em reencarnação, tudo por ela. Fui ao fundo do posso. Só para resumir, indiquei a ela o profissional certo para um caso crônico que tinha devido a um desvio da arcada dentaria. Preocupei-me com cirurgia que fez, e dediquei todo este tempo de minha vida a ela. Na verdade fui um fantoche que serviu para que se divertisse; um boneco para que pudesse brincar, mas eu acreditava que ela me amava com a mesma intensidade que eu a amava. No entanto, fui apenas uma distração para que pudesse ocupar o tempo ocioso. Não signifiquei nada mais que isto para ela.Quando viu que tinha tomado a decisão que para mim seria a mais acertada para nós, simplesmente esfriou o relacionamento e me mandou uma mensagem final, consumando a minha crucifixão. A derradeira frase, que acho nunca ter merecido ouvir, e que apesar do tempo, ainda me tira o sono, pois acho que ninguém é tão vil a ponto de ser assim crucificado; nem mesmo o pior dos homens, quanto mais alguém que só deu carinho, amor, dedicação, cumplicidade, amizade, enfim, que deu a uma vida por um amor, dizia, e digo ainda com lagrima nos olhos e uma profunda magoa: “tu es o ser, o homem mais desprezível que eu já conheci”. Não a amo mais, pois esta foi a chave, de certa forma, para minha liberdade quanto a esta mulher, mas a profunda magoa causada por esta frase ainda hoje me trás pesadelos, me tira o sono, e me tornou uma pessoa fria e profundamente calculista. Hoje já não me entrego mais, fechei meu coração e creio que a pessoa que conseguir abri-lo terá que ser muito especial.

Fica registrado um resumo de minha vida e do malefício causado por falta de conhecimento. Não imaginava que esta caixinha de ilusão, chamada sala bate papo, pudesse ter pessoas que só sabem se divertir, mentir e aproveitar das outras pessoas. Por não mentir e confiar no ser humano, eu cai. Mas, como a fênix, me reergui das cinzas, e hoje estou forte. Porem fica em mim a característica de não usar a salinha para usar as pessoas, mas sim para deixar sempre uma mensagem de otimismo e fazer amizades, com que queira uma amizade sincera. Finalmente tenho encontrado pessoas que compartilham da mesma forma de pensar, e tenho feito ótimas amizades. Fica aqui esta mensagem para que quem a ler, fique alerta e não caia como eu cai. A vida é preciosa; a sala de bate papo pode ser um excelente meio de fazer amigos e se divertir, mas vale a precaução em nunca acreditar logo de inicio nas pessoas com quem teclamos. Espero poder estar sendo útil para voce que ler este pequeno testemunho.

BJ Duarte
Enviado por BJ Duarte em 15/01/2007
Código do texto: T347930
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