Após a crítica apresente uma alternativa.

Certa vez, o administrador e conceituado escritor, colunista da revista Veja, Stephen Kanitz, foi convidado a falar em evento a uma platéia de estudantes.

Kanitz foi o penúltimo da lista, em seu discurso mostrou pontos positivos, falou com otimismo sobre o Brasil, porém, nada alienado, utópico, e quando tocou nos pontos negativos, não ficou apenas na critica, foi além e mostrou alternativas.

Mas como escrevemos, Kanitz foi o penúltimo a se apresentar, ainda restava um profissional da imprensa.

E este, ao falar, jogou por terra todo o discurso de Kanitz, pessimista, calcou sua palestra no deboche e na ironia, sem apresentar sequer uma alternativa para que melhoremos de fato.

A platéia, para espanto do próprio Kanitz, morria de rir, no final, o pessimista palestrante foi aplaudido de pé.

Este relato nos faz refletir em uma questão atual: as criticas.

Há pessoas que vivem de criticar, de apontar falhas, fazem chacotas inócuas com os problemas da comunidade, todavia, sequer pensam em sugerir caminhos, lamentavelmente suas fulgurantes inteligências servem apenas para mostrar sujeiras.

Muita gente vai nesse embalo e adora ler e ouvir palestrantes e colunistas que se detém em críticas sistemáticas. Morrem de rir, se divertem a valer.

Não que eu seja contra a critica, nada disso, mas ela – a critica –, deve servir para trazer a melhoria, para alertar quanto a procedimentos equivocados.

Se a crítica vem sem base sólida, e pior, se ao criticar não se apresenta alternativas para mudança, com toda certeza ela é inútil e ineficaz.

Criticar exige que se tenha apenas a língua ou a ponta da caneta afiada, porém, pensar em alternativas exige esforço, pesquisa, trabalho... equivale a sair do comodismo de apontar falhas, para trabalhar por soluções.

E essa critica feroz alimenta a cultura do culpado.Vivemos em um mundo onde procura-se culpado para tudo.

A carta não chegou? Culpa do carteiro

A economia não cresce? Culpa do governo

O aluno não aprende?Culpa do professor

Poderíamos pensar de outra forma: em vez de procuramos freneticamente por culpados, quê tal pensarmos em sugerir alternativas e dar idéias para solucionar o entrave?

Que nossos intelectuais e que também nós mesmos possamos colocar nossas mentes para procurar alternativas concretas, onde a critica vem de carona com uma alternativa para a correção, pois só assim iremos dar passos decisivos rumo à melhoria que todos nós almejamos.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 03/02/2007
Código do texto: T367904