1- Parece que a sinceridade é uma jóia rara que escutamos dizer existir, porém poucos afirmam haver encontrado.
 
Compomos uma sociedade na qual o indivíduo está ficando acostumado a não utilizar a sinceridade.
 
Neste artigo, desejo incentivar vocês a usarem constantemente a sinceridade.
 
2- Antes de discutir o assunto, devemos saber distinguir as situações nas quais nenhum ser humano precisa ser sincero e aquelas em que todas as pessoas deveriam ser sinceras.
 
Imaginando uma ocorrência bem corriqueira, suponhamos encontrar um vizinho da nossa rua, uma pessoa que mora ao nosso lado, porém que não estabelece conosco nenhuma relação especial ou ressalta qualquer aproximação efetiva.
 
Ele nos cumprimenta dizendo “Olá! Tudo bem? Como tem passado?”
 
É totalmente incoerente e absurda a seguinte resposta:
“Estou meio chateado, pois tive uma noite ruim. Minha namorada brigou comigo, meu computador pifou, estou com uma enxaqueca terrível!”.
 
A resposta “Tudo bem! Obrigado!” seria bastante adequada, pois todos os detalhes apresentados na hipotética resposta anterior não interessam ao citado vizinho, ele nada tem a ver com nossas contrariedades e pouco ficará preocupado com elas.
 
Enfim, aquilo que poderia, nesse caso, parecer sinceridade revela uma grande inconveniência e enorme bobagem.
 
Outras situações similares nas quais desenvolvemos um intercâmbio puramente civilizado no contexto social toleram perfeitamente a ausência dessa aparente sinceridade.
 
3- No ambiente de trabalho, seguindo a dinâmica natural do local, certo dia um colega bastante estimado nos diz algo que soa grosseiro e deselegante.
Há um papo posterior, ele perde desculpa, porém a mágoa permanece.
Um mês depois o rapaz, notando um certo clima pesado, indaga se aquele fato continua incomodando o relacionamento amistoso entre os dois.
A pessoa magoada responde “Não! Já superei completamente, amigão!”
Diz da boca pra fora, pois segue se afastando daquela amizade e começa a demonstrar má vontade em relação ao ofensor.
 
Nesse caso, sem julgar o mérito do conflito o qual não interessa, o indivíduo magoado optou por não utilizar a sinceridade, nessa situação, relevante.
Quando houve a pergunta, um mês depois, ele deveria ter revelado o que estava sentindo.
 
Eis um tipo de atitude sincera fundamental o qual não pode faltar.
 
4- Lamentavelmente há pessoas que se acostumam com a ausência de sinceridade e expressam o tempo todo um monte de coisas as quais não correspondem aos seus desejos, à sua vontade e aos sentimentos que alimenta.
 
5- No meu último namoro, a sinceridade excessiva que gosto de experimentar foi um fator determinante para a separação (Não foi, entretanto, o único fator).
 
Devo lamentar?
Penso que não há o que lastimar.
 
Fundar raízes sem profundidade alguma objetivando ver alguém sorrir, tentando apenas lhe agradar, é muito mesquinho.
Não me interessa!
 
6- Essa questão da sinceridade, no campo religioso, pode assinalar um sério problema.
 
Já fui católico durante a adolescência.
Na ocasião buscava seguir os princípios católicos à risca.
 
Certa vez fui kardecista.
Quando algumas idéias e atitudes espíritas não combinaram mais com meus pensamentos, apesar de seguir aproveitando muito do conteúdo oferecido pelo Espiritismo, não achei justo permanecer fazendo os outros pensarem que sou espírita.
Hoje, realizando uma análise rigorosa, não posso me considerar um espírita.
 
Ou você é um adepto de determinada religião 100% ou você não deve ser considerado um seguidor de tal doutrina.
 
Simular uma devoção religiosa visando a, por exemplo, transar com a obreira gostosa, seria uma verdadeira heresia.
 
7- Já publiquei aqui textos ressaltando minhas opiniões, ainda que elas sejam bastante diferentes da opinião que a maioria nutre.
 
Por exemplo, celular, conforme a minha análise, é um objeto inútil até nos momentos que o consideramos útil.   
É o meu pensamento.
Eu vivo segundo as minhas idéias.
 
Meti o pau também no Facebook, o badalado universo daqueles que escolheram um horizonte reduzido demais.
 
Se alguém discorda, fica aborrecido, me condena, acho irrelevante.

Continuarei dizendo o que penso e sinto, apresentando os argumentos que sustentam as minhas convicções.
Sempre procuro fazer da sinceridade uma companhia inseparável.
 
8- É muito fácil ser sincero!
 
Sendo sincero, jamais o indivíduo estará sobressaltado sentindo medo de evidenciar alguma contradição.
 
Poderemos olhar cara a cara qualquer um, pois nada escondemos de ninguém.
Os outros, conversando conosco, terão a impressão real do que pensamos e sentimos, enfim, eles conhecerão a pessoa verdadeira e única.
Máscaras somente no Carnaval (no meu caso nunca já que detesto Carnaval).
 
Se estivermos confabulando num grupo ou conversando com as paredes, a diferença do conteúdo defendido lá e cá simplesmente inexistirá.
 
É possível sempre permanecer com a cabeça erguida e poderemos conversar com Deus sem qualquer vergonha, pois sabemos que nunca mostramos uma personalidade fictícia, jamais aceitamos uma opinião com a qual não concordamos ou defendemos uma idéia sem um entusiasmo real.
 
Ah! É bacana demais!

9- Não ser sincero gera um indivíduo que mente, que é artificial, covarde, omisso, que não passa confiança, instável nas relações estabelecidas com os outros.
 
Sem ser sincero o nosso caráter e a nossa dignidade são reprováveis.
 
Afinal de contas, a pessoa que não é sincera ludibria quem?
Os outros?
Será?
 
10- Ao contrário, a natureza nos dá um recado tão belo e sincero.
O dia nublado demonstra, através das nuvens muito carregadas, as chuvas que virão assim como os primeiros raios tímidos oriundos do Sol indicam que o amanhecer está próximo.
 
Toda a sinceridade possível, sem vacilar, sem hesitar, eis o que todos precisam provar e tornar habitual!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 07/09/2012
Reeditado em 07/09/2012
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