LÍNGUA, LINGUAGEM E ESCRITA. QUAL A RELAÇÃO OU CORRELAÇÃO?

Falar de língua, linguagem e escrita são grandes problemas a serem solucionado, isto posto que para cada um existe uma terminologia léxica, mas eles se agrupam e trabalham em equipe para formar um sistema lógico de compreensão e adequação social.

Em se concordando com estes termos, temos que exemplificar ou ainda, temos de desmistificar que um é independente do outro afinal, tudo é junto e tudo é separado, nenhum deles se sustenta através de si só. Isoladamente, tem função mera informativa, mas em grupo fazem outro sentido e é justamente neste momento que vamos analisar onde cada um tem sua função vital, social e gramatical. Afinal a escrita deveria traduzir a gramática, contudo, nossa gramática por sua vez, não nos deixa confortáveis em sermos “livres”, ela transforma várias regras e exceções, cabendo assim uma grande e dura interpretação e compreensão dos fatos.

Desde o inicio escolar aprendemos que ao unir letras, adquirimos palavras e estas palavras têm seus sentidos já enraizados pela sociedade e cabem a uma determinada colônia que utiliza os mesmos sentidos. Se unirmos algumas letras e fizer sentido, ou atingir uma comunicação, estamos utilizando um processo aceito socialmente, pois bem, exemplificando:

Se unirmos:

B + o + l + a = Bola

C + a + f + é = Café

B + o + n + e + c + a = Boneca etc.

Portanto temos que a união das Letras faz as palavras, e esta informação na oralidade, não faz sentido, pois aprendemos que bola é um objeto pra se jogar, primeira informação e que vai se acumulando a outros sentidos que a mesma palavra dispõe. Já na linguagem escrita temos que para se fazer entender graficamente é necessário utilizarmos as “Regras Gramaticais”, oras, mas porque se afinal o que interessa é o entendimento? Simples, para se fazer entender por muitos períodos e possamos deixar algo vivo para o futuro temos de ter “regras” para que lá eles possam entender o que se fez, como se fez e para que, como uma grande informação necessária para entender as nossas vidas e a pergunta que sempre procuramos que é o sentido da vida. Pode ser que de tudo o que escrevamos, jamais seja lido por ninguém, mas fica uma marca em cada pessoa que nos encontra e com certeza se for “dentro de uma coerência, melhor!”.

Seria muito fácil para todos informarmos somente isto, e depois desta primeira informação podermos montar as frases, depois as orações e sucessivamente até um texto, mas como ficaria este texto se cada qual montasse a seu modo, a sua visão sócio culutral? É evidente que bola é e tem um sentido amplo na oralidade e na escrita, tanto que os dicionários trazem várias terminologias para várias palavras. Mas voltando, se cada qual criasse suas “montagens” sem regras, será que o sul entenderia o mordeste? Ou ainda o sudeste se faria entender e entenderia o resto dos nossos estados, e pior, como poderíamos disputar capacidade de pesquisas se não pudermos nos fazer entender sócio culturalmente?

Hoje, os estudiosos buscam o sentido de muitas palavras, como elas mudaram e por que mudaram, afinal, as regras gramaticais quase não foram alteradas e houve grandes mudanças, uma delas e já falando da grafologia (escrita) antigamente escrevíamos:

ANTIGAMENTE ATUALMENTE

· Pharmácia · Farmácia

· Phone · Fone

· Caligraphia · Caligrafia

Poderíamos listar várias e de várias mutações da grafia, porém não nos cabe isto, e sim informar que a grafia com Ph, já caiu em desuso e assim várias outras informações já se foram de nossa escrita. Portanto vale lembrar que não foram feitas adaptações as grandes obras de nossa literatura e fica extremamente complicado para nossos alunos, com uma oralidade acentuada, entender o que foi dito por nossos “mestres”.

O que importa e vale sempre ser lembrado é que ao tentarmos igualar as duas “Linguagens” estamos matando nossa escrita, pois nossa liberdade e agilidade de raciocínio nos deixa livres de regras e em sentido mais amplo, a fala se utiliza de gestos, articulações faciais e uma liberdade muito maior, o que nos dá uma liberdade muito grande a qual na escrita existe uma necessidade de cuidados, de atenção, pois é um ser humano escrevendo para um outro ser humano entender, cabendo assim a grafia e suas regras fazer a função dos gestos e dos cuidados para ser entedido.

Não defenderei em momento algum a liberdade lingüística para a escrita ou vice verso, mas sim que devemos deixar muito claro, como era antigamente nas escolas, que cada um tem sua função e sua capacitação, não podendo jamais dizer como muitos já o disseram de deixar de utilizar uma gramática “velha” no mundo virtual, mas devemos sim adequar as necessidades de cada grupo social as realidades da vida.

Se cuidarmos de nossa “GRAMÁTICA” com carinho, poderemos ser mais compreendidos num futuro e não sofrer tanto como tem acontecido na atualidade com o desconhecimento geral do Latim. Do Grego, línguas que já são consideradas mortas. E sem mencionar que nossa Língua Portuguesa é descendente direta destas línguas, que foram ao longo de nossa colonização adquirindo características de todos. Na atualidade o que para nós brasileiros pode ser uma palavra difamadora ou sarcástica, para nossos irmãos lusos, é uma simples palavra sem se ofensiva. Vindo por este raciocínio, vemos que com estas aquisições de outras línguas, da perda de outras, ficamos sem entender muito os sentidos e as situações de várias colocações lexicais. Cabe então ao invés de tentar matar a gramática, adequá-la como dito acima. Hoje a agilidade virtual, a agilidade da mídia, televisiva ou radiofônica, é e deveria ser o maior meio de disseminação da informação e da cultura, mas fica restrita a canais pagos que não atingem a grande maioria social de nosso país.

Façamos algo urgente, pois com estes deixemos para depois, ou ainda vemos isto depois ou pior deixemos como está para ver como fica, perderemos muitas de nossas informações fazendo assim mais uma vez a perda de uma língua rica e capaz de ser inteligente e de viver por muitos séculos. Os cuidados são nossos, não distanciemos as duas, mas jamais devemos aproximar demais, uma tem sua vida na comunicação diária e com seus “grupos sociais” e a outra tem a função de deixar registros para que no futuro possamos mostrar ao mundo que somos muito mais que “lembranças” e sim somos vivos e fomos vivos.

Pensar neste assunto é algo necessário, não somente por pessoas que estudem ou utilizem a língua como forma de estudo, mas por todos os que direta e ou indiretamente utiliza-se da escrita, afinal, até mesmo na internet temos de ser coesos, nos fazer entender e ser capaz de mostrar aos demais as verdadeiras intenções de um fato.

Nilton Cesar Dantas

Prof. Português

Contista
Enviado por Contista em 20/02/2007
Código do texto: T387046
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