Outras novas ideias.

Ao contrário do que se pensa tendo como referência o senso comum, a criação não diz respeito somente á ideias que nos surgem do nada e não é apenas um “dom” exclusivo de alguns indivíduos, mas sim uma capacidade presente no ser-humano. Apesar de ser esta a definição da palavra “criar” originada do latim “criare” que significa tirar do nada, dar existência ou gerar algo novo, é na verdade algo mais complexo do que essas explicações que o dicionário nos traz. Criar é um processo lógico, vai muito além da intuição e é organizado cronologicamente de forma a ter um “início, meio e fim” em nossa mente.

Antes de avaliar se alguém ou algo possa ser verdadeiramente criativo é importante entender como se dá o processo de criação na complexa máquina humana: o cérebro. Como já dito antes, o significado de criar não pode se resumir a originar o que ainda não exista ou talvez apenas não tenhamos visto. Pois bem, para acrescentar dados embasados no autor Baxter (2000), vou descrever a seguir a ordem da criação. A primeira etapa trata-se da inspiração que ocorre quando há a identificação de um problema e a iniciação da busca por uma resolução. A seguinte é a preparação: é nesse momento em que procuramos informações e ferramentas que possam nos agregar na elaboração de uma ideia. Logo após, vem a “Incubação”, onde é feito o “descanso” da mente e o processamento e assimilação do conteúdo que foi absorvido na etapa anterior. É por esse motivo que muitas ideias possam surgir antes de dormir. Há o momento chamado “iluminação” em que inúmeras possibilidades são geradas em forma de ideias. E a última delas: A verificação, onde há a seleção do que melhor foi produzido para a solução do problema ou questão.

Posso exemplificar todo esse processo com o que ouvi em uma palestra sobre o “Poder da palavra” com a escritora Anna Maria Martins. Ela havia nos contado sobre a experiência vivenciada por seu marido, também escritor. Ocorreu, que ele precisava de um “tema” e dissertar sobre em um curto espaço de tempo. Toda aquela pressão o fizera permanecer acordado durante a madrugada sem sinal de ideias. Atônito, caminhava de um lado para outro, até que após tanta angústia e preparação para uma solução, encontrou seu tema: “A falta de criatividade”.

Fica claro então a grande importância de termos um repertório cultural e informações técnicas. Alimentar a mente é basicamente a chave para que haja uma boa ideia. É claro que há as variáveis, afinal não é uma ciência exata. É possível, que uma ideia demore dias, meses ou ate anos para se manifestar em determinados indivíduos, mas isto não exclui o fato de que a criatividade é uma capacidade que possamos trabalhar e melhorar seu “funcionamento”.

E para concluir lhes escrevo “Nada se cria, tudo se copia”. Apesar de considerar que a palavra “cópia” não tenha uma conotação tão boa no ato de criar, concordo com o significado geral da frase. Poderia quem saber ser “Nada se cria, tudo se reinventa”. Isto porque criar também é adaptar algo já existente e fazer releituras, de forma que pareça algo novo. Criar é um mix de variadas coisas, mas é principalmente uma vertente do conhecimento.

Tatiana Espíndola
Enviado por Tatiana Espíndola em 09/09/2012
Reeditado em 12/09/2012
Código do texto: T3872833
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