* O que seria dos escritores do Recanto das Letras sem os leitores?

Eles seriam bastante inseguros, pois jamais poderiam avaliar o interesse que seus trabalhos literários despertam, ficariam sem saber se estão na estrada correta, permaneceriam ilhados nas suas criações silenciosas sem nenhum eco.
 
No RL há a oportunidade de você comentar os textos, registrando a impressão que as publicações suscitam.
Isso é muito legal!
Vale compreender, entretanto, que podemos estar sendo lidos demais ainda que não exista nenhum comentário anotado.
O fato de não haver nem sequer um comentário nada tem a ver com não estar sendo lido.
 
Citando dois exemplos, quero primeiro destacar o texto meu mais lido segundo as estatísticas do site (PAGAR OU NÃO PAGAR O IMPOSTO DE RENDA, EIS A QUESTÃO).
Tal texto, embora seja o mais lido, possui apenas dois comentários.
Não quiseram dizer muita coisa, porém tudo indica que gostaram do conteúdo.
Acho esse fato bem interessante para ilustrar o que afirmei acima.
 
* Antes de citar o segundo exemplo, vou revelar alguns detalhes curiosos sobre uma publicação que fiz.
No período da greve, escrevi um texto destacando um artigo do médium espírita José Medrado (MEDRADO E OS MESTRES). 
O acróstico, meu segundo texto mais lido (há um mês estava em primeiro lugar), de repente, estourou, pois alguém o leu, divulgou no Facebook, despertando assim uma curiosidade que trouxe várias pessoas para cá desejando conhecer o poema.
Isso ocorreu porque Medrado é um sujeito bem popular e carismático.
 
Em Salvador ele participa de um programa ressaltando o Espiritismo numa rádio famosa da cidade.
O fato narrado ocorreu num final de semana.
O que eu imaginei?
Pensei que ele citaria, na segunda-feira, o texto o qual elogiava o seu artigo solidário à luta dos professores.
 
Fiquei um bocado vaidoso!
Preparei o meu melhor terno.
Comecei a aguardar telefonemas de diversas rádios soteropolitanas.
Até sonhei que estaria um dia sendo entrevistado pelo Jô na Globo.
 
Com uma ansiedade singular, escutava o programa no local de trabalho quando fui surpreendido com exatamente nenhuma citação de Medrado sobre o texto que gabava o seu artigo.
Após a frustração, aproveitei o ensejo para retornar ao planeta Terra.
 
* Citando o segundo exemplo o qual prova que comentários não determinam o interesse nem a qualidade do texto, recentemente alguém publicou um poema destacando O Dia do Irmão.
O acróstico fez um grande sucesso, pois muitos o leram, porém somente duas pessoas o comentaram.
 
Claro que gostamos de ser lidos, porém um texto pode ser espetacular sem alcançar um número significativo de leituras.

Não é o objetivo de ter milhares de leituras que deve nos guiar, porém a coerência com o nosso estilo e o prazer indescritível de provar as saborosas águas literárias, escrevendo conforme os estímulos da inspiração.
O ótimo filme “Mentes Perigosas” diz Quando nos dedicamos à poesia, a recompensa que devemos procurar é a própria poesia.
 
* Peço licença agora para brincar um pouquinho com a ação de ler, ser lido, comentar, ser comentado, publicar e ser publicado.
 
Vamos lá!
 
1- Nas datas festivas, leia o primeiro texto e volte no dia seguinte.
 
Alguém publica um texto homenageando o Dia da Pimenta.
Daqui a pouco outro escreve um texto intitulado novamente Dia da Pimenta.
Você pensa que é coincidência, mas verifica que o terceiro texto possui o título... Adivinhem!
E assim vai...
Até passar o motivo da comemoração, não surgirá nenhuma novidade.
 
2- Existem vários recantistas que seguem à risca a pena de talião.
 
Alguns estimados recantistas, caso você não comente um texto deles, eles jamais comentarão um texto seu. 
Muitas vezes percebi que certas pessoas com quem eu já havia interagido simplesmente desapareceram.
Quando eu noto que a pessoa sumiu, vou até sua página, deixo o meu recado.
Oba! Logo percebo depois que ela voltou a comentar o texto que escrevi.
 
Sobre isso, como eu sou um cara prevenido, gosto de me antecipar e visito a página dela novamente a fim de registrar um comentário (sem nenhum interesse, é claro!).
Percebo, então, que a situação complica bastante!
Por quê?
A pessoa não publicou nada!
O que fazer?
Eu volto dois dias depois, nada!
Volto um mês depois, nada!
Como é que pode?
Como uma pessoa tem outras coisas para fazer alem de escrever no RL?
Essas pessoas ocupadas demais merecem uma punição!
 
A pessoa não comentará os meus textos, pois eu não comentei o texto dela, porém comentar o quê?
Ah! Talvez a pessoa deseje que eu comente um texto antigo, mas comentar um texto velho não tem graça nenhuma.
O impasse permanece.
Eu quero comentar o texto da pessoa, ela nunca escreve nada, porém não vai comentar o meu porque eu não comentei o dela.
Que coisa, hein?
Eu fico confuso pra caramba!
 
Considerando que estou acima dessas infantilidades, adoto uma atitude nobre.
Percebendo que determinado recantista nunca comentou um texto meu, o que eu faço?
Imitando o Bial, vou até a página dele dar uma espiadinha, no entanto não escrevo nada.

O cara não comentou o meu texto, eu vou comentar o dele???
Sou bobo não!!!
 
3- É mulher ou é homem?
 
Às vezes fico sem saber se determinado perfil é masculino ou feminino, pois tudo, na escrivaninha da pessoa, é muito vago.
Vou ler o perfil, está escrito “Não disponível”.
A foto, sem mostrar um rosto, não ajuda muito.
O nome adotado sugere duas opções.
O que fazer?
Eu gosto de comentar os textos das mulheres escrevendo sempre “querida”.
Fico, então, com medo de escrever “querida” para um homem.  
Nesse caso, leio os outros comentários para ver se quem comentou conhece o sexo do perfil enigmático.
Se não tiver jeito, faço o comentário e escrevo apenas “Um abraço!”
 
Sobre essa questão de ser mulher ou ser homem, tem um estimado amigo que, comentando os meus textos, escreve “menina Ilmar”.
No começo eu estranhei essa confusão, pois acho que o bigode de minha foto talvez seja bem esclarecedor nesse sentido.
O que eu fiz depois?
Fiquei zangado?
Decidi ligar para o Adauto da novela e pedir uma dica inteligente?
Nada disso!
Em breve lançarei um texto inspirado nessa minha involuntária mudança de sexo.
Acho que vocês curtirão.
 
* Meus amigos, claro que todo esse papo é apenas uma brincadeira motivada por situações peculiares ao RL.
Dessa vez não levem a sério as minhas provocações!

Quando falei, por exemplo, no episódio envolvendo Medrado, o fato ocorreu, desenvolvi uma certa expectativa imaginando um eventual comentário dele, mas eu garanto aos senhores que nunca vesti um terno durante minha existência.

Quando cito as pessoas que são ocupadas demais, jamais imaginem que sou um desocupado!
Diferente da grande maioria, eu possuo duas atividades profissionais (nesses dias estou curtindo uma licença referente a um dos meus trabalhos).
 
Este artigo assinala o meu texto número seiscentos.
Quis fazer algo diferente, divertido, objetivando descontrair.
 
Na verdade, somente devo agradecer as leituras ofertadas aos meus textos, os comentários que fazem ou não, as palavras gentis, as críticas, as opiniões contrárias, as visitas silenciosas, discretas e anônimas, enfim, agradeço demais toda essa estima tão bacana e a atenção que vocês me oferecem constantemente.
Muito obrigado!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 25/09/2012
Reeditado em 25/09/2012
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