PROSPERIDADE -Artigo 5

PALAVRAS DE VIDA - (Texto V da série )

Pastor Serafim Isidoro.

CONSIDERAÇÕES À DOUTRINA DA PROSPERIDADE

Antes de Paulo, a Igreja primitiva desde o Dia de Pentecoste, em que se converteram quase três mil pessoas, foi essencialmente uma igreja judaico-cristã conduzida pelos ministros Pedro, Tiago e João, que iam orar no templo (ainda não destruído, é claro) assistiam ali tendo-o como seu lugar de reuniões e estavam muito próximos das práticas do judaísmo.

Dois anos se passaram com um cristianismo que, considere-se, ainda não era o definitivo, mas embrionário, carente de uma revelação que abalaria os alicerces teológico-doutrinários dos seus líderes, e estes, diga-se de passagem, eram todos judeus. “Em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos de todas as nações que estão debaixo do céu...” - (At. 2:5).

Para a maioria das pessoas, o cristianismo seria uma espécie de desenvolvimento do judaísmo, um algo mais (o Cristo) acrescentado ao sistema religioso tão importante que fôra estabelecido por Deus através de Moisés e dos seus ensinos. Para tais, o cristianismo seria um avanço do judaísmo.

Em 1990, quando estivemos na Palestina durante duas semanas, presenciamos e participamos de uma espécie de concílio, que foi obrigatoriamente necessário. Uma reunião na Embaixada Cristã de Israel, entidade que havia patrocinado nossa ida àquele país. Discussões se levantaram movidas pelo grupo hispano-americano que não pôde suportar declarações por demais facciosas dos preletores que afirmavam que: “Israel tem proeminência no plano de Deus para a salvação, sendo que o cristianismo, de certa forma, lhe é dependente”.

No seu zelo em evangelizar Israel, essa Embaixada Cristã ultrapassava assim certos limites da teologia e da doutrina que afirma, por diversos textos bíblicos e de vários modos, que: “Igreja é Igreja, e que Israel é Israel”. São dois povos. De um lado Israel; de outro lado, os gentios compostos de todas as nações, de todos os demais povos.

É cômodo, e de certa forma até bonito, exaltar-se a denominada nação eleita por Deus – os judeus - e considerar-se em alto significado esse povo. Até aqui, tudo certo, tudo bem. O que não é certo é afirmar-se que a Igreja lhe seja inferior. Sem Israel, não haveria salvação (o Cristo é judeu). Mas sem a Igreja, nesta dispensação, Israel não se salva.

As cerimônias que estão agregadas à eterna salvação - o batismo e a ceia do Senhor - são instituições da Igreja, pela Igreja e para a Igreja. O judaísmo, na interpretação do apóstolo Paulo, caducou. - Está suspenso até que a Igreja termine sua tarefa de legítima agente de Deus na terra. Então ( e só então ) na dispensação da Tribulação, o judaísmo voltará a ter a sua proeminência. Desde a Reforma Protestante de Lutero que se tem feito uso concomitantemente alternado do que comumente se denomina: “Velho Testamento” - “Novo Testamento”.

Dize-se que um e outro destes termos são Palavra de Deus, embora para épocas diferentes, e por isso aceitáveis a toda a cristandade. Também as doutrinas contidas nas duas partes desse sagrado livro (a Bíblia) são distintas. A Igreja do Senhor, em nossos dias, não seria a igreja judaico-cristã, oriunda de uma progressão efetuada à quase dois mil anos, por Jesus, o homem de Nazaré. Velho axioma diz:

“Nem tudo o que reluz é ouro...”