MENTIRA!

Olha só, veja você.
Me deparei hoje com um assunto antigo mas que incomoda tanto quanto um calo ou um dente doendo.
Veja se há muita implicação na questão. Pode ser que sim, pode ser que não.
MENTIRA.
É isso aí... ela... a terrível! A toda poderosa disfarçada de justificativa!
Há outros nomes para esta antiga companheira: omissão, dissimulação, direito de não falar a verdade, manter a privacidade e tantas outras explicações atreladas à conveniência.
Mas o fato é que mentir é o inverso da verdade. Ou não é?
Não há “meia” verdade, assim como não há “meio” morto ou “meio” sincero.
Ou é verdade ou é mentira.
Mas vamos fazer justiça para um mundo que não está preparado para ouvir a verdade sempre. Há mentiras convencionais, sociais, inofensivas, toleráveis. Sim, estas existem, mas não são elas que dão coceira.
Não é a resposta automática ao “tudo bem?” de todos os dias que detona com a credibilidade, a imagem e as relações interpessoais. São as mentiras globais, as descaradas, as disfarçadas, as repetidas com tanta convicção que até quem as profere passa a acreditar que são reais.
O ministro da propaganda alemã Joseph Goebbels no Terceiro Reich, disse uma vez que é mais fácil e frequente fazer com que as pessoas acreditem em uma grande mentira dita muitas vezes do que em uma pequena verdade dita uma só vez.
É verdade. Ops!
Há pessoas que preferem mentiras inocentes que as poupam do que verdades absolutas que as machucam. E justificam a mentira como uma das melhores formas para evitar conflitos.
É provável. E vendo por este ângulo, até aceitável.
Porém... há que se considerar o papel da mentira em um outro ângulo: muitas vezes a mentira dita “inocente” não é destrutiva por ser comparada com a verdade, mas sim, porque levanta o questionamento se a traição da confiança ocorreu. Olha que implicação! E se confiança foi traída ... bem... aí já era.
Há que se considerar ainda o que há por trás da mentira. Normalmente um preço.
A omissão ou distorção da verdade ocorre para não se perder algo ou para não se revelar aquilo que não queremos que o outro saiba. É mais ou menos assim: eu digo o que você quer ouvir, mas faço um pouco diferente do que digo porque o que digo não é realmente o que quero, aí fico bem com você e comigo e ninguém sai perdendo. Ou seja, mentimos porque não conseguimos assumir o que fazemos, o que sentimos ou o que somos.
Um pouco patético, temos que admitir.
Vendo por este ângulo, o que difere os mentirosos inocentes dos grandes ludibriadores? Nada. As consequências e o tamanho da mentira, podem ser diferentes, mas a origem é sempre a mesma...
A mentira acena sempre com Éden seja bíblico, emocional, imaginário ou egóico e inevitavelmente termina em decepção, fraqueza e desvalorização.
Parece, um preço muito alto para aquilo que começa como um detalhe qualquer, uma coisinha à toa, uma fala que de inocente, não tem nada.


 
Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 04/02/2013
Código do texto: T4123090
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