Placar do jogo: Big Brother Brasil 25 X Amazônia 1

Nascido no Acre, em 1944, desde criança deu mostras da grandiosa tarefa que iria desempenhar em prol da Amazônia e sua população. Em 1977 foi eleito vereador de Xapuri pelo MDB, com sua ascensão e a fome por defender a floresta, começa a sofrer ameaças de morte por parte dos fazendeiros, e sequer encontra respaldo em seu partido.

Após transformar a câmara municipal em casa de debates das lideranças políticas, sindicais e população, é secreta e impiedosamente torturado.

Em Outubro de 1985 começa a liderar o encontro dos seringueiros, onde torna-se um ícone na defesa da Floresta. Percorre então o Brasil e o mundo com a mensagem de que é preciso respeitar a Amazônia, seu povo, sua luta...

Recebeu em 1987 a visita de membros da ONU (Organização das Nações Unidas) que constataram com seus próprios olhos a labuta intensa que fazia aquele valente homem para defender a Amazônia, visita esta que lhe rendeu o prêmio “Global 500”, oferecido pela própria ONU, em reconhecimento à seu desvelo em preservar o meio ambiente.

Sua vida porém, foi de lutas intensas, porquanto contrariava interesses de poderosos. É acusado, perseguido, humilhado, mas não se cala diante disso, ao contrário, dá inclusive nomes a seus possíveis assassinos. E lamentavelmente o assassinato ocorre em 22 de Dezembro de 1988, na porta de sua casa, deixando esposa, dois filhos e um legado de coragem e perseverança em prol de um digno ideal. Naquele dia a Amazônia chorava a perda de seu mais ilustre filho, Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, sucumbia pelas mãos da violência humana, a mesma violência que dura até hoje, com o impiedoso desmatamento de nossa floresta.

Ah, o inesquecível Chico Mendes, o Chico da floresta, o Chico seringueiro, que pela Amazônia deu sua vida, hoje esteja onde estiver, certamente chora o desprezo que à humanidade relega a sua querida Amazônia.

Já desmatamos 16% de nossa floresta, equivalente a duas vezes a Alemanha e três vezes o Estado de São Paulo.

Quando Roberto Carlos cantou “Amazônia insônia do mundo”, creio que ele se equivocou. Não estamos tão preocupados assim com essa questão ambiental, poucos são os que perdem de fato o sono pela Amazônia.

Prova disso é a labuta que a campanha “Amazônia para sempre” (acessar site: http://www.amazoniaparasempre.com.br/TPAssine.html), vem tendo para arrecadar 1 milhão de assinaturas para encaminhar ao Presidente Lula, enquanto o Paredão do programa Big Brother Brasil alcança fácil fácil a casa dos 20 milhões de votos.

É a imaturidade humana que se preocupa mais com banalidades do que com seu próprio destino.

Atualmente, com a questão do aquecimento global vindo à tona e demonstrando o quão difícil está nossa situação, é que o assunto Amazônia começa a ser discutido com maior importância, contudo, infelizmente situa-se ainda muito mais na retórica improdutiva do que na ação construtiva.

Onde está a mobilização popular, que se quiser tem forças para desenhar um novo panorama? E por que o governo não intervém com medidas mais sérias? Falta condição para tanto? Então por que não se alia a outros governos para tal empreitada, já que se trata de assunto que diz respeito à humanidade? Agora preservar a Amazônia não é por amor à causa ambiental, mas sim uma questão de sobrevivência, então que fale mais alto nosso instinto de conservação.

Falta-nos uma consciência cósmica com maior amplitude , que nos propicia enxergar na mãe Terra a dignificante oficina de trabalho, a instrutiva escola e o abençoado lar.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap III – “Há muitas moradas na casa de meu Pai”, temos precioso esclarecimento a nos enriquecer, mostrando-nos que: A casa do Pai é o universo, e os infinitos planetas, nossos lares.

Simples exemplo cotidiano ilustra bem esse tópico. Se recorremos à alguém ou à alguma imobiliária para a locação de um imóvel ,que por determinado tempo estará sob nossos cuidados, fácil admitir que teremos de cuidar com zelo, para que quando chegue o momento da devolução ao verdadeiro dono, o façamos com a consciência de que zelamos pelo bem alheio.

Imperioso, portanto, zelar pelo nosso habitat, para que não venhamos a desembarcar no plano espiritual com a triste alcunha de inquilinos negligentes e filhos rebeldes, que se descuidaram da Casa do Pai, explodindo-a com sua indiferença.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 15/03/2007
Código do texto: T413606