A teoria e prática do vídeo aula

Francisco de Paula Melo Aguiar

Todo e qualquer professor deve usar o vídeo em sala de aula, pois, as aulas ficam mais interessantes em todos os sentidos, é importante sair do quadro de giz e da cuspilina, pois, o vídeo aula é na teoria e na prática um poderoso instrumento de socialização e de transmissão de conhecimentos da melhor qualidade possível, não só porque as aulas passam a ser ilustradas, diversificadas, interessantes e chamam a atenção dos alunos, tendo em vista que os filmes históricos, científicos e de ficção de todos os naipes sempre estarão a disposição de professores e alunos no momento desejado, gerando assim discussões acadêmicas as mais diversas possíveis, dentro e fora da sala de aula, a todo e a qualquer momento, basta contextualizar os assuntos das disciplinas com os tipos de filmes, vídeos aulas, etc, segundo a cultura intelectual de cada docente.

Devemos observa que apesar do vídeo aula passar a idéia de um contexto e/ou reflexo de cunho científico, real, exato do momento vivenciado, o documentário de cada filme e/ou vídeo é uma montagem produzida e interpretada, segundo a visão cultural do mundo de seus autores e criadores, como podemos dizer envolver criador e criatura para passar uma mensagem. E até porque não existem distinções claras entre os gêneros do filme de ficção, cientifica e/ou não e do documentário.

O professor antes de exibir o vídeo aula para seus alunos deve primeiro assistir o documentário e/ou filme de ficção e/ou não, para absolver suas idéias, fazer suas anotações prévias sobre os diversos aspectos nele contido, para atingir os seus interesses pessoais ou objetivos educacionais instrucionais, suas possibilidades de trabalho, de discussões e de paradigmas a serem alcançados ou modelados por analogia pura e simples, se for o caso.

É importante mencionar as frases e seus significados do filme ou documentário, pois, os pensamentos ou frases são muito importantes para os discentes, gerando discussões e os mais diversos debates e esclarecimentos envolvendo professor-aluno no contexto escolar e social.

O professor deve pesquisar a temática do documentário ou filme de ficção previamente para não se pego de calça curta pelos alunos depois da exibição do vídeo aula.

Os aspectos teóricos da linguagem cinematográfica e do ato de trabalhar com filmes na escola e suas experiências em escolas do Ensino Fundamental, por exemplo, envolvendo trabalhos de professores de disciplinas diferentes, inclusive mencionando filmes, são tratados magistralmente por Saliba (1997) e Monteiro (1990), apenas a titulo de exemplificação, pois, o vídeo é um instrumento valioso e de que ser usado em salas de aulas de todos os níveis e graus acadêmicos. Assim sendo, o uso de filme em sala de aula é um parceiro muito importante para a educação de um modo geral, pois, “ver filmes é uma prática social tão importante do ponto de vista da formação cultural e educacional das pessoas quanto a leitura das obras literárias, filosóficas, sociológicas e tantas mais”. (DUARTE, 2002, p. 17). É importante registrar que os iniciantes no uso do vídeo em sala de aula, devem conhecer os aspectos fundamentais da história do cinema e das principais estéticas cinematográficas, procurando discutir a sua linguagem e sua ideologia, segundo o pensamento de Bernardet (1985).

É até porque o uso do vídeo em sala de aula envolvendo conteúdos do currículo formal ou não é possível aumentar as possibilidades reais de desenvolvimento das competências do saber, saber fazer e saber ver, pois, o “aprendizado para e via a observação, além de uma sensibilização para o impacto de certas condutas pedagógicas” (PAGUAY & WAGNER, 2001, p. 151).

A linguagem cinematográfica discutida pelo professor e seus alunos, por exemplo, enquanto conteúdo político consciente e/ou inconsciente, escondido e/ou declarado, levando-se em consideração os conteúdos ideológicos e políticos presentes em maior ou menor proporção nos filmes, principalmente no tocante a história do cinema e da propaganda política, envolvendo discussão, estética e a linguagem do cinema, bem como a análise de filmes clássicos produzidos em épocas e regimes políticos (Estados Unidos, Alemanha Nazista, ex - União Soviética, dentre outros), envolvendo capitalismo x democracia e socialismo x comunismo, ideologias antagônicas, são enfocadas na obra de Furhamar e Isaksson (1975).

O professor deve procurar conhecer e desejar aprofundar os conhecimentos da linguagem ou discurso, segundo Xavier (1977), sobre a estética cinematográfica para melhor entender as mensagens transmitidas através do vídeo em sala de aula para seus alunos, tendo em vista o seu papel de comunicador para informar os conhecimentos referentes às disciplinas desenvolvidas no ambiente escolar, evitando assim a idéia pejorativa de que assistir um vídeo aula na escola é queimar aula e/ou brincar de dar aula por parte do docente.