O buraco é mais fundo.

Muito se fala em educação e cultura em nosso país, especialmente quando se aproximam as eleições.

O que não consigo entender é por que tanto se fala sobre aumento salarial dos professores, aumento da carga horária escolar dos alunos,escola em tempo integral, freqüência obrigatória para manutenção de programas sociais, poupança escola e outras ações.

Não questiono, de forma alguma, essas ações.

Acho realmente que o professor tem um salário de fome, que a escola tem o compromisso de profissionalizar também(não somente), que a freqüência obrigatória faz com que os pais não se descuidem em manter seus filhos matriculados na escola para não perder benefícios sociais.

Tudo certinho.

Porém, ninguém questiona o processo pedagógico, que do meu ponto de vista é o principal problema.

Nossas crianças são tratadas como seres não pensantes.

A escola é o lugar onde nada se cria, a não ser quando o professor sai da sala.

Temos um programa de ensino completamente obsoleto, nossas crianças ficam sentadas, (quando o professor consegue que isso aconteça, claro) durante quatro longas e infinitas horas, em cadeiras desconfortáveis, ouvindo alguém investido de autoridade lhes dizer coisas que nada significam,nada acrescentam, não fazem parte do seu cotidiano e quase sempre não utilizarão ao longo da vida.

Temos que encarar, mudar, aceitar o desafio.

Formar professores mais competentes, modernos, que utilizem os recursos que temos hoje nos meios de comunicação. Chega de desculpas!

Nada mudará se não encararmos esse desafio.Devemos inicilmente questionar como a aprendizagem acontece.

A aprendizagem, inclusive a nossa (professores), acontece a partir de problemas.

Vamos problematizar mais, elaborar um programa de ensino de acordo com cada realidade. O nosso programa é velho, arcáico.

Vamos reconhecer que nós professores não podemos mais competir com o computador, internet e todos os meios de comunicação. Que o acesso à comunicação e informação acontece em segundos. Não mais podemos ser professores que informam.

Levamos uma vantagem sim: a gente pensa, a máquina não.

Então o que nossas crianças realmente precisam aprender na escola é a pensar.

Existe uma fórmula mágica, uma regra? Claro que não!

Existem desafios, estudo, vontade política, investimento na capacitação dos professores e respeito às nossas crianças.É hora de investir na educação sim, mas jogando tudo pra cima, aproveitando o que deu certo e começando tudo de novo.