O Planejamento Estratégico Como Diferencial Competitivo

Países e estados ao redor do mundo têm se deparado com um problema de ordem estrutural: a falta de planejamento. Quando nos referimos à estruturalidade estamos falando em todos os problemas que vemos hoje como ponto comum em várias nações: violência, xenofobia, corrupção, chaos nas finanças públicas e empresas privadas falindo.

Não é difícil argumentar que problemas como esses podem ser resolvidos a longo prazo, quando os administradores públicos, com a experiência, vão se tornando mais competentes ao longo do tempo. Ledo engano. O problema maior é a falta de planejamento estratégico.

A título de esclarecimento, Planejamento Estratégico é a análise racional das oportunidades oferecidas pelo meio, dos pontos fortes e fracos das empresas e da escolha de um modo de compatibilizar a estratégica entre dois extremos, para que se possa satisfazer do melhor modo possível os objetivos da empresa. Simplificando, trata-se de um minucioso estudo de todos os aspectos da empresa na busca por suas qualidades e seus defeitos para que, depois, sejam traçadas estratégias que possam alcançar os objetivos e as metas propostas.

Um país não pode exigir crescimento se não tem as ferramentas certas para tal. Tampouco pode querer, de uma hora para outra, tentar ser grande sem antes observar quais os maiores problemas que enfrenta. Na administração, os problemas também podem ser chamados de perguntas. Temos de fazê-las todas as vezes que nos vemos ameaçados por alguma crise, de qualquer espécie. Perguntar qual o problema implica em reconhecer a necessidade de solução para algo que pode atingir a empresa. Assim é um país, um estado ou um município: uma empresa.

Algumas etapas são essenciais ao Planejamento Estratégico, tais como: diagnóstico organizacional, onde são analisados os métodos e procedimentos adotados na condução do negócio, formulação de estratégias ou programa de ações, alocação dos recursos necessários às estratégias e avaliação e coordenação dos programas implementados.

Nenhuma organização cresce sem planejamento, e o planejamento começa quando as bases estruturais que sustentam o negócio são amplamente estudadas e analisadas, uma a uma. Depois passa-se à definição dos problemas e das oportunidades, e nessa fase determinan-se os objetivos e as metas a serem alcançadas. Por último, estratégias são definidas e devem-se encontrar formas para colocá-las em prática.

Colocado desta maneira, parece fácil planejar ações que possam ser a linha divisória entre o sucesso e o fracasso de uma empresa. Porém, muito mais do que analisar dados, é preciso analisar informações, tirando proveito daquilo que realmente interessa. Desnecessário dizer, portanto, que faz-se necessário discernimento na condução de negócios.

A importância do Planejamento Estratégico está justamente na sua capacidade de prever. Obviamente previsões podem estar erradas. Mesmo meteorologistas costumam prever o tempo para, no máximo, um fim de semana. Imagine implementar um plano empresarial e tentar prever o mercado por um ano inteiro? Quando falamos em previsão estamos nos referindo às estratégias que podemos traçar caso o mercado em que atuamos mude de maneira brusca nos próximos meses.

Esta capacidade de previsão está ligada de maneira direta à outra variável muito importante: a descentralização de decisões. O processo decisório, embora tenda a ser de uma cúpula, necessita de ampla participação de todos os níveis da empresa. Ninguém conhece melhor a máquina de cortar papel, por exemplo, do que seu operador. E assim por diante, cada qual representando seu departamento contribui para o desenvolvimento geral da empresa.

Da mesma forma como exposto acima funciona a condução de um governo. O levantamento de problemas acontece, sim, mas em início de mandato, quando prefeitos, governadores e o presidente sentam na cadeira e não têm a menor noção daquilo que está à sua frente. Se o problema são as contas que não fecham, suspende-se o pagamento aos fornecedores.

Medidas como estas são muito comuns. O que ocorre é que são medidas paliativas, sem função prática, porque simplesmente empurram o problema para frente. Da mesma forma funciona a condução nos negócios nas empresas privadas. A falta de um planejamento que aponte rumos caso a recessão atinja a empresa determina, quase sempre, a tomada de decisões equivocadas, como a demissão em massa de trabalhadores.

Se você quer fazer parte das empresas que têm no Planejamento Estratégico seu maior diferencial, comece seus planos na mudança de sua mentalidade. Não enxergue seus clientes como simples compradores de seus produtos. Enxergue-os como sustentadores de seu negócio, como pessoas especiais que você tem a obrigação de atender, e atender bem, em todos os seus aspectos. Olhe seus funcionários como pessoas dotadas de habilidades e limitações. Estude como seus funcionários podem contribuir para a melhoria do seu negócio.

Faça um exame minucioso de sua empresa. Pesquise como organizações maiores que a sua estão diferenciando os processos de produção, de atendimento, de pontos de venda e precificação. Não se prenda às velhas ferramentas que um dia funcionaram. Procure seguir as inovações e se adapte, o mais rápido possível, às novas tecnologias. Se você está estudando a implementação de algo em sua empresa, não tenha medo, apenas previna-se de erros que as estratégias podem conter. Conseguir recursos para mudanças muito amplas quase sempre é tarefa difícil. Portanto, comece as modificações que pretende por um departamento e depois, com calma, passe aos demais.

Enfim, estratégias não faltam. O seu desafio é elaborá-las de acordo com as suas necessidades. Não se esqueça: os problemas só são problemas quando realmente sabemos a sua dimensão e profundidade. Quando se encontram as perguntas que devem ser feitas, as respostas para elas são quase como conseqüência natural, e as estratégias brotam de maneira mais fácil e confiável.