PROMESSA DE CAMPANHA

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

As palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão.

William Shakespeare

Na realidade Santa Rita e seu povo nunca tiveram sorte com políticos forasteiros, apesar de nossa gente ter vocação nata em votar sempre em quem não conhece como faz política, tudo porque já conhece a prata de casa e suas práticas familiares de fazer política. É de vaca não conhecer bezerro. Assim sendo, enfocamos o caso de que Santa Rita sempre é esquecida por quem Governa o Estado da Paraíba e bem assim a República Federativa do Brasil, os recursos estaduais e federais que aqui chegam estão abaixo da linha de pobreza e ação política. Vejam por exemplo o caso de uma ponte sobre o Rio Paraíba na direção da Capital para o Rio Grande do Norte, só foi possível porque na década de 70 do século XX, os militares no poder resolver construir a BR 101, ligando João Pessoa a Natal e assim por diante, chegando à região Norte do País. Agora mesmo, Santa Rita não tem um hospital para atendimento as nossas crianças, todos os governantes federais, estaduais e municipais (prefeito e vereadores), sabem disso, a população está entregue as baratas e não tem onde consultar e internar suas crianças. Tudo fica na promessa de que vão construir um Hospital Regional em Várzea Nova para atender a grande João Pessoa. E a banda de música passa de lá para cá e de cá para lá. No ano de 2012, foi lançada a pedra fundamental do Hospital de Várzea Nova pelo Governador do Estado da Paraíba, mais de doze meses se passaram e o hospital ficou no “sonho das mil e uma noites”, como nos contos de “Bagdá”. Santa Rita e seu povo, tem pressa em ter tudo, porque ainda não tem nada, em termos obras estruturantes, a como um simples hospital público, já o particular que existe vive reclamando a falta de liberação de verbas públicas para sua manutenção, porque somente assim poderá atender a nossa gente boa, porém, não mal compreendida.

Sempre foi assim, vale lembrar de quem 2 (dois) de junho de 1987, o então Senador Humberto Lucena, escreveu de próprio punho uma carta ao seu amigo e correligionário Tarcisio Burity, então Governador do Estado da Paraíba, nos seguintes termos: J. Pessoa, 2/6/87. Prezado Amigo Governador Burity. Apresento-lhe Francisco de Paula Aguiar, nosso leal amigo, de Santa Rita, advogado e professor, encareço-lhe a atenção de lhe dar uma assessoria especial, como retribuição ao seu sempre constante trabalho pelo PMDB. Grato, seu amigo, Humberto Coutinho de Lucena”. Assim sendo, fato concreto, Burity terminou o seu e sua vida pública, assim como o eminente senador e amigo Humberto Lucena, porém, jamais a assessoria especial solicitada para seu amigo e correligionário de Santa Rita foi atendida.

Então o fato de Santa Rita e seu povo sempre esquecido por quem governa em todas as esferas do poder público, não é de hoje, quem aqui não mora e não conhece ninguém, e muito menos é eleitor de nossa cidade tem valor de verdadeiros príncipes, pois, as coisas boas devem ser dadas ao povo de pingo em pingo e as ruins devem ser dadas ao povo de uma só vez, o que vale dizer, assim que a Justiça Eleitoral apura as urnas, o povo que se dane e nada mais, serão mais quatro anos de esquecimento total do povo. É essa a prática maquiavélica de quem faz política e ganha eleição em Santa Rita e já faz muito tempo. Não é preciso citar nomes, porque quem é citado é lembrado e não podemos fazer isso para evitar iniciar campanha fora da época, o que caracteriza crime eleitoral, se o futuro candidato não usar o dinheiro da Fazenda Pública para promoção pessoal via rádio, televisão, jornais, carros de som e redes sociais. Ou nossa gente procura saber em que deve realmente votar, ou então vamos continuar sempre em totalmente desconhecimento do povo e de suas necessidades, diante da presença de falta de conhecimento do próprio povo que se engana com conversar e promessas vãs de final de campanha. Está com a razão Émile-Auguste Chartier ao mencionar que “lamento aqueles que têm um ar de inteligentes: é uma promessa que se não pode cumprir”.

E nossa gente, nunca deve esperar por final de festa porque não um que preste e jamais deve deixar o rico morrer de fome porque ele não precisa do povo, claro somente no tempo de campanha política para levá-lo poder, juntamente com o seu grupo de parentes e aderentes. E o pensador Schopenhauer tem razão de sobra ao declarar que “Num mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um acrobata em uma corda – em tal mundo, a felicidade é inconcebível. Como poderia haver onde, como Platão diz, tornar-se continuamente e nunca ser é a única forma de existência? Primeiramente, nenhum homem é feliz; luta sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão; e, via de regra, no fim, é um náufrago, chegando ao porto com mastros e velas faltando. Então dá no mesmo se foi feliz ou infeliz, pois sua vida nunca foi mais que um presente sempre passageiro, que agora já acabou”. Ao povo lhe falta a razão na hora de decidir.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 18/07/2013
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