Educação e Modernidade

Educação e a Modernidade

Profª Bia Oliveira

Ainda vivemos uma educação de paredes e muros, não estamos plugados na vida cotidiana e cercamos os ávidos alunos em redomas de letras e fórmulas.

Nossa educação é um abismo entre o real e o desejado. Uma prática de moldes tradicionais e pragmáticos com cara de modernidade, um computador aqui, uma Internet ali, pronto, basta, estamos no mundo moderno.

Basta! Educação e Modernidade podem caminhar juntas sim, mais não aqui, onde ainda precisamos trocar cestas básicas por uma estada prévia na escola. Educar vai além de trocar migalhas, ela anda solta na plenitude do desejo de querer mudar, na força de uma nação em fazer história com própria mão – escrevendo e decifrando os códigos, lendo no dia a dia, na rotina a sua cartilha de vida.

A sabedoria do povo deve ser ignorada pois isso não é modernidade, mais é educação verdadeira . Moderno é educar para vida longe de deixar os glossários falarem mais alto que um velho ditado popular, aquele que faz qualquer criança correr para uma rodinha na hora do “Bento é o Bento é o frade...” mais as gramáticas ainda insistem em cobrar os plurais, os gêneros das palavras e os tempos dos verbos.

O tempo hoje é somente presente, a vida é plural e não possuímos mais apenas dois gêneros – A Gramática da Emília é que estava certa, ela é grande e pesada demais para a modernidade, certamente, mais educava muito mais que hoje em dia – Monteiro Lobato era peralta e mais imperativo que qualquer aluno rebelde das salas virtuais, não tinha aula de robótica mais sabia o caminho das pedras.

Nessa ponte que parece nos separar da Educação e da Modernidade tudo vai ficando cada vez mais longe, os objetivos, as metas, os sonhos os nossos filhos, os nossos alunos, a nossa escola, a nossa sociedade e a nossa vida.Esse binômio é inseparável estão nas paralelas do desejar e do fazer, eles vibram nas cordas do poder e o homem pode criar uma educação para a cidadania e para o coletivo, basta querer.

A Modernidade segue no leito do tempo mais à educação para na curva da História e somente o desejo político pode modificar uma nação.

Para ilustrar meu artigo com mais educação e nem tanta modernidade assim, mais extremamente atual para uma época em que a competição feroz fala mais alto que a solidariedade e a cidadania, vale a pena lembrar, para despertar o nosso senso social adormecido, o que disse Albert Einstein há alguns anos atrás:

"Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro membro de urna grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o nascimento até a morte, Meu valor consiste em reconhecê-lo. Sou realmente um homem quando meus sentimentos, pensamentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade e seu progresso. Minha atitude social, portanto, determinará o juízo que têm sobre mim, bom ou mau”.

"Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque ele se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. Os excessos do sistema de competição e especialização prematura, sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem”.(...) "A compreensão de outrem somente progredirá com a partilha de alegrias e sofrimentos. A atividade moral implica a educação destas impulsões profundas".

A Modernidade suplica por uma Educação mais solidária e mais conectada na vida.

Bia Oliveira
Enviado por Bia Oliveira em 10/04/2007
Código do texto: T443840
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