Retalhos

Acordei fragmentada.Esta manhã foi desigual.Foi para relembrar cada pedaço que me forma e para deslembrar tudo que faz sentido.Acordei com gotas de insanidade, cheia de retalhos e resolvi revirar o passado.Dentro do nosso quarto escuro, empoeirado, cheio de memória, resgatei um texto que vou compartilhar com vocês.Feito muito rapidamente, em aula,no dia 17/10/05 tem muitos significados e sensações.Fala sobre o amor, isso já diz bastante, agora resta sentir:

Fostes muitos e vários e tantos e eu que não sabia me fundir em sua multiplicidade seguir sozinha.

Fui sozinha, única e pouca receando ter perdido a oportunidade de ter o delírio do amor.

A vida é rara, é tanta e pouca e única e vária, é a incerteza que nos arrebata e nos faz querer mais, ou parar de vez, ou simplesmente, se entregar ao imponderável.

Você foi muito, e foi escorregadio; água entre os dedos, enxurrada de frieza, de ilusões e pensamentos vãos....que não pôde fazer parte de mim...metade fui e sou e não sei ser mais ou diferente.

Me sinto ora triste, ora angustiada.O sentimento persiste.A melancolia corta.Rasgos de esperanças soltos no chão, rasgos de vontades, rasgos de querereres.Espero ainda ser vária, ser muita e me confundir na multiplicidade de outro...Para isso resta esgotar o nosso tempo e remendar a mim mesma, apesar da insistente destruição que seu olhar provaca em mimnha alma....

Roberta Leone
Enviado por Roberta Leone em 15/04/2007
Código do texto: T450279