MEDO II

Falar sobre o medo, me incomoda, não porque o não tema, mas porque quando o sinto, também sei que não pode ser comum, pois se a alguns impede de agir, tem outros que se estimulam a o enfrentar.

E o enfrentam, de olhos nos olhos com a coragem dos que nada teme e desempenha o papel de defensor/agressor, quando por vezes se excede nos seus limites para se expor a combater os seus medos, suas fobias, no dia a dia com situações de temor em redor das suas aventuras. Embora saibamos que para existir-mos (isto ocorre desde o inicio dos tempos), temos que enfrentar nossos medos, embrenhar-mos em aventuras, com coragem, pois na luta pela sobrevivência vence aquele que se sobrepõem sobre todos os medos e só desta forma conseguimos evoluir em espécie. Se a própria existência está centrada numa adaptação ao meio, numa aventura constante. Como fugir-mos do medo!? Se o mesmo é parte integrante das sociedades e de nós mesmo como um todo.

E os sintomas de medo são variados, desde o medo provocado pela mentira até sua descoberta ao medo do desconhecido, passando pelos medos impostos aos corpos e a alma. Como na Cadeia da Evolução das Espécies, o Medo segue uma hierarquia: primeiro, as frustrações; segundo, as agressões; por fim, o medo se instala naqueles que são agredidos. E padecemos... E perdemos a noção do real e do imaginário... Entramos em pânico... E sofremos... No corpo e na Alma.

No sofrimento se teme e sente medo: medo da dor que se não conhece, que é a dor da alma... E se tem medo, medo do próprio medo, no complicado medo do que se é ser medo em movimento no contraponto de se impor ao próprio medo e se envolver de armadura para ao medo resistir voltando a sentir medo, mesmo após o ter vencido.

Fomos condicionados a temermos a tudo e a todos neste mundo que se diz humano, embora às vezes não consigamos passar da categoria “animais irracionais”, quando agredimos, quando impomos, quando exigimos submissão, servidão, aos seres que nos rodeiam, mas, que nos amam, sem medo, sem cobranças, sem nada pedir ou exigir, pelo simples fato de amar. Amar de forma incondicional.

Quando houver um mundo de igualdades, não a igualdade em espécie, mas em direitos, talvez possamos ter um dia um mundo de Paz, de compreensão dentre todos os homens e o Medo será apenas um sentimento esquecido no tempo.

Será isto possível um dia!?

Carlos Manuel Ferreira Castro (CAMAFECA)

Boston, Inglaterra, 10/04/2007.

CAMAFECA
Enviado por CAMAFECA em 15/04/2007
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