Família complicada

Eu tenho ouvido muitas críticas sobre os nossos políticos. Eu concordo plenamente, pois, estão escancarados em todas as manchetes; em todos os programas jornalísticos, as falcatruas dessa gente que era ser exemplo para toda nação.

Portanto, não é só na área da política que existem ladrões. Ladrão existe na polícia, na justiça, no comércio, nos caminhoneiros, nas medicinas, nas construções civis, etc.

E isso não é de agora, não. Faz muito tempo, desde quando eu era criança. Meu pai que dizia ser um cidadão do bem era um grande sonegador de imposto. Naquela época era mais fácil driblar a fiscalização. Cansei de ver meu pai misturar uma média de 10 ou até 20% do feijão de segunda anexo com o feijão de primeira. Naquele tempo, a mercadoria vinha num saco de 60 quilogramas. Fazia isso também com arroz. Armazém de roça poderia vender bebida em copo. Alguém pedia uma pinga, vermute ou vinho; meu pai colocava de volta no litro o restinho que o freguês deixava. Eu cresci vendo tudo isso. Queria me orgulhar do meu pai, mas algo me deixava triste, apesar dele ser muito trabalhador. Conclusão: vendeu muito fiado, perdeu tudo. Foi à falência. De nada adiantou sua esperteza.

Também vi meus dois tios roubarem madeira da serralheria e quem trabalhava. Ambos conseguiram fazer bela e confortável residência.

Trabalhei de pedreiro e, com quase todos empreiteiros que peguei intimidade, eu os vi roubar. Desviava para outras obras: cimento, areia, cal, ferro, pedra, azulejo, etc.

Outro tio que era investigador, contava e se vangloriava dos roubos que fazia na polícia. Ele e o seu chefe saíam para dar uma batida e, se separavam por alguns metros. Meu tio abordava um transeunte, mostrava a carteira de polícia e oferecia ao cidadão um revólver alegando tomar de alguém. Sempre conseguia vender por um preço bem mais barato do que o valor real.

Assim que o cara despedia dele pensando em ter feito um ótimo negócio, o seu chefe o alcançava e lhe dava uma revista. O cara tentava se justificar, ele ainda pedia dinheiro para não levá-lo preso.

Assim eles faziam essas barbaridades várias vezes ao dia.

Quantos empregados que trabalham em comércio, e o patrão confia, dando-lhe a gaveta para o mesmo tomar conta, logo o patrão fica pobre, e o empregado enriquece.

Agora eu lhe faço uma pergunta: “ Você concorda com a frase que diz: “A ocasião faz o ladrão”.