BOLSA FAMÍLIA: A CARNAVALIZAÇÃO SOCIAL DO BRASIL.

Não sou simpatizante do governo Lula (que tem Dilma como testa de ferro), mas verdade seja dita: O Programa Bolsa Família é libertário. Não se trata de esmola, nem de caridade, mas de justiça social, e num país onde o "você sabe com quem esta falando?" nasceu com as Capitanias Hereditárias, e onde, palavras como justiça, direitos, liberdade, vem com o brilho do vil metal. Quem tem pode, não tem chora! E o Lula, foi o primeiro a distribuir rendas, e a procurar equacionar os direitos neste país dividido em três castas: coronéis, jagunços e miseráveis.

Nós brasileiro somos hospitaleiros com os de fora, fruto de nosso complexo de inferioridade, mas totalmente cruéis com os que estão ao nosso redor. Gostamos do bom crioulo, o negro que tem alma de branco, o pobre limpinho e o operário padrão. Quem não corresponde aos esteriótipos não merece viver. Pobre tem que sobreviver de cabeça baixa, sendo servil e obediente até a morte. Quem de nós nunca ouviu a expressão: "Pobre orgulhoso." Ser pobre significa ser capacho, aceitar os direitos como uma caridade, uma benevolência dos abastados. Quando o PT oferece o bolsa família não está fazendo caridade, mas possibilitando ao pobre autonomia, direito de viver sua vida, de fazer suas escolhas, e é isto que desagrada tanto as centenas de Danuzas que até então tratavam seus pobres com ternura de Leão... Quanto os que pregam a humildade para poder pisar nos outros.

O que irrita os jagunços travestidos de classe média é que os pobres aprenderam o caminho do Ministério Público, compreendem que a vida é um direito absoluto e podem desfrutá-la com prazer. É terrível, para algumas professorinhas ter que receber alunos carentes em suas salas de aula. Outro dia ouvi uma pérola de uma professora : "Eu não sou paga para educar crianças ranhenta". Pensei em xingá-la de imunda, mas ela não compreenderia. Diria que sou reacionário!

A verdade é que nós brasileiros, somos solidários no câncer, mas detestamos pobres que venham nos falar de justiça ou frequentem o mesmo ambiente que nós: cristãos, assalariados e leitores de Erika Leonard James.

O Bolsa Família não é distribuição de dinheiro para vagabundo. Aos verdadeiros vagabundos existe o BNDS, que emprestou somas absurdas a um empresariado com nome de Jurada do Chacrinha, e repetiu a saga da personagem de Machado de Assis ( vede Quincas Borba).

O Bolsa Família possibilita que não existam mais Carolinas Marias escrevendo em quartos de despejo, diários de uma favelada. o Bolsa Família existe para que Vidas Secas sejam apenas personagens literários, e que os retirantes fiquem presos para sempre nas telas do Portinari. É interessante perceber que a classe crescida e alimentada com toddinho, não perceba que o governo gasta mais com os empresários do que com os pobres.

Não gosto do Lula, dizer que não sabia de nada do mensalão foi um contra testemunho, mas daí a aceitar nomes como Aécio Neves, Eduardo Campos, e tantos outros que querem o fim do Bolsa Família, é bater pandeiro para maluco dançar...

O que ocorre hoje é a carnavalização da sociedade, já não estamos mais nos tempos dos bailes de salão ou andando nos corsos... O povo esta vivendo o sublime direito de brincar o carnaval... Mas se alguma senhora disser que isto é o fim da sociedade eu canto aquele samba do Haroldo Barbosa: Pra que discutir com Madame...