STATUS OU ROLEZINHOS!

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

"Status é comprar coisas que você não gosta, com um dinheiro que você não tem, para mostrar para pessoa que você nem conhece direito um ser que você não é."

Autor desconhecido

A humanidade, originariamente nasceu dividida, inclusive na formação corporal física de cada um dos seus indivíduos, todos nós somos divididos em células. As classes sociais também não são diferentes. Temos ricos, remediados e pobres. Sempre foi assim e continuará sendo assim. De modo que o “status”, termo adotado desde sua origem pela Sociologia, que segundo a língua latina, significa posição, situação, estado jurídico, educacional, social, político, religioso, esportivo, etc, de uma pessoa, enquanto ser individual, dividido em bilhões, etc, de células em sua constituição física e única no mundo para cada indivíduo, animal racional e/ou irracional, em qualquer parte do planeta Terra.

O pensador, pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (1475-1564), considerado um dos maiores criadores da História da Arte do Ocidente, responsável pelas estruturas da Basílica de São Pedro, obra iniciada em 1506, que tem 138 metros de altura e foi inaugurada em 18 de novembro de 1626, no estilo da Arquitetura Barroca do período Renascimento, no Cidade Estado do Vaticano/Roma, enfatiza que “o maior perigo para a maioria de nós não está em definir o nosso objetivo muito alto e ficarmos aquém, está na definição do nosso objetivo muito baixo e alcançarmos a meta”, de modo que diante das considerações iniciais, podemos sintetizar afirmando que o “status” é a posição que uma pessoa tem dentro de um certo grupo e ou sistema social, familiar, jurídico, educacional, esportivo, governamental, etc. E até porque esta posição, confundida por hierarquia funcional, são geralmente atribuídas pelo grupo social, envolvendo certos e determinados direitos e deveres internos e externos. Na realidade “status”, significa privilégios e obrigações. Assim, a medida em que a população de internacional, nacional, regional e/ou local, toma ciência própria, isso é, tem na consciência coletiva, tais direitos e deveres definidos e respeitados pelos governos e governados, em função de um ou vários critérios, a chamada sociedade civil organizada e/ou não vai se estratificando em um verdadeiro sistema social concreto, ao pé da letra, dotado assim, de uma certa estabilidade emocional, financeira, educacional, jurídica, esportiva, familiar, religiosa, etc. É justamente o contrário do vimos nos últimos dias em nosso país, em cidades grandes do tipo: São Paulo, Rio de Janeiro, dentre outras cidades, onde surgiram os “rolezinhos”, se bem que primitivamente falando o termo “surgiu para que ídolos da periferia encontrassem seus fãs¹”, no entanto, diante da fragilidade da sociedade civil organizada brasileira, o movimento está parecendo com movimento político, por enquanto não organizado como um sendo um partido de situação e ou de oposição, tendo como protagonistas, a juventude, filhos de pais e mães, geralmente não contemplados com a distribuição de cargos federais, estaduais e municipais, do tipo: ministérios, secretarias de estado e ou secretarias municipais. Essa juventude não faz parte da classe social envolvida em corrupção do tipo formação de quadrilha, mensalão, licitação ilícita, superfaturamento, etc., em que os poderes da República nos três níveis de governos estão sendo que a cada dia que passa, denunciados pela imprensa independente e até mesmo pela imprensa marrom. Por analogia ao momento histórico mundial e de modo especial o brasileiro, chamamos a atenção das autoridades constituídas para o fato de que o Brasil construiu as “ARENAS” e organizou todos os aparatos em termos de acessibilidade humana, inclusive aeroportos, etc., para receber os turistas durante o maior espetáculo da Terra, a Copa do Mundo, porém, não foi capaz de resolver o problema da seca no Nordeste do Brasil, onde pessoas e animais morrem de fome e sede em pleno século XXI, faltou coragem para investir no homem de pele calejada e que espera há séculos a solução dessa chaga nacional provocada pelos ditames da natureza. A população de baixa renda e de modo especial os criadores dos “rolezinhos” a brasileira, não tem condições de comprar ingressos caríssimos para adentrar nas Arenas pelo Brasil afora e assistirem os jogos da Copa do Mundo 2014, salvo poucos privilegiados pertencentes a esse novo status de nossa sociedade. E até porque sem deixar de lado as questões nacionais ainda não solucionadas: moradias populares, qualificação profissional e empregos, segurança pública, educação de primeiro mundo, saúde na UTI, inflação galopante e impostos diretos e indiretos insuportáveis, falta de comida, bebida e remédios, além de um salário mínimo inferior ao salário pago aos presidiários, conhecido por auxílio-reclusão.

O que vale dizer que a simples vontade de encontrar seus fãs desde 2012, já está sendo configurada como sendo um grito de rebeldia contra tudo e contra todas as formas de injustiças galopantes na República de Pindorama e ou Terra das Palmeiras, onde aqui não canta mais o sabiá, da Canção do Exílio, escrita em 1847, de Gonçalves Dias², como cantava no passado de nossa jovem literatura nacional com menos de quinhentos anos. E os donos das lojas localizadas nos Shoppings, nas grandes e pequenas cidades do país, estão fechando suas portas, porque tudo parece com os famosos arrastões, onde a depredação, seguida de furtos e roubos do patrimônio privado é bem parecido com os movimentos de rua das grandes cidades do Brasil, dos últimos meses, embora com outro nome. Ontem foi o povo gritando e quebrando tudo no meio da rua, o que era público e o que Ra privado, no Rio de Janeiro, em São Paulo, etc. E agora é o povo jovem, convocado para reunião chamada “rolezinho”, através de um simples toque nas redes sociais, do tipo, face, etc., reúne milhares de jovens para passear e ou invadir o conglomerado de lojas que formam os Shoppings no Brasil. Os governos federais, estaduais, municipais e as autoridades familiares, devem parar para auscultar o que estes jovens dos “rolezinhos” estão querendo com seu gripo de guerra, que nada mais é do que um “status” novo que surge entre os nossos jovens no século XXI. Os jovens querem e são na realidade famosos, sabe ler, escrever, cantar, gritar, etc., o que significa dizer que os governos têm que parar para ouvir esta juventude, massa que serve para fazer qualquer tipo de pão, inclusive o pão destemperado e sem futuro, ex-vi os usuários de drogas: maconha, crack, LSD, cocaína, etc., que gera dependências morais, mentais, emocionais, etc, na juventude, candidata nata para a realização da vida adulta. É hora de se fazer uma verdadeira inclusão e promoção social, de “status”, envolvendo a juventude nos projetos de governos. Caso contrário, outras modalidades de rebeldia criminosa e ou não, surgiram para dizer que não aceitam o “status” de corrupção adotada pela banda pobre da política partidária nacional nos três níveis de governos.

E isso é verdade, pois, entre os critérios de se adquirir “status” e ou respeito na sociedade, tem sido por demais variados, dando origem assim a diversos sistemas sociais organizados e ou não de classes sociais ou de castas. Existem diversos critérios conhecidos e até mesmo desconhecidos até então, no entanto, podemos assinalar, por exemplo, a ascendência, a riqueza, a pobreza, a ocupação ( o caso dos sem terra, sem teto, sem nada...), o poder político (federal, estadual, municipal), a raça, o preconceito em qualquer sentido: sexual (homofobia), social, político, educacional, familiar, etc. Tudo isso, não é muito diferente do que já conhecemos na história dos povos, como por exemplo, na sociedade feudal e bem assim no sistema de castas da Índia antiga, onde o “status” social era definido justamente pela ascendência, isto é, pelo nascimento de cada individuo no seu grupo social, pois, cada um nascia nobre, burguês e ou servo, o que vale dizer que tinha determinados direitos e ou deveres, justamente pelo simples fato de ter nascido em tal situação familiar. Quem nascia pobre e miserável, viveria assim até o fim de sua vida. Porém, na sociedade tida como capitalista o “status” começa a predominar pelo critério da riqueza de cada individuo. Já na sociedade comunista o critério adotado para via o “status” dos indivíduos é o da ocupação ou situação dos mecanismos de produção e bem assim da posição relativa na hierarquia do partido comunista. Em qualquer tipo de sociedade organizada, seja ela comunista e ou capitalista, cada individuo desempenha sua função social ou “status”, através dos direitos e deveres, a si atribuídos através de algum instrumento legal e ou criminoso, via o maniqueísmo do exercício do poder político e/ou profissional pessoal de cada individuo.

O “status” social praticado via os “rolezinhos” pela juventude de hoje no Brasil, cantada e decantada na letra e música do MC Rodolfino (2013), denominada “Em Cada Role”³, por exemplo, é um alerta prematuro de um ideal de justiça social aos governos: federal, estadual e municipal, sonhado e concretizado, exigindo igualdade de oportunidades para todos, o “status”, que poderão ser definidos e/ou conceituados pelos valores reais que cada membro sabe que tem e sabe desenvolver para o bem e/ou para o mal de um futuro próximo em nosso país. A juventude pede passagem para ser ouvida no direito de ir e vir, dentro e fora dos espaços públicos e privados de nosso País.

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¹ <http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2014/01/15/ideia-de-rolezinho-surgiu-para-que-idolos-da-periferia-encontrassem-seus-fas.htm>

² <http://www.horizonte.unam.mx/brasil/gdias.html>

³ <http://www.youtube.com/watch?v=sZB38cbWras>

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 18/01/2014
Reeditado em 21/01/2014
Código do texto: T4654672
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