Democracia e Oposição

Os extremistas não admitem oposição. Talvez seja este o motivo pelo qual os regimes totalitários estejam sempre fadados ao fracasso. Ao não permitir a oposição, ao sufocar as vozes daqueles que tenham algum reparo a apresentar, eles perdem a grande oportunidade de analisar a própria conduta e os próprios critérios, fazer a autocrítica necessária a quem compreende que pode estar errado e necessitar de sugestões de outras pessoas que do ângulo em que se encontrem possam vislumbrar ou compreender equívocos que os primeiros não vêem.

Assim é como os opositores são afastados ou silenciados pelos extremistas e foge-se do exercício democrático pelo temor à crítica e pela rigidez mental.

Esta tendência nefasta existe em todas as partes; nos governos, nas empresas, em instituições de toda a espécie onde dirigentes despreparados, inflexíveis em suas posturas mentais, ao calar a oposição, calam a própria reflexão e anulam a possibilidade da mudança de rumo eliminando equívocos e construindo acertos.

É certo que a oposição é, muitas vezes, cruel em seus critérios, rígida e preconceituosa, mas é ela que permite o livre exercício do arbítrio, a livre expressão do pensamento.

O inflexível vê no opositor um inimigo e trata-o como tal. Este preconceito tem separado os homens em grupos, associações, partidos que se enfrentam com violência ao invés de somar esforços para buscar soluções para os problemas que se sucedem.

O opositor, aquele que é contrário às nossas idéias, mantém-nos despertos e nos faz pensar na possibilidade de estarmos errados em nossas apreciações. Este reconhecimento da possibilidade de estar errados é o primeiro passo para a evolução pessoal em qualquer âmbito das atividades humanas.

O opositor está aí para nos fazer pensar, o que é muito bom para a nossa inteligência que respira nesta atividade mental.

Nagib Anderáos Neto

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Nagib Anderáos Neto
Enviado por Nagib Anderáos Neto em 05/09/2005
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