NÁDEGAS

Bem, tentarei, apesar de minha pouca experiência no assunto, me aprofundar num tema de enorme valia para os meios intelectuais, que é a bunda, ela que nos dias de hoje, já bem livre de preconceitos, pelo menos só se fala dela, faz-se livre para viajar saltitante em nossos devaneios sexuais, sem chance de errar é a bunda a preferência nacional, com espaço certo na mídia, pois dá audiência, mas qual será o segredo da bunda? Se é que ela o tem, esse aglutináceo ser, que nos altos círculos, atende pelo opulento nome de nádegas, nome que lembra alimento, trocaríamos com facilidade e destreza a degustação de um bom prato de almôndegas – por uma tigela de nádegas - e por essa óbvia descendência alimentar, há indivíduos que chegam até mesmo a salivar quando ouvem, ou pronunciam esse nome, que coisa!

Uma afirmação feita por Ziraldo numa edição da Bundas, foi que se a bunda não tiver dobrinhas na popa, não é bunda, se realmente isso for verdade, de minha parte considero demasiada exigência, pois como todas as coisas, a bunda também é relativa, ou seja, depende de um ponto e de uma reticência de vista, ou mais que de sinais gráficos, depende sim é da vista de todos, inclusive do meu amigo Renan.

Não devemos nos atentar somente no todo, mas sim dar também uma faceira olhadela nas partes que o compõem, pois a bunda, como o seu dono, tem uma personalidade, e são nessas partes, que está o cerne dessa personificação da realidade, temos a personalidade infantil na popança do Mussum, uma maliciosa e financista, como a da Sheila Carvalho ou da Carla Peres, também há a jurássica bunda da Gretchen e da Cadilac, de fato, sinto-me ridículo tendo que fazer comentários sobre esse povo bisonho, mas, mas, como diria o nosso filósofo da mídia madre, faz parte! Se tudo isso, causa-lhe, como em mim, incomodo e nostalgia, indico-lhe cama e camu-camu.

De fato, como disse Mário Prata, a bunda de nossas mulheres foi arrebitada com pincel d´ouro, e formão de prata (disse de prata e não do Prata), bunda é só a nossa, que é miscigenada, em Portugal (como a revista eletrônica nos mostrou, virar de costa para o outro, é virar de rabo para o outro), por azar deles a bunda que é pura, é também um cu, ku esse que na França é o pescoço, - que papo mais carne de pescoço – é Prata realmente nascemos com a lua virada para as bundas.

A síntese do resumo, foto consumado e findado, esse assunto escatológico, não do sentido excremético, mas sim do filosófico, dos fins últimos dos homens, que ao meu ver é o de ser feliz, findo-o, mas o deixo em aberto, como assunto voluptuoso que é, não deixaria de assim ser, fui claro, não?

Sérgio Souza
Enviado por Sérgio Souza em 07/05/2007
Código do texto: T478658
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