DO FILÓSOFO...

O Filósofo Incomoda. Ele arma sua tenda crítica no olho da condição humana.

ACMC

O Filósofo é um Buscador dos silêncios existenciais, guiado por Inteligências possíveis, nos quais podem se esconder Verdades-Felizes. Ele, creio, é o contraponto desse eruditismo pedantista, pomposo e academiqueiro.

É um Viajador pelos amazonas de nossas incertezas libertárias. Se lança aos fogos Sim-bólicos e Dia-bólicos – o que estiver longe e o que for atirado junto - tentando compreender e interpretar este caos (harmonia/beleza/desequilíbrio/desorganização). O Filósofo sacode demências com o propósito de acordarmos para as potencialidades de conexões profundas e significativas. Ele não deixa se apagar a Brasa da dignidade humana. Suas aberturas não são pratos envenenados. Todo Filósofo possui plena consciência de que o Criar, o Interagir e o Recriar são componentes de nossa vocação.

Em que pese o que digo acima, os sentidos de Filósofo forjam certos paradigmas. Danilo Marcondes elenca seis figuras. Há o Crítico (abala opiniões e provoca necessários incômodos - Sócrates). O metafísico (trabalha com fenômenos extrassencíveis - Platão). O Mago (investiga problemáticas ocultas – Jâmblico, Apuleio, os herméticos). O Cientista (filosofia mais geral e as ciências dimensões práticas – Descartes, Kant, Carnap, Karl Popper). O Político (pensador e militante político – Rousseau, Voltaire, Lock, Maquiavel, Marx, Sartre) e o Comentador (intérprete dos textos filosóficos – Tomás de Aquino, Richard Popkin).

A importância de um Filósofo, destarte, nada tem a ver com reconhecimento público, poder ou sucesso. Sua grande utilidade é ser um “ordenador”, digamos, de lógicas da Contradição, um desencastelador dos entes, dos mitos, das alienações e dos silêncios utilitaristas. Trata-se de um peregrino interrogador.

Enfim, não estamos condenados ao Filosofar? Por acaso, não é ele sabedoria de vida, atitude crítica e questionadora, sistema de pensamento, visão de mundo e busca pelo autoconhecimento? Aonde andam, pois, os Filósofos?