O idoso e o necessário respeito que a ele deve ser dispensado.

Conforme demonstrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - (IBGE), através do censo de 2000, havia no Brasil cerca de 15 milhões de idosos, com mais de 60 anos. Atualmente esse número elevou-se para 18 milhões. A previsão para os próximos 20 anos é de que essa população exceda os 30 milhões de pessoas com idade igual ou acima de 60 anos.

Não apenas no Brasil, como também em outros países, o Estatuto do Idoso que garante os direitos dessa população, nem sempre é aprovado de maneira que venha atender, em sua plenitude, aos interesses daquelas senhoras e de todos os senhores que deram sua parcela de contribuição à sociedade e que agora precisam do amparo legal do governo, pois merecem viver com dignidade.

Estaria a sociedade preparada para lidar com a população de idosos a qual, por sinal, é a que mais cresce no País?

Dentro do contexto sociedade percebe-se que o idoso não obtém a atenção e o respeito que se fazem merecedores, pois o relacionamento entre as gerações não tem sido acessível em nenhum lugar do mundo, mesmo em épocas passadas. Conclui-se, então, salvando-se as exceções, que não se espera mais dos filhos e netos uma obediência sistemática a seus pais e avôs. O diálogo e o entendimento deveriam ser os caminhos indicados na educação dos filhos, mas estes, por terem suas opiniões bastante consideradas pelos pais, se prevalecem dessa abertura e tratam os mais velhos com descaso, por vezes até de modo grosseiro. Na visão dos liberais trata-se de evolução educativa. Em contrapartida, os idosos não aceitam esse comportamento, atribuindo à pecha como ausência de educação.

Faz parte da história social brasileira, a idéia de que os idosos deveriam ser e eram respeitados e até reverenciados por sua experiência. Nas sociedades contemporâneas, contudo, o conceito permanece o mesmo, isto é, o que detém a cultura se destaca, porém a vontade pelo novo e pela rapidez de informação relega ao desprezo as pessoas que não compartilham desse mundo de consumo voraz. Essa circunstância ocorre em razão de que numa sociedade consumista, na qual tudo possui uma vida útil efêmera, o conceito de descartável se alonga às pessoas e, principalmente, aos idosos os quais perdem papéis sociais, abdicando do trabalho e, como conseqüência, da geração de renda.

Apesar de os idosos andarem vagarosamente, a sociedade precisa e deve entender que esses senhores e senhoras só desejam andar com as suas próprias pernas, preservando a sua auto-estima. Para tanto esperam que sejam respeitados por todos os segmentos da sociedade. Podemos e devemos fazer isso.

Demarcy de Freitas Lobato (Em memória)
Enviado por Demarcy de Freitas Lobato (Em memória) em 13/05/2007
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