FESTA DA BOA MORTE

Religiosidade Baiana para Turistas Internacionais

RESUMO

Este artigo aborda a importância da cultura de um povo como atrativo turístico. A partir desta abordagem, focaliza a identidade de uma cidade decorrente da religiosidade que nela é representada. Procura estabelecer considerações a respeito da relação com o Turismo e a busca do conhecimento cultural de um lugar.

PALAVRAS-CHAVES: Turismo. Cultura. Religião. Identidade.

ABSTRACT

This article approaches the importance of a people’s culture as tourism attractive. The approach focuses the identity of a city and its religiosity. It establishes some considerations regarding the relations with tourism and the search of the cultural knowledge of a place.

KEYS-WORDS: Tourism. Culture. Religion. Identity.

INTRODUÇÃO

O Turismo Religioso vem crescendo gradativamente e a tendência é aumentar cada vez mais. Esse segmento turístico motiva as pessoas a conhecer a identidade de um local, além de influenciar o desenvolvimento da atividade turística.

A Bahia possui características únicas no que se refere à religiosidade e cultura. Porém pode-se encontrar essa religiosidade em escala menor, com a mesma relevância, num município que proporciona um diferencial em relação ao resto do Estado: Cachoeira, que é uma das cidades do Recôncavo Baiano mais propícias para se buscar o Turismo Cultural e Religioso, pois possui festas populares com tais caracteres, além de dispor de um enorme patrimônio histórico e de uma das culturas mais ricas da região. Falar dessa cidade é sempre prazeroso e estimulante, por ser um lugar abençoado, de cultura e religião, que chama a atenção de turistas e pesquisadores.

IDENTIDADE CULTURAL

No contexto histórico, a origem da Irmandade da Boa Morte serve de referência para a compreensão da identidade e religiosidade brasileira. Segundo alguns autores, a devoção a Nossa Senhora da Boa Morte foi trazida de Portugal para o Brasil, onde ganhou características peculiares e próprias. Na comunidade baiana, sua difusão deu-se pelos caracteres do culto africano que já se faziam presentes aqui, onde também se podem encontrar, inerentes ao culto praticado pelo sincretismo religioso, traços do catolicismo, além de elementos socio-históricos da escravidão. Sendo assim, a dedicação a Nossa Senhora da Boa Morte passou a ter uma acepção social, mantendo unida a religião e a valorização do indivíduo. Como diz Falcon, torna-se, portanto, “um inigualável meio de celebração da vida”.

“Foi uma promessa que os escravos fizeram na luta, no sofrimento, para que eles alcançassem à liberdade que a morte seria desaparecida, porque a morte é o sofrimento e a vida é a glória. E a glória é para sempre”. D. Estelita, Juíza Perpétua da Boa Morte, em depoimento à pesquisadora Francisca Marques, jan. 2000.

O fervor religioso na devoção a Nossa Senhora da Boa Morte era feito por uma reunião de mulheres libertas, residentes na Barroquinha, bairro de Salvador, “que camuflavam as práticas religiosas africanas com culto católico à morte e assunção da Virgem Maria”. (NASCIMENTO, 1998, p.6). Todavia, a confraria foi transferida para a cidade de Cachoeira com a expansão econômica do Recôncavo Baiano. A Irmandade instalou-se em Cachoeira por volta de 1820 e permanece até nossos dias com suas concepções conservadas. É “uma organização privativa de mulheres, com vínculos étnicos, religiosos e sociais, também unidas por parentesco consangüíneo ou de fé”. (NASCIMENTO; ISODORO, 1988).

As religiões brasileiras, predominantemente, são caracterizadas por cultos e reverência aos orixás de ascendência africana, juntamente com atribuições indígenas e referências cristãs. Nas cerimônias da Irmandade da Boa Morte, apesar da aparência de atos católicos, podem-se observar, pode-se observar a presença do candomblé nos trajes e no processo ritual durante os cortejos.

No íntimo dessa confraria foi desenvolvido o princípio das crenças afro-brasileiras quanto à ideologia popular. Este princípio, advindo da inspiração católica sobre a morte, conserva a doutrina, porém incorporada em rituais sincréticos do candomblé, dando aos santos católicos denominações de divindades dos cultos afro-brasileiros: os orixás.

Reis e Silva afirmam que “a formidável densidade da população africana na Bahia favoreceu sua representatividade cultural, suas identidades étnicas e sua disposição de luta”.(1989, p.34). E ainda acrescentam: “a construção e constante recriação da identidade étnica esteve no centro dessa dinâmica africana”. (idem, ibidem).

A formação étnica do Brasil ocorreu de forma notável, através da mistura de três povos: brancos, índios e negros. Decorrente dessa miscigenação de raças, houve uma permutação de religião na mescla desses povos. Embora, a mistura tenha ocorrido entre povos estrangeiros, portugueses e africanos, com os índios que aqui viviam, transformou-se em uma unidade religiosa, mas sem perder muito das suas identidades étnicas. Assim, podemos salientar a Festa da Boa Morte, que é uma expressiva manifestação religiosa e cultural brasileira, destacada pela tradição da Igreja Católica que, na Bahia, incorporou o sincretismo religioso afro-brasileiro. Por isso, dizemos que a religião constitui uma síntese integradora que agrupa diversas origens. A Irmandade da Boa Morte, por exemplo, é o sincretismo que mantém a fusão de diferentes identidades e crenças através da atividade religiosa e da devoção.

Segundo Edward Tylor (1832-1917), cultura "é todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade” (1958).

Segundo diz Costa, “hoje o contingente de origem africana no Brasil é grandemente representativo e, pode-se dizer que, ao menos em algumas regiões, não há brasileiro que não tenha um pouquinho do sangre negro".

A interação dos grupos africanos com os brasileiros gerou, ao longo dos anos, cultos que tem hoje marcantes características, como os rituais da Festa da Boa Morte. Conseqüentemente, essa interação entre os grupos determinou a cultura deste país e de um novo povo que surgiu, deixando características únicas na religiosidade que foi emergindo aos poucos. A religião colaborou para a unidade nacional.

Costa assevera que, "na prática, a grande maioria, além da religião católica, pertence e freqüente assiduamente os cultos de origem africana, nos quais reina um sincretismo religioso único com a religião católica em especial, se bem que haja ramos de influência indígena e muitos de origem espírita". (2001).

A miscigenação racial contribuiu para uma direção dicotômica no âmbito religioso brasileiro, ou seja, a interação das raças que vigoravam no Brasil proporcionou uma fusão de elementos culturais. Contudo, cada vez mais os afro-brasileiros se impõem e afirmam sua identidade e independência em face da religião cristã. Embora a Festa da Boa Morte seja ainda uma união entre a religião cristã e afro-brasileira, mantém um culto puro no sentido da preservação dos empréstimos africanos e católicos.

O TURISMO NA FESTA DA BOA MORTE

A Irmandade da Boa Morte preserva em Cachoeira uma das mais antigas e solenes tradições do Estado da Bahia. É uma das maiores riquezas da cultura negra baiana ainda vigente em nosso país. Composta apenas por mulheres negras e devotas de Nossa Senhora da Boa Morte, a Irmandade possui um grande sentido religioso e uma “maior conotação ética”, que dá ênfase à memória cultural do Brasil.

Segundo Jadson Luiz dos Santos, “a Irmandade representa hoje, para Cachoeira e para o povo baiano, a resistência de uma associação de mulheres negras conscientizadas dos seus preceitos e alegres em poder festejar com honra e glória e zelar pela sua ‘santinha’, assim referida com carinho pelas irmãs”. (2001).

A Festa da Boa Morte é um evento dos mais tradicionais de Cachoeira, que catalisa o turismo internacional. A cidade fica em êxtase com o acontecimento. Nela podem ser encontradas pessoas de várias partes do mundo, principalmente negros norte-americanos, seja em busca de cultura e religiosidade, seja por apenas curiosidade e prazer. Todos os anos, a cidade recebe uma infinidade de turistas nacionais e internacionais. A demanda é tão grande que ela se torna pequena para conter os festejos. O Turismo, por ser uma atividade que envolve o consumo de um determinado local, busca como atrativos turísticos diversas manifestações culturais, que, na Bahia, estão vinculadas à miscigenação e à religiosidade. É relevante afirmar que a cultura baiana possui uma singularidade especial em relação aos demais lugares, pois ainda prevalece forte no decorrer de sua história.

O sincretismo religioso, importante vínculo entre a tradição e a história baiana, permanece marcado nas raízes desta terra. A identidade cultural de Cachoeira, presente nessa festa, é de grande destaque. Por ser referencial para a tradição cultural da Bahia, a Festa da Boa Morte é um dos principais fatores da formação da pluralidade étnica, não apenas por ser uma manifestação religiosa evidente, mas também por ser um evento único no mundo.

A Irmandade é considerada, atualmente, como um dos mais importantes patrimônios culturais, por ser um documento vivo da religiosidade brasileira, que precisa ser valorizado. A festa acontece no mês de agosto, com uma longa programação pública composta por ceias, cortejos, missas, procissões e samba-de-roda, que atraem a Cachoeira gente de todos os lugares.

A Bahia é o berço da cultura e arte brasileira, mostrando onde toda a nossa história começou. Não foi por acaso que o fotógrafo e etnólogo Pierre Verger apaixonou-se por esta terra e passou a ter interesse pela sua história e sua cultura, envolvendo-se profundamente nas crenças baianas e na ligação delas com as influências africanas. Assim como Verger encantou-se pela Bahia, muitos turistas ficam deslumbrados com a Festa da Boa Morte, que é a única no Brasil e talvez no mundo com tais características.

A cultura é um dos componentes fundamentais do objeto de trabalho do Turismo. Contudo, esse segmento turístico é visto como um gerador de produtos, que beneficiam a atividade em questão. Assim sendo, o elemento cultural ainda é depreciado nas reflexões turísticas, nas quais se percebe com mais intensidade a arquitetura histórica, desprezando a identidade do local em si. A inter-relação entre Cultura e Turismo é mais do que materialização dos bens culturais. A atividade turística deve trabalhar em cima da história do lugar, identificando toda e qualquer relevância que a cultura local possa transmitir ao turista, a fim de haja trocas mútuas de conhecimento e identidade entre os visitantes e os visitados, ou seja, a cultura é “um veículo de socialização”.

Ulpiano Menezes constata que “o valor cultural não está nas coisas, mas é produzido no jogo concreto das relações sociais” (1998).

Na área turística deve haver um elemento essencial para que a atividade seja trabalhada adequadamente: o olhar. Isso significa que as manifestações, quer sejam culturais, intelectuais, quer religiosas, devem ser vistas como uma ação integradora de conhecimentos de um certo grupo. Isso só demonstra que o Turismo Cultural é mais uma forma de corporação entre o nativo e o turista, independentemente de ser absorvido através de danças, cânticos ou rituais religiosos.

Segundo Laraia, "cada sistema cultural está sempre em mudança". (1999). Contudo, membros da confraria acreditam que a Festa da Boa Morte acontece da mesma maneira como acontecia a quase 230 anos, crendo ser a única Irmandade no Brasil e no mundo que obedece aos mesmos critérios religiosos depois de tantos anos. Porém, constata-se que houve mudanças no corpo interno da Irmandade, ocasionando perdas no contexto original de seus rituais. Devido a isso, a partir dos anos 30, houve uma série de afastamentos das irmãs integrantes da confraria. Todavia, órgãos oficiais do Turismo baiano intervieram, nos anos 80, a fim de recuperar a associação das irmãs, admitindo outras mais para integrarem a Irmandade. Gradativamente, a participação turística foi dando a importância devida à Irmandade, principalmente os americanos. Diversos segmentos turísticos foram tendo interesse pela festa, até mesmo porque os meios de comunicação começaram a divulgar o prestígio da festa dentro e fora do país.

Através da motivação cultural, o turista, que busca conhecer um lugar, empenha-se em adquirir elementos culturais por meio do contato com grupos de culturas diferentes, o que na Antropologia podemos chamar de Aculturação. Contudo, o Turismo não aborda essencialmente fatos etnológicos, não dando relevância maior ao processo de aculturação. Paradoxalmente, uma simples visita informal traz para o turista elementos culturais diferentes dos seus próprios, pois, apenas, com um contato simples no lugar, o ambiente já estabelece uma “comunicação” com o visitante, ampliando o conhecimento deste. O importante na busca do conhecimento de novas culturas é o acréscimo de valor à experiência do turista, através do seu entretenimento com o lugar visitado.

A Irmandade da Boa Morte dispõe-se a fazer festejos anuais realizados publicamente na Igreja da Ajuda após a realização de uma série de ritos do culto afro-brasileiro, que consistem em rezas cantadas para homenagear as irmãs antepassadas. A presença dos devotos do culto afro-brasileiro e do povo da terra é significativa. Atualmente, essa festa vem sendo bastante freqüentada por turistas, tanto a nível nacional, quanto internacional.

A Irmandade da Boa Morte torna-se verdadeira exposição minuciosa de uma manifestação cultural afro-baiana de prestígio internacional e que, segundo Braga, mostra a “contribuição do negro à cultura nacional e ao reconhecimento mais profundo do substrato sociocultural que elabora e define sua identidade cultural, no contexto da sociedade brasileira”. (1992).

A Irmandade da Boa Morte, por ser uma das mais importantes instituições culturais do país, transforma Cachoeira na capital da magia baiana, assim denominada por alguns. Afinal, essa cidade, atualmente, está elevada ao posto de cartão-postal da Bahia.

Há um trabalho chamado "Projeto Aiyê Orun", iniciado em abril de 1992, que visa a preservar e divulgar a cultura afro-baiana existente na Irmandade da Boa Morte, através de um Centro de Cultura, constituído de um espaço dedicado à educação e divulgação das manifestações regionais, tanto da cidade de Cachoeira quanto do Recôncavo Baiano. Em 12 de agosto de 1995, um dos objetivos desse projeto foi consolidado, através da reforma de três casarões em ruínas para a construção da sede definitiva da Irmandade em Cachoeira, realizada pelo Governo do Estado da Bahia. A construção da sede deu-se com a incessante luta de Jorge Amado e de alguns artistas que intervieram a favor da Irmandade, o que demonstra o quanto é importante conservar as tradições culturais baianas, pois só com a perpetuação da cultura transmitida pelos costumes e hábitos de um povo, pode-se garantir a formação da identidade intelectual e cultural de uma nação.

CONCLUSÃO

Diante das observações aqui feitas, podemos observar como a Bahia é um lugar rico no que se refere à cultura e como ela aborda a importância da religião. Nós, como futuros profissionais na atividade turística, temos o dever de nos comprometer em atuar na história desse lugar e usufruir sua riqueza, que nos foi dada graciosamente.

Cachoeira é uma cidade tradicional, com particulares formas de manifestação da alma do povo baiano e a Festa da Boa Morte é uma entidade de preservação do patrimônio e difusão da cultura afro-brasileira, além de ser a manifestação mais visível de um fenômeno cultural presente no Brasil. A identidade cultural desse evento continua moldada em seus preceitos.

O Turismo deve levar em conta a preservação cultural de seus destinos, a fim de trabalhar a mentalidade da população nativa, disseminar a cultura e contribuir na conservação para as gerações futuras. A construção de atrações culturais é indispensável para o desenvolvimento da atividade turística.

A Identidade Cultural está intimamente ligada à memória. A Irmandade da Boa Morte, portanto, garantiu a continuidade da entidade, pois resistiu à alteridade e às rupturas de sua identidade no decorrer do tempo. Essa associação de mulheres guerreiras que deram força à Irmandade em devoção a Nossa Senhora, não é apenas uma confraria que busca retratar o desejo de libertação e manifestar cultuosamente seus dogmas religiosos. Ela é também a representação mais viva e pura de que a alma do baiano está na fé.

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Lilian Daianne Bezerra Mota
Enviado por Lilian Daianne Bezerra Mota em 16/05/2007
Código do texto: T489737
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