Relacionamentos descartáveis

Relacionamentos descartáveis.

Dia desses escutei de um conhecido:

“Não quero sérios compromissos, o melhor é “Ficar” cada noite com uma, duas, três mulheres!”

Fiquei refletindo no que ele disse, é uma vida perigosa essa de troca troca de mulheres.

Semanas atrás, a atriz Fernanda Lima apresentou matéria sobre o assunto “Ficar” no programa Fantástico exibido pela Rede Globo aos domingos.

A atriz mostrou jovens se divertindo em programas noturnos, e uma das diversões era essa troca incansável de beijos onde todos eram de todos.

Um dos garotos da matéria, beijava uma, outra, mais outra, mais outra, e no final da noite, o balanço segundo ele, era positivo, mais de 15 mulheres beijadas. O rapaz exibia os números como um troféu. Talvez os jovens se aventurem nesses papéis para espantar o fantasma da rejeição e a pequena auto estima que possuem, querem a auto afirmação e precisam mostrar aos outros que são desejados ou desejadas, contudo, é um caminho enganoso esse “Ficar” onde pessoas que acabaram de se conhecer trocam carícias íntimas obedecendo aos apelos do desejo e da falsa liberdade.

O “Ficar” traz muita gravidez indesejada, muito aborto criminoso, muitas adolescentes tornam-se mães solteiras e abandonam os estudos para cuidar da criança. Os relacionamentos descartáveis advindos desse “Ficar” acarretam enormes dissabores, são os chamados cinco minutos de imprevidência que podem alterar todos os planos de uma existência.

Isso sem contar nas Doenças Sexualmente Transmissíveis que podem presentear aqueles (as) “Ficantes Inveterados (as)”.

O grande problema é que essa cultura do “Ficar” não é, como pensam alguns, inocente passatempo, o chamado “Ficar” dissemina a cultura dos relacionamentos descartáveis, motivados apenas pelo prazer, sem grandes compromissos com o coração.

Na atualidade, lamentavelmente casamentos atendendo à paixões fugazes são os mais dignos representantes dos relacionamentos descartáveis. Casa-se hoje, separa-se depois de dois ou três anos descartando o compromisso assumido. “Preciso ser feliz, Deus me livre viver com alguém sem amar!” São os relacionamentos descartáveis que sucumbem diante da imaturidade humana. E lá vai o individuo em busca de sua felicidade. Conhece outra pessoa, apaixona-se, empolga-se, casa novamente, e após alguns anos, com o arrefecimento da paixão, descarta esse relacionamento para buscar outro, em contínua e inútil ciranda afetiva.

Mais difícil quando no meio desse caminho surgem filhos, mas como é complicado descartá-los, reciclam-se os pais que deixam de ser os biológicos para tornarem-se, não raro, os avós, os professores, os colegas da rua...

Não imagine o leitor que estou condenando quem busca a felicidade afetiva, se não encontramos cumplicidade em um relacionamento pode ser que em outro encontremos. Contudo, se essa busca torna-se insana e procuramos saciar nossa indisciplina sentimental depositando o sonho de conto de fadas nos outros, é hora de revermos conceitos.

Neste Planeta não encontraremos “Santos”, todos sem exceção possuímos virtudes e limitações provindas de nossas bagagens existenciais, se a cada dificuldade, entrave de relacionamento, resolvermos descartar nosso parceiro(a) para “Ficar” com outro (a), corremos o sério risco de passar uma existência descartando relacionamentos que poderiam muito nos enriquecer.

Adentrando o mês dos namorados vale a pena nos atentarmos para alguns detalhes; em vez de “Ficar” apenas, por que não conhecer um pouco mais a pessoa? Em vez de descartar um casamento, por que não procurar o diálogo amigo que poderá reaproximar o casal?

Em vez de curtir a vida sozinho em baladas infrutíferas, beijando todos sem distinção, que tal gozar de momentos românticos embalados por apenas dois corações?

A você, amigo (a) solteiro (a), pode ser que alguém esteja te esperando para o início de uma nova fase, quem sabe?

A você, amigo (a) casado (a), pode ser que a dificuldade venha aproximar o casal, por que não?

Que o mês dos namorados venha despertar-nos para agradáveis surpresas que podem ser vivenciadas a dois.

Pensemos nisso.

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 31/05/2007
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