A CRISE DA EDUCAÇÃO

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Educar é arte de transformar o outro em um ser distinto de nós

Ivo José Triches

Dentre inúmeros aspectos que direta e indiretamente caracterizam a historicidade do que chamamos de período histórico moderno em que estamos inevitavelmente inseridos, podemos apresentar alguns destes aspectos. Assim sendo, isso tem o objetivo geral evidenciar à luz da teoria dos conhecimentos acadêmicos, para podermos pensar em uma possível prática diária de tudo que fazemos no chão da escola, para estabelecer aquilo que entendemos como sendo interseção de qualidade envolvendo os alunos, atribuindo a isso valor no sentido de êxito profissional dos professores.

Apenas para fins de reflexivos, usaremos um dentre inúmeros textos de autoria de Frei Beto, a nossa principal base fundamental e bibliográfica.

Em qualquer parte do mundo, em qualquer regime político, religiosidade e amparo ideológico e ou sectário, vamos inicialmente considerar de que aquilo que a humanidade levou séculos, para construir e que chamamos de modernidade, encontra-se em crise, em todos os aspectos. Tudo isso está acontecendo na face da terra porque as instituições bases: Estado, Família, Igreja, Escola, estão em crise e faz muito tempo. Tudo isso em nome da modernidade, porque alguém deixou de ser cafona, careta, etc., são tantos os adjetivos que se formos aqui enumerá-los, perderemos o fio da miada, como falam os mais velhos do que nós outros. Sairemos do picadeiro da discussão temática sobre a crise da educação, uma dentre as quatro instituições responsáveis pelo bom funcionamento da sociedade, enquanto instituições formais e informais da opinião pública, saber para os letrados e os iletrados de todos os continentes e idiomas que conhecemos. É essa crise da educação, fruto da desvalorização das outras três instituições aqui já citadas. Os paradigmas e ou modelos envolvendo tais instituições já desapareceram ou não funcionam mais entre nós nos dias atuais. A cultura do saudosismo, em caráter individualizado, aqui ou acolá alguém tentar ressuscitar, trazendo assim para os dias atuais algo que em tempos passados era considerado bom. Pensar assim é pensar no passado. Não aceitar o novo atualizado, aí a coisa fica difícil de ser compreensível, uma vez que os novos modelos e ou paradigmas na contemporaneidade que direta e indiretamente nos cerca. E isso no dizer de alguns filósofos, significa que já estamos e faz muito tempo na época histórica da pós-modernidade e não sabemos. O tempo passa e nós dormimos.

Em termos didáticos e pedagógicos, os educadores da atualidade, devem necessariamente usar novos modelos ou paradigmas até para avaliar os discentes, como por exemplo, podemos citar: prova objetiva, prova dissertativa, seminário, trabalho em grupo, debate, relatório individual, autoavaliação, observação, conselho de classe, dentre outros, porque quando o aluno fracassa, que fracassa é a sociedade, é o estado, é a família, é a igreja, onde a juventude já não tem tanto interesse em participar, salvo raras exceções. Tais tipologias em termos de avaliações, devem está previamente definidas, onde as funções, vantagens, atenção, planejamento, análise, em termos de funções e como usar as informações na atividade laboral educativa e instrutiva.

A escola encontra-se em crise de valor porque todas as outras instituições estão também em crise, em qualquer parte do mundo, diante do processo de globalização de que fazemos parte na atualidade. É a crise dos modelos, caminhos e/ou paradigmas. Já não temos mais um Estado onde seus cidadãos não vivam passando privações porque tem gente ganhando muito, gente ganhando muito pouco e gente morrendo de fome, fazendo qualquer coisa para ganhar um pedaço de pão para comer. Agente comprova isso diante da falta de qualidade dos tipos de serviços públicos (educação, saúde, segurança, lazer, locomoção, moradia, cultura, etc) oferecidos nos três níveis de governos, no caso brasileiro, as classes menos favorecidas. Podemos dizer que isso é uma fábrica de desigualdade social e o vestibular para o ingresso na vida das drogas, dos crimes organizados, etc, por parte da juventude menos letradas e que envolvem todas as classes sociais. É a violência patrocinada pelo Estado, pela Família, pela Igreja e pela Escola. Ninguém se entende mais. A família deixou de monogâmica como manda a Constituição Federal de 1988 e faz tempo. Gente, ninguém está preparado para prestar, por exemplo, primeiros socorros, tendo em vista nada disso é ensinando na escola brasileira que temos nos dias atuais. E isso acontece também em outros países. Não é uma mazela brasileira, apenas. E isso acontece, porque a escola separa direta e indiretamente a cabeça das mãos de seus alunos e professores, jamais abarcou em sua totalidade no tocante a formação plena do ser visando à vida.

A crise da educação está evidente em tudo isso, porque a escola onde o processo educacional e instrucional acontece, é a casa do saber, uma academia, dá apenas instrumentos de compreensão e modificação da natureza, que constituem a cultura, mas não propriamente de uma interação com a natureza, no dizer de Ivo José Triches. Nenhum educador na fase da terra esconde de que temos uma grande luta em todos os sentidos para superar tal crise. De fato o problema existe e para resolver tal problema só será possível com trabalho árduo de todos os envolvidos: escola, família, aluno, professores, gestores, etc.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 07/01/2015
Código do texto: T5093262
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