Ainda o professor

Nos tempos modernos as crianças estão sem educação familiar, assim como os adolescentes e jovens, quiçá muitos adultos. Está faltando freio na Humanidade e bons professores de moralidade. É que de repente tudo foi evoluindo demais e a forma de educar no lar e na escola não acompanhou esse avanço, e diante de tanta tecnologia os pais e os professores se tornaram impotentes. As regras da escola sofreram modificações nocivas ao aluno, que hoje tudo pode, porque se o professor for disciplinador e exigir respeito em classe, o aluno corre para queixar-se à família, e esta, sem estrutura moral, ataca o professor e a escola.

Viram como não adianta apenas prender traficantes de drogas? O professor que é a alma da escola, que faz do seu trabalho um sacerdócio, pela vocação, pelo amor à profissão, precisa urgentemente ser fortalecido pelo governo e pela família. Hoje o aluno não respeita muitos professores que, dizendo-se modernos, tratam-nos como ‘coleguinhas’. São aqueles professores que “entregaram os pontos”, como falamos popularmente.

O professor precisa poderes para se tornar um líder, lutar pela vitória de seus alunos, formar cidadãos respeitáveis, melhorar a sociedade. O aluno precisa ser seduzido para a educação e isso só pode ocorrer se ele gostar da escola. O aluno deve sair da escola conhecendo os valores sociais e disciplinares tradicionais. O grande educador Pestalozzi dava liberdade ao aluno, mas impunha limites. O professor precisa desenvolver no aluno o senso crítico, sua auto-estima, para saber respeitar a sociedade em que vive. Ele precisa ser um cidadão útil à sociedade, mas para que isso aconteça a escola e a família precisam se unir. Essa é a única maneira de salvar os jovens.

Em nossos dias a violência e as drogas cercam os colégios. Se a escola e a família não se unirem a guerra será perdida, e as cadeias ficarão cada vez mais cheias. Culpa-se o governo pela não conservação das escolas públicas e as autoridades por tudo que acontece de ruim. Entretanto, um diretor de colégio não consegue convencer seus alunos a cuidar do patrimônio que a eles pertence, pois se tornaram um bando de vândalos. Todos nós vimos recentemente no noticiário, vídeo onde aparecem crianças de onze e doze anos, no interior de uma sala de aula, destruindo tudo que ali se encontrava, inclusive a mesa do professor. Verdadeiros selvagens em pleno século 21.

Não é mais fácil educar a criança a não destruir, do que depois ensiná-la a consertar? É preciso levar o ensino de cidadania logo cedo para a criança, cobrar atos nocivos que forem praticados, exigir respeito pelos outros e pelo patrimônio público, que é de todos. É por isso que as famílias precisam fazer do professor um líder forte, pois apenas crianças com cultura escolar e cultura social, se comportam de maneira útil à sociedade.

Se junto aos alunos for criado um mutirão de limpeza e conservação da escola, e forem convidados também os pais, muitos dirão: “será que os pais gostarão de prestar serviço à comunidade?” Por isso acho que os jovens estão sem líder, sem exemplo e buscam como companhia a droga e o vandalismo.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 26/01/2015
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