A droga e a sociedade

A maior parcela da sociedade vira as costas para o viciado. A droga, considerada a besta do Apocalipse, precisa ser olhada com mais atenção pela sociedade, pois são poucas as almas desprendidas que trabalham no sentido de diminuir os gemidos e os remorsos nas esquinas e ruelas deste planeta. É preciso lembrar que cada caso corresponde a uma situação particular diferente a ser compreendida e tratada, não existem soluções milagrosas, mas a vontade de livrar o viciado do mal que o aflige. Essa é uma missão de todos!

O viciado é um doente que deve ser respeitado e cada caso é um caso, não importando a gravidade do mesmo. É preciso orientá-lo sobre o perigo das drogas e mostrar à sua família que ela precisa inteirar-se do problema, pois apenas a compreensão e o equilíbrio emocional poderão ajudar a enfrentar esse grave problema. O tratamento inicia-se no lar, é nele que o jovem aprende a viver em sociedade. Um lar sem disciplina leva o jovem a afundar-se no ócio e nos vícios. É dever dos pais orientar os jovens para o senso de responsabilidade com relação à própria vida. A criança já deve ser orientada sobre o seu valor como ser humano, e o quanto a sociedade precisa de pessoas portadoras de moral.

Existem muitas divergências sobre informações e prevenção que devem ser avaliadas por quem deseja trabalhar com drogados. É desagradável para o viciado e para quem deseja ajudá-lo, ouvir um milhão de palavras inúteis sobre repressão e ameaças. O que se deve fazer é levar a pessoa a se interessar por si mesma, e se gostar, mostrar-lhe o quanto a sociedade perde por tê-la tão distante. A pessoa precisa conhecer o perigo que está enfrentando e, saber que, quem a está ajudando não está fazendo isso apenas por fazer, mas sim porque é conhecedor do assunto. Cabe esclarecer a um provável consumidor, ou já dependente, que a droga carrega um estigma por parte da comunidade, de difícil aceitação para a família.

O dependente de drogas é um doente psíquico. Ele tem no inconsciente um trauma. O jovem, quando procura o tóxico, o faz por alguma causa. Se buscarmos a origem, encontraremos primeiramente a fraqueza familiar, ou seja, pais inseguros, lar desequilibrado, filhos negligenciados ou super protegidos, quer dizer, mimo ou desprezo. Isso acompanhado de dinheiro fácil e excesso de liberdade. Para recuperar esse jovem é preciso contar com a colaboração dos pais, sem se sentirem culpados, nem filhos acusando-os.

Quando o jovem procura a companhia da droga é porque algo aconteceu com ele. A família tem de conscientizar-se de que algo falhou na vida dele. Ou ele é por demais orgulhoso, ou tímido e complexado. Um jovem dono de si mesmo jamais se droga. A família deve buscar orientação de um bom psicólogo. Algo ele tem em mente: agredir a família ou se autodestruir. Algumas vezes ele é agressivo, e outras, bom filho, dependendo do ambiente familiar.

Os pais não são culpados como também não o são os filhos dependentes. No dia a dia de uma família algo triste aconteceu e eles não perceberam as tendências do filho e alimentaram seu ego, fazendo dele um ser especial. É preciso que o filho seja tratado como um membro da família. Não importa a sua idade, importa sim, que ele se julgue útil e amado por todos. Geralmente, o jovem quando deseja agredir os pais, tudo faz para que a família descubra o seu vício, ficando contente com as brigas da mãe e a violência do pai. Se os pais derem ao filho a certeza de um amor equilibrado, ele voltará atrás e abandonará o vício. Todavia se os pais desejarem que ele seja um homem de bem, sem a família ter um procedimento modificado e elevado, ele continuará a agredir. Quem descobrir que seu filho é viciado tudo deve fazer para mudar o ambiente familiar. O pai precisa voltar a ser o herói da época infantil, e a mãe o ninho de amor e compreensão que o aconchega nas horas de tormenta. A família precisa dar o exemplo moral ao filho doente.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 08/02/2015
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