2015: O ANO EM QUE NÃO FAREMOS CONTATO

Falta água nas torneiras de muitas casas em São Paulo. O que é ruim ficará pior. As previsões são catastróficas. A gasolina está valendo os olhos da cara. A Celg resolveu punir os consumidores goianos. Pessoas que antes pagavam R$ 70,00 se depararam com faturas de R$ 300,00. O Ministério Público tem enfrentado a Celg e derrubado a cobrança em muitas cidades.

Há luz no fim do túnel. Mas a conta a ser paga é cara. A Celg tem agora o dom de multiplicar os quilowatts. A saída talvez seja acender velas. Uma para o santo e outra para a crise.

O cenário de caos continua. As prefeituras estão há tempos convivendo com o tempo das vacas magras. A expectativa é que em 2015 as vacas, já magras, enfrentem uma dieta ainda menos calórica. A ordem é perder mais peso.

Nunca o Governo Federal foi tão omisso em relação aos municípios. A cada ano quebra seu próprio recorde. O orçamento, já minguado dos municípios, encolhe e obriga os gestores a verdadeiros malabarismos para fechar contas.

O socorro que poderia vir do Governo Estadual não virá. É tempo de torneira seca e ranger de dentes. Em seu quarto mandato, Marconi Perillo (PSDB) anunciou que fará um governo enxutíssimo, não ficará gordura sob gordura. Cortou na carne. Trincou até os ossos.

Não há para onde correr. Não há plano B. Não há saída estratégica. O Brasil opera no volume morto. Só resta o fundo do poço. O dólar atingiu a marca dos R$ 3,00. A crise já não é uma promessa. Está no meio de nós e tem todas as bênçãos para habitar por muito tempo.

2015 pode ser o ano em que não faremos contato. O ano perdido. Tempo de deitar lágrimas e sonhar com a terra prometida nos palanques. Tempo de se aconchegar sob os destroços e olhar a linha do horizonte se quebrando em mil pedaços.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 06/03/2015
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